O meu povo é negro,
da cor da noite, da cor da força,
é o meu povo,
aquele que me viu crescer,
que brincou comigo nas praias ao domingo,
que me ensinou a respeitar a natureza,
a prezar a vida humana.
Agora fazem parte do meu passado,
já não me sinto mais sua filha,
eles sofrem na distância,
não se entendem entre eles,
e a lei que impera,
é aquela que passa por cima de todos.
Pouco sabem acerca da felicidade,
o meu povo, é de revolta,
de armas,
de sangue...
Nada temem, nada há a temer
quando já se sabe que se vai morrer.
O meu povo é uma dor minha,
um choro que só eu lhe conheço o sabor,
um lamento que os seus filhos não aliviam.
O meu povo é o meu princípio,
será um dia o meu fim,
poderá ser sofredor, matar e destruir,
nada disso o tira de mim.
É o meu povo,
negro,
ensanguentado,
cansado...
é o meu povo mesmo assim!
Angel 6/7/95 a muito tempo atrás eu fiz isto, e hoje lembrei-me dele, lembrei-me do que me liga a vida...