quarta-feira, dezembro 07, 2011

Sempre me perguntei o que fiz de errado para merecer tanta coisa má. Cheguei a conclusão que coisas más acontecem a toda gente, é apenas mais complicado quando é connosco. Este foi o meu pior ano, eu nunca na vida tive um ano tão mau como este, e eu que já tive anos mesmo horríveis. Não sei mais o que fazer com a minha vida, estou totalmente perdida, deslocada, e pior, estou sem forças, fui forte durante tanto tempo, por tanta coisa e agora não consigo mais.
A pior parte deste ano foi ter sido praticamente obrigada a reconhecer que eu simplesmente não gosto de enfermagem, não gosto de sofrimento, não gosto de dor, não gosto de me sentir tão miserável como me sinto cada vez que tenho de ir trabalhar, pois sei sempre o que vou encontrar. Por outro lado penso que este novo conceito surge pois estou a trabalhar no pior lugar do mundo, com as piores colegas do mundo, porque nunca vi tanta burrice junta e olhem que a minha turma era grande...não faço a mínima ideia o que eu gostaria de fazer para o resto da minha vida...queria algo sem stress, que me fizesse rir, que me desse vontade de acordar pela manhã e ir com vontade para o trabalho...se calhar devia ser agora que o euro milhões entrava pela minha porta da frente...pois, mas "ser inútil" é a vaga mais requisitada do mundo!
É o meu velho lema, quando algo tem de correr mal, tudo corre mal. Eu juro que eu sou uma pessoa porreira, eu sei que sou, eu sei que sou uma excelente namorada, não sou perfeita, mas sou tão divertida...e sou fiel...eu sei que trabalho até cair para o lado, pois eu sou responsável e sou cuidadosa...eu nunca trato mal ninguém, nunca na minha vida prejudiquei fosse quem fosse, eu nunca fui aquele tipo de pessoa mesquinha que não vive com o bem dos outros, eu sou sempre a primeira a bater palmas pois eu sou genuinamente feliz quando alguém é feliz. Faz-me acreditar em magia!
Eu gostava de ter uma amiga como eu...
Agora não tenho nada. Tenho um trabalho que odeio, amigos...longe...namorado...longe... família...longe...ou seja...Longe é a minha palavra para este ano. Não me venham com merdas, do longe não se faz perto...e sabem porquê, porque o meu telefone só toca uma vez por dia, é o meu namorado para falar do dia dele...
Tenho raiva de tudo e de todos, tenho raiva de ser esta pessoa que nunca está contente, tenho raiva daquilo que a vida me deu até agora, pois é UMA MERDA, tenho raiva das pessoas que passaram pela minha vida pois foram PURA PERDA DE TEMPO, tenho raiva dos meus sonhos pois a custa deles ESTOU NESTE MALDITO LUGAR. Tenho raiva pois passei um ano inteiro a chorar e a gritar e NINGUÉM ME OUVIU! Eu juro que só precisei de um abraço e nem isso tive.

segunda-feira, setembro 26, 2011

A minha vida tem sido uma grande perda de tempo...podia agora olhar para trás, ler acerca da vida maravilhosa que eu tive, do tempo que aproveitei e da felicidade que tive, mas não. Passei então demasiado tempo enfiada nesta auto-comiseração, fora da vida em si...
Um dia vou descobrir o que realmente valeu a pena ter feito, conhecido, amado ou odiado, construído ou destruído e depois chego a mais uma conclusão...por agora reconheço que apesar de todas as minhas gargalhadas eu sou a pessoa mais triste que eu conheço...
Hoje chorei tanto, até me faltar o ar...

terça-feira, maio 31, 2011

As pessoas são a maior fonte de uma constante decepção. Depois de 6 miseráveis meses...nem consigo falar sobre isto, penso que será uma perda de tempo ainda maior que a que já foi.

terça-feira, março 15, 2011

Perdi-me no tempo e no espaço. Estou num país frio em todos os aspectos, estou num país que não é o meu, numa vida que nem parece ser a minha...eu não queria a minha vida assim. Sou a enfermeira mercenária, pois trabalhar aqui só mesmo pelo dinheiro, nunca pela profissão, pois elas são muito mais burras que os trolhas lá da esquina, aliás, elas parecem uns trolhas. Nunca pensei chegar aos 33 anos de idade, sentar-me na cama com a cabeça entre as mãos, chorar desalmadamente e pensar no quão infeliz eu me sinto, no quão só eu estou neste momento...pior de tudo é sentir que nada me corre bem a mim, que toda a gente merece uma espécie de redenção pelos seus pecados e apenas eu estou cá para pagar pelos meus, a minha redenção não chega nunca e isto é o maior castigo que Deus me deu.
Não consigo falar disto a ninguém, ninguém me ouve e ninguém me pode ajudar...todas as portas se fecharam com uma violência tão grande que ainda sinto a dor de levar com elas na cara...eu já nem janelas tenho para a minha situação.
Sabem aquele velho ditado, quando algo tem de correr mal, tudo corre mal? Pois a mim foi exactamente isso que me aconteceu, a decepção de chegar a um lugar horrível, a trabalhar 12 horas por dia, a dar comprimidos, a sentir a inteligência a esvair-se aos poucos, pois estou rodeada de burrice até dizer chega, que poderia eu esperar de enfermeiras que só dão comprimidos??? Tenho sempre demasiados sonhos, e são como espelhos pois partem-se tão rapidamente que não fica um centímetro para contar história.
As saudades não ajudam, convivo com estranhos, nada me é familiar, as palavras não me soam a honestidade, a falsa simpatia apenas denuncia o que é dito na penumbra...eu perdi o meu norte!
Estou desesperada a procura de uma saída, de uma solução, mas quanto mais eu tento menos consigo, mais vezes oiço as portas a fecharem-se...
Toda a minha vida sempre fui esta pessoa, a pessoa a quem tudo corre mal, a pessoa que nunca consegue chegar a lado algum quando todos parecem já lá estar a tanto tempo e sem metade dos problemas, a pessoa que quando consegue algo é sempre a base do máximo sacrifício, é sempre a base das conquistas incompletas...
A enfermagem era um bom futuro em Portugal a dois anos atrás...agora é só mais uma perda de tempo. É o que sinto, que perdi o meu tempo...joguei e apostei tudo nisto e isto é que me vai levar a desgraça, se é que já não estou nela.
Recuso-me a ser vitima, mas recuso-me a ter esperança, a minha vida foi desenhada desta forma, apenas tenho de apagar o que não interessa, com dor, com lágrimas um dia eu sei que a paz chega...aí já nada importa.