terça-feira, dezembro 18, 2007

Bom Natal!

Mais um Natal...e aproveito já para desejar todas aquelas coisas boas a toda a gente. Faz parte da praxe e como tal a gente cá da casa segue as regras.
Este ano não quero prendas, realmente não preciso de nada, eu sou demasiado autosuficiente para precisar seja do que for, para além do mais, Natal não é feito de prendas ou lembranças, é feito somente pela minha familia, pela pessoa que eu amo do fundo meu coração e, pelas minhas ricas amigas, esse é o meu Natal perfeito!
Quero chegar a casa e poder me sentir feliz e em paz, e não são as coisas materiais que me dão essa sensação, o meu lar, aquela casinha de dois andares, naquela aldeia velhinha, com um frio de rachar, patrocinado sempre pela melhor cozinheira do mundo, a minha mãezinha! Depois sento-me no sofá com os pés no colo do meu pai, as brincadeiras dos meus maninhos e realmente, sou de facto a mulher mais feliz do mundo. Passo depois horas ao telefone, com saudades das meninas, a desejar um bom natal a toda a gente que me é importante e então é aquela realização profunda de saber que se todos estão bem, então o meu Natal, é o mais lindo de todos.
Nunca perdemos tempo durante o ano a pensar em tantas coisas, as vezes tenho a sensação que nos queixamos na maior parte do tempo...esqueçam as coisas más, tenho plena certeza que as boas conseguem de certeza suplantar a presença delas na nossa vida.
Por isso, neste Natal, é mais fácil dar um beijinho ao Pai Natal e deixa-lo lá ir a vidinha dele, em casa, temos sempre tudo o que precisamos para termos um Natal do melhor.
Bom Natal!

terça-feira, dezembro 11, 2007

O Meu estágio

A lutar contra todas as evidências, eu fui para estágio, termina agora, esta quinta feira.
Não fui com o melhor dos animos, o cansaço e o stress têm sido inimigos incríveis quando queremos lutar contra nós mesmos.
Correu melhor do que eu esperava, mas realmente como eu gostava de permanecer as vezes com a imagem surrealista que eu tenho da vida, da doença e da morte...
As coisas não são faceis, ninguém te diz que a aprendizagem tem de o ser, e muito menos imune de dúvidas e de medos, é geral, todos o têm, precisamos é de saber até que ponto nós conseguimos ir, onde andam os nossos verdadeiros limites se é que eles existem.
Aprendi muita parte técnica, muita forma de cuidar, de abordar diagnósticos...mas aprendi acima de tudo a, compreender a minha revolta, a minha angústia de saber que não vivo num mundo perfeito e bonito como eu sempre quis pensar. Já no estágio anterior achava que tinha presenciado a coisas dificeis, que tinha aprendido a lidar com doenças sérias, que sabia o que fazer, que possuíamos poderes para mudar algo, mudar o que achavamos errado.
O mundo deixou de ser cor de rosa, a partir do momento em que colocas um pé num hospital, enfrentas uma enfermaria, negra pelo tempo, vês os rostos cansados de uma noite dificil, ouves pelos corredores: "morreram mais duas esta noite", apercebes-te da falta de material, de quereres executar a tua tecnica com todo o floreado que vem descrito nolivro e simplesmente quando olhas para o rosto do teu doente, perguntas-te a ti mesmo, "por onde começo?", a teoria é tão boa e tão má aplicada, pois nnca sabes onde a encaixas a dada altura, sentes-te um tóto autêntico enquanto observas a destreza dos enfermeiros que já correm pelos corredores do serviço a anos, a dada atura, estás no estádio Sócrates, só sabes que nada sabes...
Aperceber-me que as pessoas abandonam a familia é algo que me custa muito, que o estado não tem tentáculos para chegar a todo lado, que existem aqueles bons enfermeiros que passam os anos que passam ainda têm coragem para colocar um perfume e um sorriso nos lábios e chegam as enfermarias como se fossem os raios de sol, eu gosto de as chamar anjos da guarda, a forma como se mexem, como interagem com aquele mundo tão triste e mesmo assim são ainda fieis aos seus ideiais e tentam, sim, porque elas eu sei que tentam, não é só aquele discurso eleitoral em que se promete de um pouco desde que se leve a água ao moinho, elas lutam todos os dias contra tudo o que d epior tem este mundo. Vi, ninguém me contou, pessoas tão idosas, com problemas que a meu vêr, demonstram um descuido de quem lhes promete um cuidar justo, desidratadas, com fome, sujas, sem visitas, com escaras do tamanho da tristeza delas, com gemidos de atenção e de dor, vi, pessoas que não verbalizam um discurso coerente, mas depois seguram o teu braço e a olhar para ti, naquele maximo de esforço te agradecem, e tu respiras fundo, para não chorar, sentes que fazes a diferença não pela terapeutica, não pelos cuidados...mas porque és a primeira pessoa que demonstra carinho e atenção enquanto o fazes, a isto chama-se gratidão, e nada neste mundo é tão humilde e simples como este gesto. Não choro, não porque seja forte, mas porque não me posso dar a esse luxo, não são dignas de pena, são sim dignas da melhor humanidade que lhes poder dar e se eu chorar vou estar a dizer que desisto e que me rendo a tudo o que eu considero mau, então eu vou sorrir, para poder dar esperança, para poder receber de volta a minha fé imensa em Deus pois ele bem tem tentado ajudar, mas se os Homens andam perdidos em outras coisas que numa cama de hospital pouco ou nada importam, como vão eles abrir os olhos para estas realidades?? Eles não as vêm, logo, para eles não existem!
Então eu vou esperar, e vou me formar com a graça de Deus e, quando o fizer, e sem promessas algumas, eu tenho porque sei que vou precisar disto para me sentir melhor e humana, vou ter de fazer algo pelas coisas que eu considero erradas, até agora posso me sentar num pedestal e posso julgar a vontade, não é a mim que me cobram acção, atitude, mas com o tempo eu vou deixar de estar do outro lado da vida e vou passar realmente a poder fazer parte dela, porque isto sim, isto é real, mais real do que qualquer outra coisa que eu tenha visto, e nessa altura, espero poder me recordar da forma como eu me sinto hoje, espero também ter a vontade de tentar pelo menos fazer com a que as coisas não tenham de ser sempre assim, sempre a lutar, sempre a gritar, quero poder dizer, com um tom de voz calmo, que são seres humanos e que o nosso melhor as vezes não chega, por isso limitaremos os nossos objectivos acima disso, para vêr se nós enfermeiros somos mesmo o "senhores da lâmpada" e se vocês médicos de hoje, são fieis ao vosso juramento!
Agradeço especialmente a minha professora, tem sido incansável...

terça-feira, novembro 20, 2007

Estágio

Vou de novo para estágio...
Mais 3 semanas de um puro e não adulterado sofrimento em que serei escrava, pois ninguém me paga, e trabalho sempre horas a mais, é horrivel!
Este curso já me deu mais dúvidas e dores de cabeça que outra coisa qualquer, é como um casamento em que o gajo insiste em não te dar o divorcio e continua a dormir com a tua melhor amiga, uma situação em que nunca ganhas!
Estou farta de estudar, de me rodear com menores de 25 anos, estou farta desta treta toda da congruência e da empatia e mais do raio que os parta. Confesso que não vou com o meu melhor espirito para estágio, a dada altura nem sei o que eu vou para lá fazer, mas como tenho sempre de lutar contra mim mesma, que remedio tenho eu se não habituar-me a ideia de me levantar as 6 da manhã para fingir que sou enfermeira.
A única coisa boa em estar em estágio é que vou poder cuidar de alguém como eu acho que devem ser cuidados, vou poder conhecer outras histórias, outras dores e outros passados, vou lidar com tanto sofrimento que vocês não conseguem imaginar, por isso me custa muito esta minha "não tão boa disposição", eu não consigo ficar alegre a vêr pessoas a sofrerem. Dizem-me no curso que temos de lidar com isso, temos de saber respirar fundo e fazer o nosso trabalho, mas isso fica sempre feito, isso nunca se põe em questão se não seriamos maus profissionais, o problema é desligares o botão quando sais do hospital...
No estágio passado eu queria levar a minha doente para casa, queria que ela estivesse sempre comigo, custava-me muito deixa-la na cama do hospital sem ter ninguém para falar com ela, achava que aquele silêncio todo, era uma agonia para ela, quando chegava de manhã para lhe dar o pequeno almoço ela sorria tanto, e eu adorava essa alegria nela, fazia com eu quisesse voltar sempre. Peço somente um pouco mais de força, um pouco mais de alegria desta vez, para poder fechar os olhos a noite e conseguir dormir, tranquila...
Por isso, se já não andava a escrever nada, durante este tempo todo se calhar ainda vou escrever menos, se calhar não me vai apetecer falar sobre o que vou encontrar, não sei...é sempre uma surpresa terrivel, nunca sei se boa se má!
Mas depois volto, tenho de desejar o meu bom Natal de sempre.

Vallium e Panadol

E ela olhou para mim, se calhar a pensar que eu ia ser docil a falar, as vezes habituo as pessoas a isso e depois quando tenho de ser honesta, levam um susto terrível, falha minha, devia ser mais equilibrada.
Mas realmente depois de a ouvir, eu nunca poderia pensar que aquilo era normal, porque não era...
A questão é que ela "abraçou" uma espécie de relação na qual ela não sai a ganhar, nunca poderia ganhar, a minha mãe tem sempre razão e ela ia saber de antemão que essa relação era o que a gente chama na giria corrente de: merda!
Mandas mensagens e ele não responde, dizes que o amas e ele apenas diz que "até foi uma mensagem gira, daquelas que tive medo...", então tu deixas de sair com as tuas amigas, evitas os elogios de 300 homens bem mais giros e divertidos do que ele, enquanto ele sai e diverte-se e diz que só sai com os amigos, e tu quando ligas ouves vozes de mulheres no fundo a rir...então tu tens testes e ele nem te pergunta como correram...atende-te o telefone e parece que é um castigo quando o faz???? Desculpa??? Tens a tua auto-estima aonde? Não a tens, deves tê-la perdido algures na parte do "olá" e no "até um dia"...ninguém no seu perfeito juizo aceita uma relação assim, isso honestamente e por mais que te custe acreditar, isso é um valente e rotundo nada...
Demoramos tempo, muito mesmo a perceber o que temos de errado, e este tipo de atitudes são de facto o que temos de errado, arranjamos sempre desculpas para estas coisas, e até conseguimos manter esta "mentira" por algum tempo, até ao dia em que paras, e olhas para o lado, e apercebes-te como são as outras relações de pessoas tão mais simples, olha para os outros e vais vêr como o que tu tens não se enquadra com nada, apercebeste que ele não te valoriza, és só a pessoa dos tempos mortos, quando está aborrecido lembra-se de ti, um pouco como as amigas interesseiras, quando estás mal, ele limita-se sempre a minizar o que tu tens, ele sim, ele é uma vitima no mundo...blá blá blá...ele interrompe-te só para poder falar dele, a voz dele soa-lhe muito mais melodiosa.
Nunca és bonita, nem inteligente, nunca consegues nada, nunca lhe dizes nada...
Não acredito que tu, com tudo o que eu sei que tu és, consigas dizer nos meus olhos, que és feliz assim, não acredito nem um pouco que tu aches realmente que ele é o melhor para ti...
Pois como tua melhor amiga te digo...não é! Ele tem de se aperceber da sorte que ele teve em te encontrar, e não o faz, não se dá conta, ele tinha que sorrir para ti da mesma forma que eu te vejo sorrir para ele, a dada altura, é tão frio que mais valia abraçares um poste, provavelmente terias muito mais feed-back...
Ninguém mais tem o dom de me afectar, existem alturas em que dizemos "Amor? Puta que pariu o amor mais quem o inventou", apenas serve para te desviar de outros objectivos com muito mais fundamento, esqueçam um pouco essa coisa toda do amor e antes de amarem outra pessoa, amem um cão, ele sabe valorizar muito mais esse amor do que qualquer outra pessoa.
Tive uma evolução absurda nos ultimos tempos, como se fosse a visão suprema da vida perfeita, ao inicio era tanto amor que até enjoava, era só romance, era tudo tão profundo que só se fosse ao intestino é que eu conseguia explorar mais o meu lado emocional...e devo ter lá chegado, quando leio e volto a ler coisas que já escrevi, confesso, desisti de criar fantasias na minha cabeça.
As pessoas são o que são minha cara, e na maior parte das vezes são uma merda umas com as outras, apenas não querem saber, é mais fácil, toda a gente gosta do que é mais fácil, tá logo ali...só que chega uma parte em que o que fazem já te moi, já te deixa marca, já te afecta, no inicio é sempre mais fácil lidar mas uma coisa é certa, decepção atrás de decepção, e tu encaras sempre como se fosse a primeira vez, doi na mesma, nem mais nem menos, apenas doi.
O meu conselho, simples, é: bate com a porta, com convicção, se for realmente esse o teu desejo, se não for, devo então te recordar que deves te encher de Vallium, ou então Panadol, um dá para dormires e pensar que o mundo é perfeito, dá imenso jeito, o outro é analgésico, com o beneficio de não te dar dores de estômago.

segunda-feira, novembro 12, 2007

Amizades Coloridas

Não gosto do termo "amigo colorido", faz-me lembrar a dada altura dos livros que me obrigavam a pintar quando era miuda e nunca consegui gostar daquilo, gostava mais de ler.
No entanto é algo tão natural como beber um copo de água, as pessoas cada vez mais adoptam este tipo de sistema e conseguem de facto conviver com o facto de serem "fuck buddies", sem compromissos, sem deveres ou direitos establecem uma relação entre elas que tudo o que importa é não se falar em sentimentos, porque não se fala do que não existe, e sexo...mas esse existe, e existe da forma mais descontraída possível, quando se quer.
Criticas e moralismos a parte, tenho sempre a noção que uma das partes se apaixona e apenas não fala, submete-se a uma situação egoista, em que sai sempre só um a ganhar, e aguenta, simplesmente suporta diariamente a sensação de existir na vida de outra pessoa só com um propósito, sem que este inclua juras de amor.
Chamem-me romântica, mas eu preciso que me chamem pelo meu primeiro nome, que me telefonem para saber se estou bem, que me acompanhem ao cinema, que tentem pelo menos, que disfarcem, ter interesse em algo mais na vida que arrancar-me a roupa interior com os dentes!
Pergunto-me por vezes, se perdemos a noção de sentir, não o prazer da carne, mas o prazer de gostar realmente de alguém, da pura presença de alguém? Estranhas convicções que foram abandonadas algures, sinto que vivemos com pessoas que nada sentem, completamente anestesiadas deste mundo, envergam um sorriso e uma data de frases feitas, usam-se uns aos outros por puro hedonismo, daquele mais básico, mais ordinário e vulgar, pior ainda é deixar-se levar pela corrente, como se fosse um estilo novo que se adoptasse.
Talvez, seja mais fácil não sentir nada, não sofrer, não se entregar a nada, desprendidos do mundo funcionamos em nosso favor apenas, não temos tempo para nos preocupar com ninguém, não procuramos que se preocupem conosco também, não cuidamos de uma simples flor, ou de um animal de estimação, a nossa existência gira tão somente em volta de nós. O pior é que um dia, inevitavelmente, iremos precisar de algo mais, de alguém, podemos não saber quando, nem quem, mas quando olharmos para trás, vêr o vazio de uma solidão imensa, vamos saber provavelmente, agarrados aos nossos livros e bengalas que poderiamos ter feito muito mais, ter sido muito mais, e nunca, nem por um segundo paramos, durante a nossa fase imberbe, para pensar como teria sido bonito, ter dado a mão a alguém que nos estendeu a dela.

segunda-feira, outubro 15, 2007

A existência dos tacos de basebol

Não considero nada fácil quando temos de dizer a palavra "adeus" e não queremos, embora saibamos perfeitamente, que é o melhor a ser feito. O "adeus" tem sempre, a meu vêr, um caracter definitivo, permanente, e isto num contexto emocional, quando sabemos que temos a perder o que mais gostamos mesmo quando isso nos faz mal é uma decisão tão amarga que andamos mais do que uma infinidade de tempos para tomar a decisão acertada.
Estas ideias surgem-me agora porque tenho uma grande amiga minha que tomou essa decisão agora, depois de passar por uma tortura de dois anos, depois de ter lutado, literalmente, contra tudo e todos pois ele atravessava um processo de divórcio. As pessoas "cairam" em cima dela, a culpa subitamente passou a ser dela, não da esposa dele que o traía a descarada, ninguém sabia, ele não a defendeu em situação alguma e mesmo assim ela, passivamente, esperou por ele. Passados dois anos, quando supostamente as coisas já haviam de estar regularizadas, juntos, num clima de amor e paixão...blábláblá...zero! Sabem quando nos filmes aparece uma cena romantica, com a musica da Celine Dion, para atingir aquele nível de nojo irremediável, e subitamente calam a mulher?! Foi assim, não houve final com pôr do sol a beira mar, nem tão pouco mariachis a passarinhar a beira deles...pelo amor de Deus esta relação foi mais um passeio a Cova da Moura com direito a tiroteiro e tudo! Ele agrediu-a não só emocionalmente, pois deleitava-se frequentemente a insulta-la e a humilha-la a frente fosse de quem fosse, excepto a frente da mãe dela pois a senhora deitava-lhe gasolina em cima, como a empurrou diversas vezes, segurou-lhe e apertou-lhe os braços até ficarem negros em outras situações, e ela sempre a calar-se, a omitir das pessoas o que acontecia, porque tinha lutado tanto, tinha esperado tanto tempo para ficar com ele, tinha vergonha de dizer as pessoas. Vergonha???? Isso devia ter ele, por descarregar em cima da única pessoa que o estimava a merda que é, por ser capaz de se deitar ao lado de uma mulher que, é simplesmente fantástica e, resumi-la no dia a seguir a um lixo pela qual não se tem respeito algum. Isto a mim doi-me, não só porque ela é minha amiga, mas porque ela é indefesa, porque não tem um pai a altura que fizesse valer os seus deveres parentais e a defendesse como ela merece e merecia ter sido defendida, dói-me porque eu queria lhe partir todos os dentes com um taco de basebol e não pude, porque não sabia, e mesmo que soubesse...quem sou eu para chegar ao nível dele e resolver as coisas da forma mais rápida e eficaz, mas que no entanto, sabemos que não é a mais adequada?!
Falamos durante horas, chorou durante outras tantas, as mulheres nestas coisas reunem-se, é como um luto para todas, não sabemos o que é isto e o que fazer pois não é connosco, o sentimento que ela tem é pessoal e individual, a mim não me custa nada não voltar a falar para ele, ele a mim não me diz absolutamente nada, falava com ele porque ele namorava com a minha amiga, mas ela não, ela divertia-se com ele, ela desabafava com ele, partilhava a cama e a mesa, respeitava-o e ajudava-o, a ela sim, custa-lhe dizer a pessoa que mais amava "adeus".
Não sou feliz se as pessoas que amo não são felizes, somos amigas a uma década, todos os meus momentos importantes na vida estive com ela e ela partilhou-os comigo na alegria e na tristeza, a nossa amizade é forte e odeio saber que ela hoje se sente como a pessoa mais miserável no mundo e eu pouco ou nada posso fazer a não ser ouvir e mimar. Geralmente temos sempre aquele argumento, "se fosse comigo eu fazia...eu acontecia" mas, sabem isso é treta, provavelmente as coisas iriam acontecer da mesma forma porque, quando se ama, quando se ama mesmo a sério nós, deixamos andar, sempre na esperança que um dia, sim, um dia as coisas vão mudar e vão ser melhores. Ideia errada e um tanto ou quanto estúpida, pois quem nos maltrata uma vez, vai continuar a maltratar até ao momento em que os colocamos no seu devido lugar.
Tenho sempre fé no melhor das pessoas, no entanto elas insistem em deixar vir a tona o pior delas, o que nos torna supostamente diferente dos animais é segundo especialistas, um cérebro, e segundo esses mesmos especialistas que, foram capazes de dedicar a vida toda nestes estudos, ele serve para funcionar de forma racional! Mas quanto mais conheço as pessoas mais amo os animais, pois têm ainda a pureza que o ser humano nunca vai atingir, são eles a raça superior no meio disto tudo, nunca um animal ataca ou mata sem um motivo, ele faz por duas razões, para se defender ou para se alimentar. Agora expliquem-me porquê que um homem faz isto a uma mulher que nunca lhe fez mal algum?
Gostava que um dia todas as vitimas se pudessem defender dos seus agressores, deixassem de ser vitimas por uns breves instantes e tivessem nelas a força que nunca tiveram para poder dar o troco. A vingança não é um gesto bonito, mas acreditem que em algumas circunstâncias ela devia ser uma lei e um direito da pessoa, devolver com juros e correcção monetária tudo o que lhe fizeram.
Nunca deixem de devolver a chapada que vos dão, essa história do dar a outra face só mesmo Jesus deve ter conseguido fazer pois a bondade do homem era infinita, agora nós não somos Jesus e não temos que levar com as merdas dos outros só porque acordaram do lado errado da cama ou porque não somos o seu nível de perfeição, exige a ti o respeito que te é devido, mantem-te fiel a ti mesmo pois os outros pouco se importam com o teu bem estar, neste mundo egoista e ordinário em que as pessoas subitamente resolveram viver defendermo-nos delas é o melhor que podemos fazer, aproveita e toma a coragem para defender também quem não consegue, existem sempre pessoas mais fortes do que outras e não é só fisicamente, se uma amiga ou um amigo precisar mesmo de defesa, não sejas o cobarde da história, só porque é mais cómodo, levanta-te e torna-te capaz de seres por um segundo que seja o escudo de alguém, é um gesto bonito e raro.
E este é o motivo pela qual existem tacos de basebol e eu adoro-os!

quinta-feira, setembro 20, 2007

Aparências


Os americanos são de facto pessoas estranhas...ou melhor, são demasiado práticos para o nosso modo de vida pacato, para além de se vestirem exageradamente mal! A hora de almoço, entre um café e um cigarro geralmente vêmos um programa da MTV, não me lembro agora do nome, até porque é uma patetice pegada e a gente só vê para se rir um pouco e esquecer o tédio do dia a dia. No entanto, assistimos todos tal e qual as velhas assistem telenovelas! Nesse programa o objectivo é arranjar um parceiro ou parceira para a outra pessoa, até têm a versão gay do programa o que torna as coisas bem mais engraçadas, porque nunca falam muito deles por cá, temos uma mente um tanto ou quanto para o atrasado e como tal quando não nos cheira, simplesmente fingimos que não existe, é mais fácil.

A parte que me captou a atenção foi a de um rapaz que teria de escolher entre 5 candidatas aquela com a qual ele ia ficar, as concorrentes ganhavam dinheiro mediante o tempo que ele passava com elas, era um "date" normalissimo tirando a parte em que elas eram pagas e elas faziam de tudo para o agradar para não ouvirem a palavra "next" porque se ouvissem significava que tinham ido a vida! A primeira acho que nem "olá" lhe chegou a dizer, saida da casca a rapariga, mal solta o cabelo ele disse logo..."next", nem imaginam a cara de horror dela, se já é lixado ser desprezada o dia a dia, agora imaginem lá a versão em directo!! E foi um idiota chapado com todas elas, fez-lhes fazer coisas absurdas, desde malabarismos a deixarem-se ser pintadas a toa, elas feitas burras e, a vêr cifrões, admitiram de quase tudo, o mais estranho disto é que quem acaba por ficar com o presunto foi uma gaja loira, mamalhuda que tinha trabalhado no Hooters...para bom entendedor, a palavra Hooters já justifica perfeitamente a escolha, os americanos seguem um tipo de beleza entre eles, ou seja, as mulheres que trabalham no Hooters têm sempre grandes atributos fisicos...nomeadamente as boias de salvação! Ela não abriu a boca, ela não teve de se sujeitar a nada, ela nem grunhui quando o conheceu, ele não lhe deu tempo, ele mal a viu disse logo que ficava com ela e nem quis vêr a gaja que se seguia que até era uma lesbica que alinhava em orgias e coisas assim...

Resumindo, não te adianta fazer a vontade a um homem com o intuito de o agradar e dele ficar contigo, ele tem basicamente a mãe dele para essas coisas, para ele ficar contigo, basta teres silicone, um bom decote, ser loira e trabalhar no Hooters...nada mais fácil!

Num mundo em que supostamente as aparências não deviam contar, temos de nos render as evidências e saber que, de facto, elas contam para tudo, elas são no fundo a tua definição, as pessoas não querem ir mais além disso, não se interessam pelos livros que lês, pela tua cultura artística, querem lá saber eles se consegues distinguir um Monet de um Manet...eles querem o status que a tua imagem lhes faculta, querem a tua aparência para demonstrar ao mundo o quão machos são, o quão sortudos são, o quão bem sucedidos são...e pensam eles que o conseguem através da silicone das tuas mamas, e da cor loiro platinado do teu cabelo...

Quanto mais conheço os homens, mais consigo compreender a criação da bomba atómica...

sexta-feira, agosto 31, 2007

Pertubação

Disseram-me que era uma pessoa pertubadora, que essencialmente os homens ao pé de mim não se sentiam a vontade e nunca conseguiam ser eles mesmos...
Estranho, estava habituada a pensar que era a estupidez deles natural e agora afinal a culpa é minha.
Geralmente dizem que se os erros ou os acontecimentos na tua vida se repetem várias vezes, a culpa não é dos outros, mas sim tua...se calhar é o que se passa comigo, o problema é mesmo meu, as coisas não funcionam porque eu é que sou uma pessoa dificil, com um feitio mau, eu é que sou pertubadora...blablabla...não, lamento não concordar, mas não, em mim não recai culpa alguma, nem tão pouco problema algum, são uma merda e nada do que eu possa dizer em favor alivia isso...
Disseram-me que era como uma Barbie...muito perfeitinha a olhos vistos, ou seja ofenderam-me...primeiro eu não sou estática, segundo, não sou perfeita em nada e ando bem longe disso, terceiro e graças a Deus, não sou loira nem o meu cabelo foi colocado com uma agulha...e quarto...ninguém tem um par de mamas tão grande resistente a força da gravidade...mas o problema, segundo estas cabecinhas, é que as Barbies ficam sozinhas porque ninguém se atreve a chegar ao pé delas, os homens preferem segundo eles as bonequinhas mais enfezadas e feínhas...
Cada vez mais sinto-me convicta que o estar solteiro para mim tem todo o sentido, falta algo muito sério para eu querer algo mais forte, falta convicção nas pessoas, falta verdade e honestidade e eu sinto isso quando se aproximam de mim, sei exactamente o que pretendem e adivinhem lá que não é jogar ao berlinde! Os homens comigo sempre tiveram um único problema, fraca vontade de serem sinceros e já agora corajosos. Dizem que conheço então as pessoas erradas, não, eu não as conheço de todo e a dada altura perco a vontade de as conhecer porque, no caso dos homens claro, perco o interesse neles mal me cheira a esturro, sou desconfiada por natureza e então afasto-me. Da forma como as pessoas se encaram nos dias de hoje mais vale resguardar o nosso melhor, o meu melhor não é para qualquer um, a dada altura eu sei que eu é que não consigo estar como eu sempre sou com eles porque eles é que me perturbam a cabeça, sempre pela negativa, tornam-se em princepes, e eu morro de amores pelo Shreck, porque ele ao menos é mais real do que qualquer princepezinho. Quando confio em alguém, mais tarde ou mais cedo eu, (só preciso de esperar), vejo que não são conforme dizem que são, fazem uma publicidade exagerada da pessoa que eles pensam que eu quero que eles sejam e depois rapidamente cai o pano e eu viro as costas no mesmo minuto para não mais olhar. Sou o contrário da esposa de Ló, a minha curisosidade não me leva a melhor, não sinto necessidade alguma de saber o que eu já sei, preenchendo os espaços da canalhice como eles tão bem fazem, eu simplesmente respiro fundo e volto a minha vida de sempre.
Culpam-me a mim por estar como estou, como se eu pudesse a dada altura ter agido de forma diferente, como se soubessem o que eu sei, se soubessem não pensavam isso de mim, não pensavam nada, não tinham que concordar comigo, tinham que saber que as pessoas não são nunca o que dizem ser.
Num dos meus efémeros namoros, as coisas aconteceram de tal forma que desde o inicio eu já sabia que não ia a lado algum, e estupidamente, porque na altura eu tinha sempre a mesma desculpa, eu gostava dele, então durante algum tempo eu aturei muita coisa, chamadas não atendidas, mensagens não respondidas, perguntas parvas, silêncio...desprezo...enfim, tudo aquilo que no inicio de um namoro nunca se tem, como tal, e abençoado telemovel, pequei nele, enfiei-lhe lá tudo o que eu queria dizer e pensava e num ápice eu tinha a minha consciência mais leve, mais tranquila, fiz o que devia ser feito, faço sempre, não sou de rodeios.
Depois dizem-me calmamente que tenho mau feitio...sim, mas, eu adoro o meu feitio, especialmente porque sei que ele não se muda a vontade dos outros, ele é constante no espaço e no tempo, ajuda-me a superar tudo o que eu tenho de enfrentar na vida, e nunca se queixa com as criticas, o meu feitio é mau e é bom, se calhar depende dos dias, das estações, da forma como o meu querido me diz bom dia, como a professora olha para mim ou como o chefe me pede algo. O meu feitio só a mim me diz respeito, ninguém tem de o fazer assunto.
Gosto de diálogos, monólogos tornam-se uma seca...as ideias das pessoas, honestamente, para mim, e só por acaso, sabem o que eu penso delas? São um tédio!!!
Sou honesta, sou frontal, digo o que tenho a ser dito e não mando recados, odeio recados, se acho que és uma merda, atreve-te a perguntar, vais ver se não te digo a verdade...

terça-feira, agosto 28, 2007

Férias e tudo o resto

Está confirmado...
Tivemos o pior verão de sempre! Ninguém no seu perfeito juizo pode dizer que este verão foi quente, ensolarado, brilhante...foi uma porcaria! Fez frio, choveu, tivemos dias nublados, ou seja não passamos do outono! Pode ser que em Dezembro possamos estar na praia a beber margarittas com um calor insuportável, mas cá para mim em Dezembro estamos enfiados todos num galciar algures no Pólo Norte pois deverá estar mais ameno que isto!
Safei-me porque fui aos Açores, tinha um tempo espectacular, mas mal chego cá ao belo do continente...Jasus!!
E por falar em "Jasus", fugindo um pouco ao assunto do tempo porque só significa que não temos mesmo assunto algum, fui ver o filme do "Evan, o Todo Poderoso", mais uma vez tenho de dizer que fui enganada pela porcaria das apresentações iniciais do filme, é uma merda, não vale nada, passei mais tempo a bocejar do que propriamente a rir pois as partes de rir já eu as tinha visto e se soubesse que era assim não o tinha ido ver de certeza! Por outro lado, numa noite de tédio fui alugar o "Borat", a expressão "fudi-me a rir" adequa-se literalmente ao filme, pois foi do inicio ao fim, existem pessoas que possivelmente estranham o humor dele, mas eu sempre fui fan do actor, ja quando ele fazia de Ali G, o Sacha Baron Cohen, que é o actor que faz estas personagens, dava cabo do meu sentido de humor de tão ordinário que é, do mais baixo nível, do mais exposto que alguém consegue ser, mas se retirarmos toda aquela alegoria, é igualmente do mais honesto que existe...a mensagem está lá a olhos abertos!
Fiz anos a pouco tempo, e como tal, aos 30 anos o meu pai adorado resolveu oferecer-me a sua mais nova forma de controle, a internet...agora tenho da "net que passeia" e ele tem da "net de casa", então agora pretende marcar horários para conversar...e eu tal qual filha amiga lá lhe faço a vontade, mas depois lixa-me, pergunta sobre tudo o que tem a haver com a internet, repito as coisas 300 vezes, é quase como quando lhe ofereci o telemóvel dele, até chegar a parte das mensagens já tinha esgotado a paciência de toda a gente lá de casa...deve ser das teclas!!! O homem fica possuido por um demônio mau e toca de me perguntar até para que serve a tecla da seta verde!!!!
Outra coisa que me enervou profundamente nestas férias foi o João Jardim, como sabem, odeio politica e politicos, são literalmente pessoas que não pertencem ao meu circulo de amigos e como tal não lhes ligo, mas, de vez em quando oiço bacuradas desta gente, e este senhor, que é nada mais, nada menos que um tolinho, consegue ser o campeão delas! A ultima dele foi criticar em praça pública, tal qual um inquisidor, a permissão ou melhor a suposta permissão para os casamentos entre homossexuais...parecia um labrego! Isto vindo de um gajo que se mascára no carnaval de mulher, dança a noite toda bêbado que nem um cacho...diz disparates atrás de disparates...deita pedras ao ar quando tem telhados de vidro! As vezes é preciso vêr onde ela acerta, não vá ela se armar em cabra e cair-lhe nos cornos! Não aprecio falsos moralistas, hipócritas não ganham nada comigo e já os cheiro a distância, e já agora, porque não podem eles também casar?? Possivelmente deve ter medo que fiquem melhor de vestido do que ele, o que não é dificil, qualquer Gnu, consegue um efeito bem mais apelativo que ele.
Ah! Demonstrei igualmente, mais uma vez, a minha teoria do skate, nem vou comentar, apenas quero que fique registado para quando for velha saber que foi nesta altura...já nem me lembro do nome também...
Estive em casa uma semana...eu nem sei se vale a pena falar sobre o trauma, mas o meu psicologo insiste que eu devo desabafar, então cá vai: Acordava sempre por volta das 10, com a minha mãe a olhar para mim quieta...ela ainda pensa que eu tenho 3 meses e posso morrer de morte subita, mais uma vez sai de lá a rebolar, o conceito de andar fica para trás porque eu enfardo como gente grande e depois olho para o pretuberante pneu que se avizinha com alguma apreensão...desde que consiga ainda ver as pernas, ando animada. O máximo de ruido na terra, foi como sempre a carroça dos bois, é única e claro o mais parecido com um sismo. O meu gato, é um prostituto barato, anda magro e escanzelado que até mete raiva, mas para comer...o bichano tá pela hora da morte, ele deve pensar que no céu não existe sexo, ora os anjos não têm sexo e ele faz contas a vida, marcha tudo, pneus do carro...postes...pernas...eventualmente lá se roça numa gata...leva porrada de todos, inclusive da mãe dele e está confirmado que ele não tem 7 vidas, tem para aí umas 500...
Continuo a odiar abelhas...elas em casa são enormes!!!! Mas quem me fez a vida num inferno foram as melgas, andei quase sempre pedrada com tanto Raid que punha lá em casa e nada das putas morrerem! Ja lhe ganharam o gosto e agora não querem mais nada! Ah! Matei imensas moscas, acho giro o facto de com um jornal ou revista nunca acertar nem uma, mas agora com o mata moscas...sou uma máquina! Tive um jantar com a familia, depois as primas queriam ir a discoteca...outra vez a mesma!!! Não fui! Existem sitios mais fixes, mas elas insistem sempre no mesmo...e desta vez rebelei-me! Há que manter a postura! Fui para casa levar festinhas da minha mãe e foi bem melhor:)
Apaixonei-me...pelos Açores!!! Já referi isso algures não??? Ehehehehe!!!

OS AÇORES...

Estive uma semana na fantástica ilha da Terceira, nos Açores...

Sai de lá, apaixonada...deslumbrada...animada...é o melhor sitio do mundo!

Do azul imenso, da natureza mais forte e viva, da paixão que te invade pois te sentes completamente fora deste universo...eu posso dizer, com toda a segurança que o meu discernimento me permite que eu nos Açores, fui mais feliz do que algum dia fui na vida!


quarta-feira, julho 11, 2007

Os belos 30!!!

Epaaa!! Tou quase nos 30!! Já canto uma espécie de vitória, a maior parte das pessoas, ou melhor, das mulheres ficaria completamente deprimida com a chegada dos 30, mas eu não, eu tenho uma certa alegria com os 30! É uma data ou uma idade como outra qualquer, não me assusta nada a velhice, assustam-me no entanto as cadeiras de rodas e as fraldas, mas aos 30 ainda nem me preocupo muito com isso a anão ser que me caia um poste em cima...
Adoro acima de tudo uma coisa, fazer anos! O dia 20 de Agosto para mim é um dia lindo, é o melhor dia do ano, nesse dia, (bem melhor que o Natal pois é só meu), as pessoas que gostam de mim, lembram-se de mim, as que não gostam também!! Ou seja sou quase mundialmente famosa!!
Gosto do meu aniversario, especialmente porque é um número par, num mês de verão, com o melhor signo do zodiáco...e nesse dia eu só choro de alegria pois é sinal que sobrevivi a mais um ano nesta maldita terra...prova evidente da minha resistência fantástica! As outras pessoas que eu conheci que nasciam no mesmo dia que eu eram um pouco para o neurótico, ou seja, têm elevadas probabilidades de vir a conhecer o Julio de Matos por dentro, very upclose and personal!! Vendo as coisas por esse lado, também eu...de certo modo, dado que vou lá parar nalgum estágio maluco de psicologia!
Uma vez perguntaram a Madonna como ela se sentia quando fez os 30 anos, pois as outras já diziam que estava velha, ao que ela responde com a graciosidade de sempre: " Velha??? Tomara elas chegarem a minha idade com o meu aspecto!! Guardem bem os vossos namorados!!" LOL!! Se a genética não me falhar, o herpes labial não me lixar a vida, os 30 vão me afectar tanto como os 2o me afectaram...faço uma festa enorme com os meus pais, como do melhor bolo que existe a face da terra feito pela minha mãe, bebo champagne, sim do bom pois tenho o belo do Moet guardado especialmente para isso, vou dançar a noite toda com as minhas primas, visto um vestido novo fantástico que nunca esta gente viu na vida, e acima de tudo...festejo estár viva e com toda a gente que eu amo a minha volta!!
Por isso venham eles, eu estou mais do que pronta, e desejando o melhor dia do ano como nunca!!! Medo?? Medo tenho eu de abelhas e ainda cá ando pá!!!

Preto no Branco...

Como tens tu a certeza que as coisas que sentes são reais, ou são ficticias? Como tens tu a certeza que o que sentes hoje ao olhar para os olhos dele será o mesmo amanhã ou para a semana que vem, ou sequer daqui a dois anos???
Ok...não tens!
Porque para além de te questionares a ti mesma, também o fazes em relação a ele, dizes sempre que dás na medida em que recebes, e tens sempre medo de exagerar no que dás e por isso vais faseando a dosagem para hipnotisar a fera delicadamente...tens a técnica, um passo em frente e dois para trás...ou seja, hoje dás-lhes muitos beijos, incendeias o homem até a exaustão, mas amanhã tens o telemóvel desligado o dia todo...
As coisas deviam ser sempre preto no branco, queres tudo bem, não queres eu cá me safo, não gosto de rodeios, eu sou assim, quando quero, quero mesmo, se não quero, nem sob ameaça de espancamento eu vou lá, detesto que me pressionem a algo que eu não quero, não procuro ou não preciso, é como se fossem os gajos que batem na porta para te vender telemóveis quando tu já tens uns 30 em casa!
Nos dias de hoje eu, como observadora permanente de relações fracassadas e afins, tenho me apercebido que cada vez mais as coisas no inicio, nas primeiras horas, são o conto de fadas, de sonho, de qualquer pessoa ( deve ser o efeito do Axe), mas é efémero, pois passando esse efeito tens um problema a braços, começas a pensar na maior questão de todas: "De onde é que eu te conheço?", ou seja, beijas, dizes que amas, que adoras, passeias, comes e dormes...com alguém que não conheces de parte alguma!!!!
E eis que me pergunto eu então, como podes tu amar algo que não conheces? A meu vêr se, não conheces, não consegues confiar pois não sabes reconhecer os limites e as tentações que o invadem, não sabes como age, logo nunca te é previsível...e, se não confias, como podes tu respeitar alguém assim?? Hitler, no meio daquela insanidade dele toda, uma vez disse: "And I can fight only for something that I love, love only what I respect, and respect only what I at least know." (E so posso lutar por algo que amo, amar apenas o que respeito, e respeitar somente o que conheço) , limitado o rapaz, mas não deixou de dizer algo que eu ao vêr de relance me ficou na cabeça para sempre e tem sido a frase que me mais me acompanha na vida...
Conheço realmente muito pouca gente, vou conhecendo, com o tempo que tenho, com as coisas que vão acontecendo, uns somos capazes de eventualmente pensar que seriam amores perfeitos, logo a partida, mas sabem, uma coisa também é verdade, não existem amores perfeitos, nem relações perfeitas, a gente basicamente atura-se!!! Tem de ser, temos de fazer sempre um esforço que por mais pequeno ou grandioso que seja é o que faz a engrenagem do amor funcionar e arrastar-se por décadas...
Por isso, para me apaixonar, para te apaixonares, pensa sempre até que ponto conheces a pessoa, até ponto confias nela, até que ponto a respeitas...e se lutarias para a ter contigo! Uma vez eu disse que não lutava por mais ninguém, ainda não mudei a minha ideia...não sei porque cargas de água, sou um espirito de contrariedade e gosto muito mesmo de o ser...

terça-feira, julho 10, 2007

O Inferno tem nome!

Ora bem, não tenho msn...e por isso escrevo no blog, ou seja, quem não tem cão, provavelmente recorre ao gato!
Tenho estado bem afastada das "internetes", não que me afecte, sinceramente, já acho isto tudo uma seca descomunal de quem não tem mesmo mais nada para fazer.
Uma coisa vos digo, o inferno tem nome e começa por um B...senão...vejam lá:
Estou a espera das férias, como um camelo por água no deserto e por falar em deserto...estive mais de uma semana em Beja, foi um convite...convite este que me fez amargar provavelmente a pior semana da minha vida!!! Comi razoavelmente mal, pois acho que não conseguia comer pior que aquilo que comi, a não se que me tivessem dado raspas ou poeira e mesmo assim era ela por ela. Dormir nem se fala, estive rodeada de uma panóplia variada de insectos e como tenho um sangue meio para o doce foi uma festa digna de se vêr, até porque tenho marcas, aliás, visto por este prisma, eu tenho mais marcas do que corpinho!! É uma terra amaldiçoada, agora por mim também, o calor é tão forte durante o dia que as pessoas já não suam, a noção de dilúvio foi lá que começou, tomas banho e dois minutos depois continuas molhado, pois a água tem tendência a fugir de ti por todo e qualquer poro que tenhas no corpo, é como se deve sentir um porco com um espeto no cu a grelhar, diga-se de passagem que eu tive essa sensação todos os malditos dias que lá estive, só faltou mesmo o espeto e mesmo assim... As pessoas...bem, as pessoas são lentas, em tudo, esperas e apanhas secas valentes por duas razões, por tudo e por nada!!! Colocam-te em mesas a beira da porta, não dizem obrigado nem tão pouco com licença, as mulheres e aí vão me desculpar, são uns trambolhinhos patéticos com cus enormes que se pavoneiam ao final do dia pela cidade, fingindo fazer algum tipo de desporto, meia duzia daqueles cus e têm a discoteca cheia!! Olham para as outras como se fossem bichos do mato, quando elas é que deviam rever o estilista a que recorrem, pois verdade seja dita, vai te lá vestir mal como a merda ao fim do mundo...ah! Beja é o fim do mundo é verdade, os homens por outro lado conseguem ser infinitamente...piores, eles não são feios, isso era eu a ser indelicada com aquela gaja nariguda que faz os filmes do Almodovar, eles ultrapassam o conceito de horror, de nauséa...pelo amor de Deus, será que não têm dentistas por lá??? E ninguém lhes disse que o pé de gesso (meia branca com a raquete de lado) é deprimente???? É que dava um certo jeito já terem dentes, nem sequer me vou referir a cirurgiões plásticos pois então aí era o descalabro total!!! E já agora trocarem de meias ou quem sabe renascerem de novo!!!!! Nem o pastor da reportagem da sic conseguia ser tão absurdo como o que se vê por lá, o estado normal deles a noite, nem é estupido, nem parvo, é bêbado, e daqueles bêbados maus que pensam que são os maiores e dançam como se tivessem levado choques electricos e caiem ao chão e vomitam-se e...como diz o outro "Tens uma maneira esssquesita de falar"!! Por falar em noite, essa também é de uma pessoa se passar, mas qual noite?? Noite, só se for pelo céu estar escuro e estar um frio de merda que nem te aguentas nas canetas, a discoteca lá fecha as 4 da manhã, a musica é do século passado com umas misturas que nem o diabo a cagar se lembra delas, nem em Trás o Montes (minha origem) a noite é assim! Quando sais, geralmente queres sempre comer qualquer coisa, um petisco, uma bifana...ar???? Pois é mesmo ar que tens ou então vais as bombas que te lixas enfardar uns donuts e com sorte pois em mais lado algum encontras o que comer!! Aquilo supostamente é a capital de distrito...pois de capital só deve ter mesmo a localização no mapa, de resto puff...Sim, eu sou muito critica...que se lixe, eles são mesmo assim. Achei estranho, ao inicio, uma cidade em que se vê tanta gente a caminhar ao final do dia a terem um índice de obesidade tão elevado, pudera, depois vi as filas para o MacDonalds e percebi porque têm cus daquele tamanho!!! Se eu disser que odiei lá estar, estou a ser de facto muito condescendente com o meu próprio sofrimento!
Mas...gostei da convivência, do espirito de equipa, da entreajuda, blá blá blá blá...daquelas coisas que eu gosto e que a maior parte considera um aborrecimento enorme porque o egoismo citadino não nos permite pensar de outra forma, eu sou uma country girl e quem me desse com um taco de basebol fazia um favor a pátria!!
Os tractores de Beja têm as maiores rodas que eu já vi na minha vida, tinha de dizer isto, foi a coisa mais impressionante na terra, ahhh! E passam fardos de palha em plena cidade...
De certo que as rodas são tão grandes para vêr se apanham alguma aragem mais fresca, não tenho outra explicação para aquele tamanho desmesurado, aquilo não eram rodas, aquilo eram roldanas de barragens ultra desenvolvidas! Os fardos de palha...bem esses devem constar de alguma ementa especial deles!!
Continuo a odiar Beja...vai ser uma coisa que me vai perseguir até ao final dos meus dias, graças a Deus que não tenho de lá voltar muito mais vezes, se não cortava os pulsos na hora em que soubesse que tinha de passar por lá!!!
Ah! Eles têm dois tipos de castelos, um que se vê ao longe, e outro perto de uma rotunda bem pequenino, parecia que estava em Coimbra no Portugal dos Pequeninos, mesmo ao pé do cemitério eis que se encontra essa maravilha da arquitectura portuguesa!
Por isso, quando virem a placa a dizer 30 km para Beja, virem na primeira a direita, vão ter logo a outro lado qualquer e de certo que será só, e isto sou eu a ser extremamente benevolente, uma experiência bem melhor, pois acabaram de se afastar do verdadeiro conceito de inferno!

quarta-feira, maio 16, 2007

Quando voltamos a casa...

Tinha 21 anos, volto com 30, quase 10 anos têm um efeito na vida das pessoas que a dada altura se torna tão assustador como real. Pensamos muitas vezes que pouco mudou, mas então reencontramos os nossos amigos e sabemos logo que tudo mudou, que nós mudamos também. Nada no mundo é inalterável!
Encontrei-os rápido, eles lá foram surgindo como se a noticia de eu estar de volta fosse a peste negra e se espalhou por todo o lado, e de todo o lado os meus amigos de sempre vieram. Um por um, encontrei-os!
Gosto de os vêr nos fatinhos de engenheiros, com os filhos que lhes seguram as mãos, gosto de os vêr casados ainda com as namoradas do secundário, prova viva que existem coisas que são mesmo feitas para durar, gosto de conversar com eles por horas e, pensar e, rir das coisas que faziamos e pensavamos, do que seria mais importante para o futuro, do que realmente contaria para a nossa felicidade, das coisas que queriamos viver custasse o que custasse...
Sempre disse que voltava...
Cheirar as vinhas do Douro, sentir o calor que estala a terra e faz com que fique mais verde do que nunca, abraçar os meus pais, dormir na minha cama, ter posse segura finalmente do meu mundo e saber ou pelo menos desejar, por um segundo que seja, que estou onde pertenço estar, pelo menos por enquanto, pois uma alma irrequiéta, eternamente insatisfeita, não tem raizes nem fundações, vai com o vento, com as marés.
As coisas mudaram, as pessoas mudaram, mas permanece ainda aquele sorriso de traquinice que tinhamos, com os nossos 30 anos apreciamos o mesmo que apreciavamos a uns bons 15 anos atrás, podemos ter namorados, maridos e filhos, e trabalhos de uma imensa responsabilidade...mas no fundo, quando nos juntamos, somos ainda os putos da escola que fumavam as escondidas na casa de banho, mandavamos postais do dia dos namorados uns aos outros em segredo, jogavamos a bola e chateavamo-nos quando perdiamos, somos ainda os putos com medo dos exames nacionais, ainda os mesmo putos que mergulhavam no rio vestidos mal o sol aquecesse a água...eramos amigos, permanecemos amigos apesar do silêncio, da distância, da não presença na vida uns dos outros.
Quando voltamos a casa, voltamos não só ao espaço, mas a uma dimensão muito superior a nós próprios, voltamos ao passado por breves instantes e podemos parecer tolinhos quando sorrimos sozinhos, mas sabemos sempre porque o fazemos, porque os nossos amigos o fazem também.

terça-feira, maio 15, 2007

O "luto"

Hoje estive a conversa, ela tem mais de 40 anos, tem uma vivência terrível, conseguimos de facto admirar a pessoa em si, não por aquilo que alcança, mas pelas ideias e pela honestidade com que as diz, acho sempre isso muito importante.
Ela disse "o maior erro que uma pessoa faz é envolver-se com alguém que termina uma relação a pouco tempo", seja casamento ou um simples namoro o nosso maior erro será ser de facto a pessoa que se segue.
As pessoas precisam de um período de "luto", de chorar o que termina sem pensarem que precisam logo de algo para ocupar o vazio, precisam de tempo para equilibrar o seu ecossistema, organizar a vida de outra forma, mudar os hábitos, criar novas manias, ter objectivos alterados e mais vivos do que nunca na cabeça.
Não se trata de traumas, mas de apenas atingir a capacidade de viver a vida de novo, sem a presença ou ausência de alguém, contar apenas conosco próprios, pensar se erramos, no que é que erramos, tentar vêr ou perceber no que é que os outros erraram, pois não devemos ficar com as culpas de tudo o que acontece, pois numa relação existem duas pessoas e se algo como uma separação acontece é porque os dois tiveram culpa. Então ficamos bem é recolhidos a um novo mundo que aos poucos vamos criando, sem deixar ninguém entrar, vamos pôr a disposição da casa conforme queremos e mudamos os cheiros que tinha anteriormente, puxamos um pouco pelo lado criativo e empenhamo-nos mais nas coisas que antes deixavamos de lado, cuidamos essencialmente de nós e de mais ninguém. Numa relação passamos sempre muito tempo no "nós" mas quando ela termina é a altura do "eu" e enquanto isso for tudo o que nos importa será realmente mau para quem se aproxima de nós e tem sentimentos acerca de nós, pois simplesmente o outro lado, o nosso lado, não quer, não precisa, está perdido nas coisas do passado, a tentar recompor a vida, não precisa de ter mais sentimentos confusos, até porque não é de estranhar que as relações que seguem logo tenham um tempo de duração curtissímo, pois passamos a vida em comparações e a pensar cá para nós que antes não era assim, mas nós até gostavamos da forma como era antes e não queremos que mude, afastamo-nos, não devolvemos o que em outra situação poderiamos devolver, nós não queremos dar, nem receber tão pouco, pois o que se recebe é sempre alvo de criticas macrabas! Queremos o silêncio...
Quando terminei a minha relação de 5 anos estudei mais num ano do que em dois!
As que se seguiram foram uma espécie de treino, comparei sempre, coisas boas, coisas más, tive de perder esse vício para poder seguir com a minha vida como agora a tenho, tive de passar algum tempo comigo, habituar-me ao meu "eu" sozinho a divertir-me comigo mesma, a repensar certas coisas por mim, a ser finalmente egoísta, merecia isso, agora sim, agora posso dizer que estou bem, como nunca estive algum dia desde a dois anos para cá, mas literalmente sinto-me completa, aprendi com os meus erros, acertei ponteiros, ganhei auto-estima até dizer enough! Emagreci, eduquei-me, melhorei os meus objectivos, atingi a maioria deles e tenho outros na forja com uma ansiedade terrível de os levar a bom porto...eu descobri-me!
O período de "luto" geralmente é feito em grande turbulência, nem sempre acontecem coisas boas de facto, mas se a dada altura abrir-mos os olhos aprendemos com os erros e com tudo o que já temos no "curriculo" então vamos conseguir de facto voltar não ao mesmo que eramos na altura da relação, mas a uma nova versão de nós, melhorada, digamos que aperfeiçoada...
A maturidade não vem de um dia para o outro e conseguir ter e manter o que eu considero uma relação perfeita ou boa, porque nada neste mundo é perfeito, demora muito tempo, dá muito trabalho, mas as vezes da-mos voltas de 360º pois quando abrirmos os olhos estamos de facto no mesmo sitio, o que, se pensarmos que nos faz bem, não será considerado mau de todo somos então mais felizes, mais sorridentes...mais completos!

quinta-feira, maio 10, 2007

Gostava de poder mudar as regras do mundo, ser uma espécie de fada cujo trabalho seria de facto dar algum sentido a vida das pessoas. Não sinto de forma alguma que a minha vida não o tenha, mas o meu lado nada egoista de olhar para as outras pessoas permite-me pensar não só em mim mas em tudo e em todos que me rodeiam, com a qual interajo, ou mesmo em relação ás pessoas que vejo simplesmente passar na rua. Tal obviamente não é possível, isto é tão só uma daquelas coisas que nos passa pela cabeça quando estamos cansados de injustiças, a mim cansa-me o mundo...
Não percebo porque uns têm jactos particulares e outros ainda andam de carroça de burro, em tudo no mundo temos o 8 e o 80, o meio termo nunca chega a andar de burro porque passa a miserável existência toda a trabalhar que nem um cão, mas também por mais que trabalhe, sabe perfeitamente que é só para não andar de burro pois nunca consegue alcançar só com o trabalho o jacto particular, limita-se a andar de triciclo.
Seria tão bom que todos pudessem ter o mesmo, de igual forma, uma espécie de comunismo educado, onde todos teriam as mesmas oportunidades, as mesmas posses, provavelmente se assim fosse teriamos um equilíbrio, ou não, lamentavelmente a cupla disto tudo é tão somente nossa, a vontade de ter sempre mais, ser sempre mais, como se fosse exigido uma espécie de superioridade para com os outros. Falta tanta humanidade...na minha futura profissão, que supostamente seriam os profissionais que deveriam conhecer melhor o conceito, falta, e eu sei disso tão bem, médicos e enfermeiros com uma frieza tão grande dentro deles, incapazes de ter um gesto, uma gentileza, a quem tanto sofre, incapazes de reconhecer que naquele mesmo lugar vão parar, em situações melhores ou piores, mas que caiem lá todos caiem, e mesmo assim não são capazes de ser o que gostariam que fossem para eles. Ganham autênticos balurdios, têm a confiança das pessoas a um nível elevadissímo, e mesmo assim muitos deles, não digo todos, são uns valentes parvalhões no tratamento e ainda se dão ao luxo de meterem o pés a força toda, tudo porque tinham boas notas, o pai até tinha dinheiro para o formar e porque não ser médico ou enfermeiro? Ganha-se bem e tudo!!! E onde está aquela parte do "vou tratar seres humanos como eu?"...pois, perdida algures nos grandes calhamassos de anatomia que têm de decorar.
Os políticos apresentam-se todos bonitinhos, enfiados em grandes fatos com belas gravatinhas a condizer, dizem eles que são formados, eu já tenho as minhas dúvidas, e falam, dissertam por horas se for necessário, para serem eleitos falam de medidas que poucos percebem que irão tomar, com um parafraseado todo elaborado e correcto em pontuação. Depois falam em apertar os cintos, em crises que têm de ser superadas, pois...essas crises são superadas a custa do trabalho do povo, dos impostos enormes que pagam, mas tem de ser assim segundo eles, não me explicam a mim e aos outros porque têm eles então o ordenado que têm, nem tão pouco porque as férias deles são passadas fora do país, nem porque eles têm direito a carros bons, a horários fixes no trabalho...são os verdadeiros especiais de corrida! Acreditar num politico será a mesma coisa que acreditar que o Pai Natal existe, é tudo pura publicidade em determinada altura do ano, mas o raio do velho barbudo ainda anima as crianças e esses chulos animam quem?
Nem todos podem ser patrões, ou chefes, é um facto que nunca se pode discutir, capacidades e limitações todos nós as temos, mas eu penso como será a consciência de algumas pessoas, donos de empresas e de fábricas, que exploram as pessoas que contribuem para a sua própria riqueza, como conseguem dormir a noite? Como lhes surge a eles a paz que tanto lhes aparece na tromba? Será que é assim tão dificil ser humilde e apreciar o trabalho dos outros e devolver de alguma forma o bem que nos fazem? Vejo todos os dias a mulheres que trabalham por cá na área da limpeza, o desânimo patente no rosto delas, ao final do mês têm sempre duvida se a empresa lhes paga ou não, se ficarem doentes vêm trabalhar a mesma pois não pagam baixas, eu oiço elas a falarem entre elas, a perguntarem umas as outras se serão capazes de ter dinheiro para pagar a casa no final do mês, ou se conseguem juntar dinheiro para os livros dos meninos no inicio do ano, também elas são mães e têm todo o direito que quererem um futuro diferente para os filhos delas, mas esse futuro aparece-lhes a frente tão incerto como o delas mesmo.
Não acredito que isto seja exclusivo nesta parte do mundo, até os que trabalham fora daqui e que no verão cá aparecem com ares de importância sabem bem o que lhes custa o ano inteiro a trabalhar que nem escravos em condições tão más que muitos se perguntam como ainda o suportam, nada é diferente neste mundo, muda o nome do país e a lingua mas de resto o tratamento normal de um ser humano para o outro é sempre o mesmo, são maus, são injustos, são arrogantes...ninguém levanta a mão para ajudar ninguém.
Uma vez vi num filme uma personagem que dizia "a riqueza a mim cansa-me", confesso que me ri, imaginei tanta coisa egoista que poderia fazer com aquela quantidade de dinheiro, claro, não vou dizer que pensei nos outros que não conheço, pensei em mim e nos meus, no meu bem estar, nas minhas coisas, porque no fundo somos todos educados para o egoísmo, porque se ser rico cansa, ser pobre cansa muito mais e ninguém neste mundo quando tem algo, dinheiro nomeadamente, quer alguma vez mais pensar em pobreza? A pobreza fica bem escondida, longe dos olhos das pessoas, com a pobreza vem a falta de educação, a violência, o crime...pensam geralmente assim, mas posso dizer que também já vi muito rico burro que nem uma porta porque o dinheiro pode comprar livros, mas não tos faz ler, vi muito filho de boa família bater nos pais, na mulher, nos filhos...e os ricos, também cometem crimes, de colarinho branco, crime mais refinados, mas também são apanhados e condenados e aí surge aquela ideia que eu adoro e gosto que eles pensem " Sou igual a qualquer outro", não é mais nem melhor, é simplesmente a mesma merdinha que é um pobre desgraçado que rouba ou que mata, um monstro.

segunda-feira, maio 07, 2007

Dediquei-me ao cinema este fim de semana, foi o melhor que fiz de facto, pois quando começa o sol a espreitar toda a gente resolve sair da toca e Lisboa fica um inferno em todo o lado. Vi uma série de filmes novos que me fizeram o gosto aos olhos, o "300" é de facto uma boa obra, não só pelo lado histórico, mas também pela forma como o filme é concebido, em termos gráficos é qualquer coisa de fantástico, existem passagens no filme de uma intensidade única, é um filme forte, bem conseguido realmente, e claro, não é todos os dias que podemos dizer que o Rodrigo Santoro está feio como cornos!!
Outro filme que gostei bastante também foi a versão moderna dos lobisomens, o "Sangue e Chocolate", claro que é um filme de fantasia, mas dentro da área, está de facto agradável e engraçado, nunca são os meus filmes preferidos, eu sou mais rapariga de vampiros, gosto de gajos de dentes grandes e bonitos, aquela coisa toda do pelo dos lobisomens incomoda um bocadinho. De qualquer forma neste filme o lobisomem não é um homem, é um belo lobo e se existe animal que é realmente bonito, o lobo está entre os primeiros, daí que considere a ideia do filme em si, muito original e nada aborrecida.
" Alpha Dog" também está bom, é o lado merdoso da juventude americana, e ainda por cima é baseado em factos reais, no inicio é uma seca terrível, custa um pouco a perceber para onde o filme se encaminha, mas depois de raptarem o miudo, basicamente fica tudo mais do que visto, embora o final seja um pouco surpreendente pois não contava com tanta maldade por parte das pessoas, especialmente miudos novos. Ainda bem que este filme provavelmente nunca será exposto em Portugal, não que goste de tapar o sol com a peneira, mas apenas acho que poucos miudos compreendem muitas vezes o que é certo e o que é errado e as vezes as mensagens que os filmes querem pôr cá para fora não são muitas vezes percebidas.
Seguiu-se o novo filme do Al Pacino! "88 Minutos", O homem de facto é um ícone do cinema, desde o Padrinho é impossível ver este homem num papel de porcaria, ele é simplesmente perfeito. O filme tem uma boa história, especialmente para quem gosta de serial killers e CSI, existem sempre algo de sublime na revelação de um crime, podemos até recear, pensar que não somos capazes, mas eu pelo menos falo por mim, gosto imenso de perceber a mente de um assassino. O filme simplesmente baralha-nos do princípio ao fim, sentimos uma ansiedade em descobrir quem está por detrás de tudo que se torna insuportável, desconfiamos de toda a gente e por vezes sentimos o que a personagem sente, este foi o meu preferido, sem duvida alguma.
Também já vi as Pragas...odiei! O filme de terror é basicamente um enorme zero, tem algumas coisas engraçadas de facto, é o filme com mais insectos que eu já vi na minha vida, nunca pensei que os gafanhotos pudessem ser armas mortíferas, mas de qualquer forma embora o argumento não esteja mal, acho que faltava um certo sal no raio do filme, algo que me fizesse levantar da cadeira...não conseguiu!
No final já via até a "Teia da Carlota"...ok, é perfeito para crianças! Porcos, aranhas, ovelhas, cavalos... a falar não é propriamente a minha ideia de um filme interessante, mas para quem tem crinacinhas é válido e para quem é racista e xenófobo também, tem uma boa lição de moral, algo que toda a gente já deveria saber a mais de dois séculos.
Não sou, de longe, critica alguma de cinema, mas todos temos sempre uma pequena noção do que gostamos de vêr, estes foram os filmeszinhos que eu tive a oportunidade de vêr, acreditem que ao olhar para os parques, para as praias, para os centros comerciais durante este fim de semana, de facto foi bem melhor agarrar-me as pipocas e dar asas a imaginação, ao menos ela não é empurrada no corredor, não lhe atiram areia para cima e claro, se andar muito, não pisa na porcaria de cão que inunda as nossas ruas, os nossos parques! É bom ficar em casa :)

segunda-feira, abril 23, 2007

E casar? Sim ou sopas??

Será que o casamento realmente resulta? Eu pensava que sim, porque não haveria de resultar quando eu tenho em casa os meus pais casados a mais de 30 anos? Ou as minhas avós que estiveram com os meus avôs até ao ultimo suspiro? No entanto, anos depois, e não sei se lamentavelmente, o casamento não é mais uma união de duas pessoas que realmente se amam, é basicamente um negócio! Penso assim porque com o passar dos tempos fui igualmente conhecendo outros casais, outras situações, não era mais um conto de fadas, era uma guerra, existem pessoas que mantêm uma relação pelos motivos mais absurdos a face da terra, consigo no entanto compreender que quando se tem filhos pequenos que seja dificil pensar em divórcio, muita coisa é colocada em questão, nomeadamente a felicidade dos filhos, mas será realmente uma criança ou adolescente mais feliz se a dada altura se aperceber que os pais apenas estão juntos por causa dela? Será que um filho não pensa na felicidade dos pais também? Creio que pensa, e em muitas situações existem casais que conseguem ainda manter as aparências de uma felicidade conjugal inexistente, no entanto com outros isso não acontece, pois entre muitos casais existe inclusive violência de ambas as partes, e já nem falo de fisica, mas sim de psicologica.
Não sei de facto o que mantém um casamento firme, apenas posso olhar para os meus pais e ficar feliz porque vejo que ao longo dos anos sempre foram muito unidos, verdadeiros companheiros em tudo, sem nunca nos excluirem de nada na vida deles. Muitos casais também não se separam definitivamente porque teriam de eventualmente dividir tudo o que possuem e para quem andou quase uma vida inteira a construir algo e depois resumir-se a 50% do que tinha acredito piamente que não seja a visão do paraíso, mas depois remetem-se a um canto, com uma vida pela metade também, pode não ser em termos materiais, mas em termos pessoais nunca atingem aquilo que sempre quiseram para eles próprios, é um deixa andar permanente, um comodismo cansativo que mais tarde ou mais cedo resulta em ruptura de certo, apenas adiam o inadiável.
Talvez por isso as pessoas demorem tempo a darem o nó, para alem de acharem necessário reunirem uma data de condições, sendo o trabalho estável a principal delas todas porque é isso que nos faculta financiamento para a vida, vem também aquela parte em que pensam, "será que te aguento realmente até ao final dos meus dias?" ou então no caso dos solteiros, "onde estás tu, que supostamente havias de me aturar até ao final dos teus dias?". Conheço pessoas fantásticas que a meu vêr podiam ter boas relações e bons casamentos, mas as vezes a compatibilidade neste campo é algo mesmo muito dificil de se conseguir, e as vezes impossivel em alguns casos.
A minha mãe sempre me disse que o segredo para um bom casamento era alguém ceder, tem de existir sempre alguém na relação que mantém a paz em casa, por isso o meu pai cede, a minha mãe vai cedendo, como se cada um soubesse exactamente o seu lugar em casa e na vida de cada um.
O sol quando nasce, nasce para todos, frase feita é um facto, mas verdadeira, todas as pessoas devem e podem lutar por aquilo que querem para si mesmas, têm todas as armas ao seu alcance, como toda a gente tem, se uma relação não funciona, possivelmente outras podem funcionar ou não, depende da energia que se quer dispender ao manter uma relação, se por outro lado optarem por ficarem consigo mesmos, porque julgam que não têm feitio para se sentirem presos ou amarrados a algo que não julgam ser bom, porque não? Sempre é melhor do que passar uma vida miserável com alguém que nunca nos entende, nem nos aceita o feitio. Temos antes de mais, antes de pensar em fazer alguém feliz ao nosso lado, pensar de facto se nós somos felizes connosco próprios, isso a mim, parece-me bem mais complicado...

quarta-feira, abril 18, 2007

O Pai dos meus Filhos


Isto tornou-se num assunto ferrado a hora do café um dia destes, todas nós diziamos o mesmo, e os rapazes tinham uma versão não menos simpática da mãe dos filhos deles, é engraçado vislumbrar um pouco do futuro que todos queremos que nos calhe. Queremos tudo o que não tivemos, imaginamos um personagem no qual tudo conta, menos o aspecto fisico! Não precisas de casar necessáriamente com o Brad Pitt e esperar que ele venha assim perfeitinho como o pai, negativo, no que se trata de pai para os filhos, nós queremos algo totalmente diferente, queremos um gajo fixe!

O pai dos nossos filhos tem de ser bem disposto, tem de brincar imenso com os filhos, tem que se sujar com eles e quando os vir com uma ferida no joelho não colocar aquele ar derrotista de quem não gosta que o menino caia ao chão, negativo, ajuda a tratar a ferida e diz-lhe "Tas a vêr? Já passou!" e faz com que ele volte a ir brincar com a mesma alegria. O pai dos meus filhos tem de ter tempo para eles, tem de lhe dar o exemplo e saber ser pontual e responsável quando assume um compromisso, as vezes na nossa vida profissional é complicado, somos basicamente atropelados a torto e a direito por questões que subitamente têm sempre de ser resolvidas na hora, e por isso deixamos sempre algo de lado, só não quero que seja o meu filho a ficar de lado, por isso o gajo que me emprestar o fantástico espermatozoide vai ter de se chegar a pedra e ser o pai que o meu filho merece que ele seja! Ou seja se ele diz que vai vêr o jogo dele de futebol, ele vai ser o primeiro a chegar a bancada e se levar ponpons ainda tem uns pontos extras na minha forma de eu o tratar, não quero desculpas a criança, quero a verdade, se sabe que não pode diz, não anda a volta e não inventa desculpas, diz a verdade, para o meu filho vêr isso como algo a seguir e ser igual quando crescer. È complicado para uma criança crescer com um pai que não admira, então o pai dos meus filhos tem de ser algo irrepreensível aos olhos deles, quero que lhes fale com meiguice, eles não são surdos, logo berros nem pensar! Mas quero que os eduque bem, que lhes transmita segurança e confiança, quero que eles com o pai saibam vêr o que é errado e o que é certo, quero um filho orgulhoso do que é mas ao mesmo tempo humilde e sempre ciente das suas possibilidades.

Não gosto de crianças mimadas, gosto de crianças que saibam ser crianças, não quero um filho que passe o tempo todo a jogar computador ou PS, isso para mim não é diversão, isso é perda de tempo, porque nunca aprende nada de jeito com essas coisas, eu nunca as tive e se houve alguém que adorou ser criança fui eu, quero que ele saiba se divertir com amigos, com os irmãos, com os primos, porque a socialização numa criança establece logo a partida um percurso totalmente diferente no futuro dele, quero um filho que veja o pai como um amigo, como eu vejo o meu, que lhe fale de tudo, como eu falo com meu, que se ponha no colo do pai e adormeça sossegado porque sabe que ele está lá para ele.

Quero também um pai que demonstre ao filho o quanto me ama, que me respeite sempre, para quando ele crescer não se transformar num machista ordinário que trata mal e usa as mulheres, quero um homem que veja as mulheres com respeito, saiba ser exigente nas suas escolhas mas que trate toda a gente com educação.

Quando se trata de escolher quem nos vai dar a maior alegria do mundo, um filho, nós mulheres pensamos quase todas desta forma, e com certeza que os homens pensam de forma parecida em relação as mães dos filhos deles, apenas queremos o melhor, queremos vê-los sempre a sorrir, a serem e a fazerem coisas que nós só imaginamos porque não podiamos ou não tinhamos recursos, não acredito no "dar tudo", mas acredito que nesse "dar tudo" se possa incluir muito amor, muito carinho que será mais do que o suficiente para fazer e ter uma familia feliz, o meu pai conseguiu...quero vêr agora o Pai dos Meus Filhos.

terça-feira, abril 03, 2007

A minha janela


Será que as janelas se abrem todos os dias?
Só para ver se o sol nasce...
Queria que dela entrasse vida,
o ar fresco da manhã,
o calor de um dia de verão.
Queria poder saltar por ela,
expulsar os meus fantasmas,
as minhas dores...
Ela encerra-se e eu não a sei abrir...
perra e fragil,
permanece intocável,
Como um monumento a minha condição,
deixa-me ver o mundo,
sem nunca poder fazer parte dele,
nunca o poder alterar,
nunca o poder colorir com um sorriso que seja...
Angel

quinta-feira, março 29, 2007

Soltar amarras!

"As vezes tenho a sensação que falo para uma parede...mas a parede ainda se cala!" Esta foi a frase de uma amiga minha! Então peguei nela e fomos "passear" pela cabeça de outras mulheres, ouvir e ler o que elas dizem, ao contrário do que os homens pensam, nós somos unidas, temos é tendência para resolver os nossos assuntos de formas diferentes, com as amigas!
Os homens não são o que nós imaginamos no inicio, quando os conhecemos, numa festa, num jantar, numa discoteca, são apenas hologramas , seleccionam um discurso diplomaticamente bem seleccionado para cada tipo de mulher e depois vomitam-nos em cima um chorrilho de coisas que nunca vão ser verdade, que nunca aconteceram, muitas vezes com promessas incluidas, sorrisinhos inocentes de quem não tem maldade ao falar de roupa interior, quando tudo o que querem, o objectivo final é simplesmente chegar a essa parte, a parte em que a tiram.
Depois de conseguirem o que querem, basicamente nem ouves a porta fechar, mas depois sentes que ela está trancada, pois já não te telefona pela manhã a dar os bons dias, depois já nem a meio da tarde, e ao final da noite sentes-te a mais parva de todas pois conseguiste passar o dia inteiro a olhar para um visor que simplesmente não recebia nada, quando ligas, está sempre cansado, ouves até bocejar a queixar-se do trabalho e de mais alguma coisa, sem que a dada altura nunca lhe passe sequer pela cabeça de te perguntar se estás bem, se o teu dia foi bom, a dada altura vais ao shopping e lá está ele de mão dada com outra...enfim, nessa parte eu sugiro que arrumem as malas, não se trata de desistir, trata-se de não insistir! A sanidade pessoal depende somente do quão fortes somos, da rapidez com que nos apercebemos de certas coisas e reagimos a elas, para que as coisas não piorem, para que dias assim não se transformem em semanas e semanas em meses, simplesmente mete uma coisa na cabeça, se ele faz isso, ele não gosta de ti. O egoismo da pessoas destroi toda e qualquer forma de amor, eu penso assim, se eu tenho tempo, no meio da minha confusão e vida atribulada de pegar no telemóvel para lhe ouvir a voz e saber como está, então ele tem a mesma possibilidade e se não o faz é porque simplesmente nem se lembra, eu não conto, se sai com outra pessoa e lhe dá a mão, pensa lá bem o que andas tu a fazer na vida dele, rigorosamente a perder o teu tempo, pois se eu sou fiel e posso me alegrar e ficar orgulhosa porque sempre o fui, ele também o tem de ser e, para isso e contra isso não existem argumentos, por isso quem dá o ponto final sou eu. Geralmente as mulheres insistem, e fartam-se de sofrer para depois se aperceberem que afinal ele era simplesmente mais um, como tantos outros bois que se encontra no pasto, sim, porque alguns deles comportam-se como os bois, depois de terem o que querem procuram novas pastagens, novas vacas também. Eu não fujo a regra, no entanto não sou assim tão casmurra, nem tão pouco me tenho em tão baixa conta para agora fazer de ervinha para um tipinho que nem se lembra do meu nome, os meus 30 anos já me permitem fazer algo melhor, permitem-me divertir-me, deixar o telemovel no quarto, sair com as minhas amigas, preocupar-me com o meu futuro, estar com a minha familia, viver no fundo a vida, eu já não insisto, pois reconheço que é de facto uma perda de tempo total, pois sei o que eu posso dar e posso ser, sei perfeitamente o amor que eu sei que mereço e quero, e não vou atrás, ele acontece simplesmente, ele agarra-se a mim e pede-me para ficar com ele, pois ele vai saber que sou eu, a tal, a pessoa que vai faze-lo mais feliz do que outra qualquer, ele vai ter certeza de tudo o que digo, de tudo o que sinto, porque a dada altura ele viu isso em mim, a minha verdade. Ou seja eu vivo na mesma pois o tempo escasseia e a dada altura tenho 90 anos e uma bengala como companhia e não quero olhar para trás e pensar que não fui feliz quando me foi dada a oportunidade para o fazer.
As relações são feitas para se viver na alegria e o amor se é para existir que venha de igual forma, na mesma porpoção, não é um dar 70% e o outro os outro 30%, não, se é para ser que seja a 200% pois assim atinge-se um objectivo! Na minha cabeça tudo subsiste porque tem um proposito, uma razão de ser, os casos mal resolvidos apenas servem, não de lição, mas de treino, calo, experiência, tinha de passar por isso para saber até que ponto eu chego e onde eu desenho os meus limites, para saber onde vou buscar as minhas forças e como saber usa-las.
O desprezo, a ignorância que dás são pequenos testes que fazemos, como aqueles das revistas cor de rosa, o homem que souber lidar com isso, souber insistir e fazer crer que é serio será de facto um princepe, pois se é para lutar, que se lute por algo que valha a pena e que sabemos de antemão que lutaria por nós, se esforçaria por nós, sem ser só para nos ver fazer um strip agarradas ao chuveiro lá de casa, mas porque gosta de nos ver sorrir ao lado dele, adora o cheiro da nossa pele e a forma como colocamos o cabelo ao deitar...a nossa forma de andar, de falar, adora ouvir as nossas ideias e fala, e comunga as dele com as nossas...será assim tão dificil??
Não me segurem a mão se não é para serem francos comigo, não me tentem enganar pois muito antes disso já eu saltei do barco, não sou cão para ter coleira e muito menos envergo a farda da conforlimpa para ser lorpa, uma coisa é certa, a alma deve e permanece inatingível. Sou sempre feliz por mais que me queiram ver ao contrário e era assim que eu gostava que tu te visses dentro de ti, reconhecesses o valor que tu carregas e que eu e as outras vemos em ti, saber que tu dás murros em pontas de facas, custa, pois nunca tiveste necessidade disso nem precisas mais de o continuar a fazer, a verdade está a vista, para tu veres e para todas nós vermos, só aceitamos essa condição se a vida for cruel ao ponto de não nos dar mais opções e mesmo assim, podes sempre dizer não, podes sempre pegar em ti e no teu carro e sair para o mundo, dançar até ser dia e rires até chorares com as coisas tolas que falamos e vemos, podes enfiar-te num campo de girassois e pensar que é magia e veres a tua vida como aquele campo, vivo, colorido, intenso e que tens tanto ainda para viver...tanto para conhecer...as minhas amarras estão soltas, solta as tuas também...

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Eu na esplanada da minha mente!

Hoje apetecia-me mesmo ir para uma esplanada...adorava pegar num livro bom, ou numa revista interessante sem a Lili Caneças incluida claro, e simplesmente ir marinar para uma esplanada. Não que o tempo esteja fantastico, tá uma merdinha pura, mas vi uns rasgos de sol no horizonte e, com a neura com que ando animou-me cá o espirito de tal forma que me apetecia tudo, menos estar na minha vida de escrava capitalista.
Falta-me algo por aqui!
Se calhar é mesmo a paciência, mas nunca existe um lugar especifico para a encontrar por isso, e dado que tenho o GPS avariado, fico-me exactamente onde estou.
Isto parece o inicio do filme do Senhor dos Aneis...there's something in the air...mas basicamente o que tenho visto até agora é o fumo dos cigarros, é como se fosse o meu êmbolo de areia a ir a vida! Mas realmente vivo na expectativa de algo grandioso acontecer!
Mas hoje também fiquei contente, com um pequeno detalhe do meu dia, ouvi e vi a alegria de um homem muito mais maduro, a falar da experiência dele como pai, algo inédito na vida dele aos seus 40 e poucos anos, é algo que dá gosto de se vêr, geralmente dão sempre muita importância a cena toda de uma mulher parir e tal e filho nos braços e amamentar...ok, mas para ela fazer isso o homem deu o seu pequeno contributo! E foi bonito ele falar na emoção de vêr o filhote dele, de comparar as mãos e as expressões que a criança faz ao acordar, dos planos que tem para um futuro próximo...claro que inclui sempre o raio do futebol, mas...geralmente os homens não são conhecidos como grandes exibicionistas do seu lado fraternal, e acho engraçado ver como um filho mexe com eles, como lhes preenche a vida e lhe ilumina o rosto, parecia um homem mais novo a falar, com a sabedoria de um homem mais maduro...ou seja, nesse breve instante, os homens são perfeitos!!!
Sempre pensei imenso nisso tudo de ser mãe, no tipo de pai que ia querer para um filho meu, creio que são coisas que não se planeiam, mas também não quero cá labregos e se houve pessoa que já namorou labregos...eu provavelmente tou na lista da frente!! Não é que queira algo perfeitinho, mas que pelo menos tenha algo a haver comigo, com a qual eu me identifique e que pense que daria bons valores para o pequeno ser que eu carregaria na barriga, tipo o Allien, quando ele sai, já tem um objectivo, lixar outros!!! Objectivo merdoso é um facto, mas o menos já tem destino, e eu quero que um filho meu nasça com um objectivo, não porque o meu relogio biologico deu horas ou porque o preservativo rebentou...mas sim porque eu e a pessoa que me ama temos ambos o desejo ver o rosto do nosso amor, um pelo outro! Se todas as pessoas que se casam se amam, na altura em que discutem e lhes passa pela cabeça o divorcio ou separação, deviam se lembrar por um segundo da forma como se sentiram quando tiveram o primeiro filho, talvez ai fosse mais fácil perdoar, as vezes penso que se não fosse tão orgulhosa que hoje já estaria casada e a pensar no meu filho também, as vezes os nossos erros surgem de forma espontanea e simplesmente não temos força para voltar atrás...as vezes queria poder voltar atrás. Por me rever nesses erros é que sei, tomo consciência, que existem coisas das quais nos podemos e devemos lembrar para não perdermos o que temos de mais valioso na vida, se isso acontecer na altura em que estamos a beira do precipicio, provavelmente, voltamos para trás, e esse voltar é feito com tanta intensidade e com tanta força que nada mais nos consegue empurrar para a frente, tivesse eu me lembrado de um simples apertar de um nó de gravata, e as coisas seriam bem diferentes para mim.
Queria ter pensado nisto na minha esplanada, com a calma que este dia me exige, mesmo a ler ou a apreciar a vista gosto de pensar nas minhas pequenas coisas desenhadas na cabeça, não faz mal olhar para trás, ou tão pouco pensar no que os outros nos transmitem no dia a dia, faz mal é nem sequer nos apercebermos das coisas simples da vida.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

"Nunca mais"

"Olha lá, quando é que te voltas a apaixonar ou mudas de trabalho para te animares?"
" Nunca mais...deixo andar...!"
As certeza vêm com o tempo, o dizer nunca mais tem uma força enorme, um poder definitivo! Passas pelo tempo em que isso já deixa de ser possível e sabes de antemão que também não te preucupas absolutamente, odeio a frieza das pessoas, as certezas que dizem que têm e que a mim me passam completamente ao lado, tenho sempre a sensação que o dizem por frustração, por mágoa...
Se não fosse importante não pensavam sequer nisso, diziam um "não sei", ao menos não ficava aquele eco frio e sem vida no ar, existem coisas, tais como o "nunca mais" que trazem sempre consigo uma negatividade negra e pesada, odeio quando dizem uma coisas destas.
Uma das coisas que mais me enerva nas pessoas, especialmente nos homens é a frieza deles, claro que não gosto de lamechas, detesto e irrita-me, mas quando falam em tons de superioridade, como se gostar de algo ou de alguém fosse uma lacuna, uma fraqueza,quando estão parados no tempo e no espaço e nada produzem de jeito, e ainda por cima acomodam-se, o apito da minha panela de pressão dispara a 100km a hora. A forma como as pessoas encaram as coisas normais da vida são quadros pintados numa arte completamente desfazada de toda e qualquer realidade, não têm sentido, completamente enrolados sobre si mesmos, o mundo aparece aos olhos destes desgraçados, como se fosse uma espécie de trono, no qual se sentam e daí se governam...é um trono soltário, ninguém aguenta tanto aborrecimento, é chato, o que tem piada é o que é espontaneo, o que nunca é assim tão certo e tal como outros sentimentos, incluindo gases, as coisas aparecem quando menos se esperam.
Chego a uma pouco brilhante conclusão, a maior parte dos homens que eu conheço são seres limitados, compenetrados naquele mundinho deles, são perfeitamente incapazes de serem felizes, nem que seja por estar um dia de sol eles não são capazes de lhe apanhar a beleza, não posso dizer que andarem apaixonados os faria totalmente felizes, não sei, mas parece que nada os satisfaz, para eles é sempre um "nunca mais", com aqueles tonszinhos de voz irritantes numa verborragia desprovida de todo e qualquer bom senso os objectivos curtos e sem brilho algum é uma patente resgistada...
Eu acredito que tudo chega a seu tempo, quando tinha 21 anos pensava que nunca ninguém ia gostar de mim, quando sempre tive quem gostasse de mim, pensava que nunca ia entrar no curso que eu queria, pois nunca mais me via livre da matemática maldita, e também me enganei se não os consegues derrotar, junta-te a eles, troquei matemática por informática, e voilá!! Mas dei uma oportunidade a mim mesma para pelo menos vêr se conseguia, e consegui e fui e sou muito feliz por pelo menos ter mantido a esperança. É certo que temos momentos em que nada parece funcionar, aquela engrenagem de sempre está pêrra e nada a faz arrancar, mas também não dura para sempre!! Não entendo o "Pólo Norte" que as pessoas carregam dentro delas, parece que a vida não tem piada, estão aqui por andar e quando falam com os outros que têm uma vida, nem fácil nem dificil, mas vida, coisinhas pequenas que nos definem o dia a dia, querem que sejam exactamente como são, como se fosse uma opcção ou uma religião que se adopta de um momento para o outro.
Conviver com pessoas frias é um tédio...aquele olhar básico, aquela postura formal quase rigida em relação aos outros, o mundo deles que é sempre tão mais especial que o dos outros e aquelas certezas todas que disparam...resvalam totalmente na minha paciência!
Se calhar sou eu que sou egoísta e hedonista e vivo em outro espaço sideral, mas se assim é tenho de seleccionar extraterrestres bem mais divertidos para conversar.
Vem aí aquele dia do ano em que são mais as pessoas que se apercebem do quanto sozinhas estão do que aquelas que realmente têm alguém ao lado, tive uma amiga que se virou para mim e dise "Eu só tive um dia dos namorados, em que tive alguém!", mas ela disse a sorrir, foi uma boa recordação, uma boa sensação, claro que não vivemos disso, mas também não as podemos transformar em vinagre! Eu passei vários...com namorados, com os meus amiguinhos solteiros, com amiguinhas a chorar...sozinha...passaram-se dias destes que nem me lembrava deles!!
Se és uma pessoa fria, sentes que a tua vida não tem espaço para gostar seja do que for ou de quem for, se o teu trabalho é chato e tens medo de ir parar a rua...então... espeta-te da ponte abaixo, num daqueles dias sem transito de preferência, "amanda-te" contra um poste de alta tensão, corta os pulsos com uma lima das unhas, enforca-te com o fio do telefone...vai fazer chamadas com o telemovel para bombas de gasolina...mas por favor, deixa lá os outros tentarem viver e não moas os cornos a mais ninguém!!

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Minha lista pessoal de coisas detestáveis!

  1. Homens de 50 anos com aparelhos nos dentes...estão praticamente com um pé na cova, mas ao menos vão com os dentes direitos.
  2. Meias brancas...calçadas socialmente! Lembram-me sempre os azeiteiros lá da terra.
  3. Homens com caracois...parecem-me o Lionel Ritchie...
  4. Top less quando se tem as mamas no chão e fio dental ao pé dos velhotes na praia, em cús que transbordam celulite, em gajas que criticam as brazileiras mas querem ser iguaizinhas!!!
  5. Bêbados, o bafo é destrutivo e o comportamento...obsoleto!
  6. Morangos com Açucar...mas logo a seguir vem a frebre de nome Floribela!
  7. Unhas grandes...Eduardo Mãos de Tesoura sure rings some stupied bells!
  8. Filmes doblados...parecem uma sessão de mimica!
  9. Mania que os carecas têm de puxar aquela réstia de cabelo seboso lá do fundo para tapar o que falta...grrrrr!!
  10. Loiras bronzeadas...lembro-me sempre da velha maluca dos "Loucos por Mary", sem droga em cima!
  11. Brancos sem cultura alguma que tentam imitar o people de cor, esta gente imita até os tiques! Vão na rua com carros de merda mas com um som...vá lá vai, acordam a vizinhança a km de distância com musicas que começam com a bela frase " Whose your bitch now",
  12. Camisas as flores, porque dão-me uma morbida vontade de me rir.
  13. Fios de ouro, porque se agarram aos pêlos do peito!
  14. O IRS...quando tenho de o pagar!
  15. Trabalhar no verão...porque não trabalho praticamente, vegeto!
  16. Arrumadores de carros, por acenarem... cobram!
  17. Teste de consulta...pois até com os livros a frente, existem negativas na mesma!
  18. Pessoas que humilham os filhos em público...em casa minha gente é que se fala!!!!
  19. Gente mal educada, tipo os cromos que se metem contigo na noite armados em bois!
  20. A mentira...acima de tudo uma verdade dura a uma mentira.

Para um amigo...

Não lhe digo "adeus", um sincero "até breve", será de facto o suficiente, pois o tempo passará rápido e logo estará de volta. Agora, vou sentir falta dos elementos básicos do meu dia a dia, por exemplo do café, sempre o fiz com muito gosto, dos cigarros pois sempre foi um recurso e peras, das nossas conversas por horas que, me ensinaram muito e que neste blog muitas vezes as vi cá estampadas. Um amigo, é como sempre o vi, acima de todas as coisas que nos medeiam, sempre vi a sua mão estendida na minha direcção e nada houve durante estes anos que eu tivesse de lhe apontar, muito pelo contrário, queria agradecer...
Foram anos fantasticos e sei bem que as coisas vão se alterar de forma irreversível, quando voltar eu estarei de saida, mas não me despeço de si nunca, vai fazer parte da minha vida porque eu sou teimosa e tenho o direito de assim o desejar.
Sempre me falou acerca do meu feitio, se calhar era a forma mais suave que tinha de me dizer "muda lá um pouco, não seja tão radical", embora com a mania que tenho sempre razão, ouvi tudo o que sempre me disse e acredite que em muitas alturas eu esforcei-me imenso para melhorar, o sucesso no entanto, será relativo...
A minha estadia foi sem dúvida muito mais agradável com a sua presença, mas entendo que a vida continua e que tem um futuro brilhante a sua frente pois sei que tem capacidades para ir muito mais além, é determinado, inteligente, diplomata, com um sentido de humor extraordinário, sincero de uma forma quase lacinante, mas ao mesmo tempo que dá a chapada também tem a distinta perfeição de dizer por onde começar para sermos pessoas melhores. Admiro-o como jamais devo ter admirado alguém, excepto o meu pai, sem nunca o poder comparar a tal personagem da minha vida, mas de facto tem o que a gente costuma chamar de "toque de Midas", por onde passa, por onde passou e por onde irá passar será sempre reconhecido e apreciado por tudo o que faz e diz. É auto-didacta, interessado e esforçado, a dada altura este é o louvor que eu, na minha pequena forma de ser, gostaria de lho oferecer...pois ninguém aqui o conhece melhor do que eu, e vice-versa!
Aprendi tanta coisa...conheci tanta coisa...e reconheço que a minha fé nos homens consigo sempre se elevou um pouco mais, pois a sua bondade não tem limites nem reconhece fronteiras, o seu lugar e a sua posição nunca demonstraram quem era na realidade, despido de tudo o que o rodeia, é um ser humano fantastico!
Boa sorte...embora seja com uma tristeza agonizante que eu lhe diga isto, é somente o que eu desejo e como sabe, tenho sempre esta forma simpática de dizer o que me passa pela cabeça, resolvi fazer disto um marco, pois vou me lembrar de si para toda a minha vida, e posso dizer que de si, vou sentir algo novo e inédito, saudades...

terça-feira, janeiro 30, 2007

Roda viciada

Acredito no destino, as coisas na minha cabeça já estão programadas para acontecerem exactamente como devem acontecer, e por mais que as vezes se tente mudar o rumo das coisas, tal e qual uma roda viciada...acabamos sempre no mesmo lugar.
Durante 8 anos a minha vida foi cá, mas sempre soube que um dia, ela também terminava, as coisas têm uma vida própria, evitei isso durante imenso tempo, o tempo que eu pude evitar, chego ao ponto em que não o posso mais, e de facto estou praticamente de malas aviadas...
Não tenho saudades de muita coisa, se pensasse muito nas coisas que eu já vivi, das duas uma, não errava tanto como erro, pois teria aprendido uma ou outra lição, ou então passaria a minha vida enfiada numa tristeza profunda a recordar os meus bons momentos, por isso posso dizer que sempre me salvaguardei de saudades, prefiro nunca as ter, do que alimentar algo que em nada me entusiasma.
Nunca tive sorte ao jogo, antes do Natal eu e uma amiga minha jogamos no Euro milhões, não tivemos nem um número sorteado, mas numa de teimosia, queriamos voltar a jogar a mesma chave, azares dos azares, somos as duas vitimas de algum Alzheimer e não jogamos quando deviamos, algumas horas depois, a conferir, com o resultado que viamos na televisão, tinhamos acertado em 4 números e nas duas estrelas...
Tudo o que alguma vez consegui foi sempre a base de esforço, já sei perfeitamente que isso vai ser sempre assim ao longo da minha vida, parecia que via isso escrito no talão do Euro milhões, ou seja, não arregasse eu as mangas para ter algo na vida, que de outra forma, não terei nada.
Estou destinada a ser enfermeira, sei isso desde pequena, sempre quis, e sei que vou ser, até o cheiro do éter eu gosto, as salas dos hospitais não me afligem, sou desembaraçada ao ponto de não me incomodar com absolutamente nada que inclua sangue e outros fluidos corporais...está escrito algures que é assim que vai ser sempre na minha vida.
Todas as pessoas que de alguma forma me prejudicaram ou magoaram sempre as vi tempos depois exactamente na mesma posição que eu um dia estive colocada, não se trata de vingança, não, mas sempre usei uma frase "Um dia da caça, outro do caçador", por isso, com a paciência que todo o bom caçador tem, eu espero, sem nunca desesperar, o que cada um tem de receber, mais tarde ou mais cedo, logo lhe bate a porta.
Mas também acredito na possibilidade de podermos alterar algo, não gosto da ideia de me acomodar a conceitos e aos erros, o deixa andar não deve funcionar, não nos favorece pensar que é só aguardar pelas coisas que elas logo chegam, podemos de certeza dar uma ajudinha em todos os sentidos. Mas existem coisas que nunca vamos contornar, nem poder evitar...a maior certeza que temos é só uma, a morte, não sabemos quando, nem onde, não sabemos se vamos estar sos ou com alguém ao nosso lado, mas nada existe ao nosso alcance que nos faça ser imortais, até no filme, com a cabeça cortada eles morriam, por isso, as voltas que tiverem de ser dadas vão ser dadas de facto, mas no final dessa volta, adivinhem lá quem vai estar a nossa espera no final do túnel?
Sem pressas eu vou vivendo, cada dia que passa tem cores diferentes, pessoas diferentes, as vezes ando ocupada demais comigo para sequer me aperceber que de facto as coisas se alteram, apercebemo-nos sempre quando passa muito tempo, quando olhamos para trás e vemos o que já vivemos e construímos, por mais pequena que seja a nossa presença no mundo, ela existe e tem uma reserva marcada em muitos acontecimentos a vida de outras pessoas, esse percurso que é tão estranho e que nunca nos apercebemos como lá chegamos será provavelmente o nosso maior mistério...a única coisa que nunca vamos perceber, mas que sabemos que nunca poderia ser de outra forma se não esta.