quarta-feira, setembro 20, 2006

Porque hoje estou de Parabéns

Tenho 8 anos de serviço militar, os meus amigos quase todos, a excepção de uma amiga minha, foi cá que os conheci. A tropa pode não ser vista com bons olhos a muita gente, mas para mim foi uma benção em diversos aspectos, em relação então aos meus bons amigos foi simplesmente do melhor. Hoje lembrei-me deles por uma razão particular, é o meu aniversario militar, faz hoje precisamente 8 anos que pus pela primeira vez o pé dentro de uma unidade para fazer a minha recruta e lembrei-me de todos os que pertenceram ao meu pelotão, os meus fieis mecânicos, as minhas seis secretarias e um infeliz policia que para lá foi parar e morria de medo de agulhas. Fomos um grupo coeso, flexões era para todos, ninguém se ficava a rir, o nosso comandante de pelotão adormecia de pé agarrado a arma, escondiamos os cigarros no fuste das armas para podermos fumar as escondidas, perdemo-nos vezes sem conta na nossa prova de orientação...fomos no entanto os segundos a chegar e por isso mesmo foi tudo ao chão mais uma vez. Carregamos as armas uns dos outros e até os coxos arrastamos, partilhamos comida, e as noites passadas ao luar num frio de Outubro no meio do nada, nunca foram um acto individual. Este tipo de amizade nasce sem se desejar, podemos não nos entender em todas as situações mas tinhamos que nos aguentar uns aos outros, a minha tropa valeu a pena e foi uma prova superada graças a todos eles e por isso vou ter sempre uma gratidão enorme para com eles.
Conheci outras pessoas depois, com quem trabalhei, com quem lidei, não deixamos de ser uma classe na tropa, umas boas outras nem tanto, mas a representação delas na minha vida será sempre diferente em relação aos meus companheiros de pelotão, com eles partilho uma realidade oposta, em que nunca sou colocada a prova, em que o bem estar deles nunca vai depender das minhas atitudes e vice versa, são amizades que se desejam, que se mantêm, mudam ao longo dos tempos, melhoram, pioram, ora nos afastamos ora nos aproximamos, nunca será constante e sabemos sempre que mais dia menos dia vamos estar todos presentes no jantar de despedida de cada qual.
Vou amar a tropa até ao final dos meus dias, foi a melhor coisa que me aconteceu em muito tempo, foi o meu lar, a minha identidade, a minha personalidade, a minha alegria e também a minha tristeza, deu-me tudo o que possuo até hoje e todos os meus conhecimentos cá engrandeceram e tornaram-se muito mais aperfeiçoados. Existem dias em que nos fartamos de tudo e só queremos mandar isto ao ar e ter de volta a nossa suposta liberdade... mas eu cá fui e sou livre, não são as grades ou as redes que nos prendem, não são as ordens ou a hierarquia que nos remete a um canto, todos nós somos dotados de um sentido puro de autonomia, dai que nada nos prenda, nem nada nos rebaixe, é tão somente uma questão de interiorizar o nosso próprio valor.
Por isso, parabéns a mim, ao meu pelotão, a minha vida cá, a minha unidade...foram 8 anos em grande!

terça-feira, setembro 19, 2006

Good girls go to heaven...bad girls go everywhere...

Vi esta frase numa T-shirt, e é verdade, a meninas boas podem ter o paraiso todo para elas, mas as más divertem-se muito mais! Olhei para mim mesma então, para saber qual seria a minha versão de rapariga, será que sou boa, ou má?
Penso na minha forma de agir...não sei se serei boa a 100%, não sei se algum dia fui, serei ou se sou má...queria saber o que é que as pessoas boas fazem para serem boas, e o que fazem as más para serem más, e se o certo é o ser bom, porquê que a recompensa é sempre inferior a dos que são maus? Se afinal devemos ser recompensados pelo bem que fazemos, porque cargas de água essa recompensa nunca chega, ou nunca é suficiente, ou então porquê que existem pessoas tão boas e só lhes acontecem coisas más?
Falam abruptamente de justiça, do certo ou do errado, do bom e do mau, mas será que realmente lhe sabem o significado? Será que o dizem por despeito, por dor de cotovelo (a dor mais famosa do mundo, tirando a do parto), onde estão esses conceitos que não têm corpo, não têm alma, não se mostram...não lutam pelo seu lugar ao sol?
Quantas vezes não odiei ser sempre a boazinha, quantas vezes não me apeteceu revoltar-me e mandar toda a gente que me chateia simplesmente para o caralho, por ser sempre tão correcta e civilizada, tão certinha em todas a suas opções, pensar sempre no efeito que as minhas palavras têm nos outros, tentar sempre que os outros se entendam, se reconciliem, comuniquem, tenham gestos de bondade, quantas vezes não fui eu contra o racismo, mesmo tendo sido assaltada por um homem/puto de raça negra? Quantas vezes não abdiquei eu do meu lugar no autocarro para dar a quem eu achava que precisava, enquanto o lugar que era deles por direito estava ocupado por pessoas que viravam a cara inclusive? Quantas vezes não me caiu o mundo em cima por defender quem não estava presente, só porque detesto intrigas miseráveis? Quanto bem é necessário fazer, sentir e ter dentro de nós para que algo de bom nos aconteça?
Não é algo que eu possa mudar, eu não acordo um dia e digo "Hoje vou empurrar alguém das escadas abaixo, só pelo gozo." existem coisas inerentes à pessoa, nascemos com elas e com o tempo elas morrem conosco, porque as outras pessoas que nos rodeiam têm sempre uma forma genial de destruirem, ou pelo menos tentarem dar cabo, de tudo o que de bom carregamos em nós.
As outras pessoas nada me dizem, se sou boa, cordial ou simpática, é porque simplesmente faz parte da minha forma de ser, não quer com isso dizer que morro de amores por toda a gente, isso seria hipocrisia e não me presto a isso, no entanto sou incapaz de ter uma atitude que prejudique outra pessoa, por menos que goste dela. Mas existem alturas que até as santinhas deve apetecer mandar tudo ao ar, deve dar mesmo um gozo particular dar um murro na mesa e vira-la, deve dar uma satisfação elegante ver a cara de surpresa das pessoas que estão sempre habituadas a ter essa bondade da parte delas por garantida se acabar só assim num estalar de dedos...
As pessoas boas vivem sempre na expectativa, sempre no desejo, quando existe a possibilidade de algo bom lhes acontecer, ficam amedrontadas, não estão habituadas, não têm coragem de pensar que sim, a elas também lhes calha algo porreiro, esse medo é uma merda e não as faz viver, tudo o que nos acontece é por uma boa razão, podemos não saber qual é, mas isso não quer dizer que não exista. A nossa ignorância, a nossa falta de esperança, a nossa crença débil em dias de sol que não vêm...merda para isso tudo, no fundo o que precisamos é somente de um banho frio, vento na cara e venha mais uma batalha, mais uma guerra, precisamos de viver e de saber como se faz, sem medo, sem regras...
Como seria bom poder estar no alto de uma grande montanha, abrir os braços e simplesmente atirar-me dela abaixo...sem medo...
Podemos inclusive não ter esta coragem toda, pois depois do "sem medo", virá de certo o "sem dentes...sem ossos..." mas ao menos podemos pensar que até poderia correr bem, bastava ter aberto o paraquedas na hora certa...
As meninas más podem ir a todo o lado, mas eu sei que o fazem pois nunca estão bem em lado algum, enquanto que as meninas boas sabem sempre para onde vão, e sabem é muito mais maduro ter sempre um sitio certo onde ficar...

Eu...Lola???



Eu sou um bicho perigoso! Curto fazer as noites da minha suposta proprietaria num inferno e a minha felicidade reside no facto de espalhar palha pelo quarto a fora, deixar-lhe caganitas para ela limpar...fica sempre gira de vassoura na mão! De resto sou uma alegria...pulo, roo grades e finjo que o fundo da minha gaiola é de terra so para me ouvir raspar...isto tudo as 5 de manhã! Ela passeia-me, dá-me beijinhos, chama-me de amor, colocou-me o nome patetico de lola, como se algum dia uma louca coelha poderia ter este nome...de resto, ela dá-me de comer, de beber e tenho o privilegio de passear em cima dela. A minha dona é fixe! Mas isso é a opinião dela, eu nada tenho a haver com isso, sou um bicho furioso com a vida!

PS: Lola...tu vais levar no focinho...

domingo, setembro 17, 2006

Phones make you miserable

We are always waiting for the phone to ring…we bought them for the most ridiculous reasons that our mind can think of, we bought them because we needed to stay in touch with our family, with our friend, because of work…several are the reasons.
But when it comes to that phone call that you’re really waiting for, the phone never rings, you spend most of your time looking at it, has if the phone would talk to you, and say “give up, it’s never going to happen”, phones make you miserable!
My friends usually hold the phone near them, they look at it at the same time, then, the eyes cross with each other, they put the shoulders down and just look miserable for the rest of the night…
Sometimes you wait a lifetime for something wonderful to happen, but it never does, it kills you inside, and it dies in silence, because you’ll never be able to face, and tell the truth to yourself. Blasted phones that live in your bags, that make you cry so often, it’s just a call, not your entire life, but it’s so easy to see your life trough just one moment that you easily forget all the others that can happen, and make you happy.
I have two phones…they usually never ring, they ring when it’s my birthday, my father always remembers me, my mother argues with me when it comes to that difficult day of the month then she always calls, my brother always wants to talk about his new girl friend…my friends always want to hear me laugh, and say, has I always do “ Things will turn up fine, you’ll see…”, I may not believe in that all the time, but boy…it tastes so good to think like that, that’s why, I never cry when my phone doesn’t ring, I’ll always have someone out there that I know that loves me, and that I, in the middle of my simple life, love too.
So, put your phone in a drawer, let it be there, if someone misses you…the drawer will open for sure, for the phone will be ringing all day long :D