Uma coisa que me faz estar sempre de pé atrás com os homens é somente a sua motivação, ou seja a razão pela qual fazem ou dizem seja o que for, desconfiada por natureza, tenho muitas dificuldades em acreditar no que dizem.
Se não, vejamos, tenho duas amigas, duas pessoas fantasticas, que nesta altura da vida delas, têm ambas relações com homens, relações estas que não estão bem definidas, nem para elas e para eles nem existe sequer o significado de relação. Partindo deste pressuposto vou contar amiudemente a situação de cada uma: A primeira conheceu-o numa situação qualquer que a mim me passa ao lado, o rapaz lá engraçou ela e ela não queria engraçar com ele, retirada das lides romanticas, ela queria estar sossegada e esquecer o ultimo estendal que lhe foi colocado na testa, no entanto, água mole em pedra dura...tanto dá até que fura, e assim foi, ele tanto teimou que lá lhe roubou um beijo e dai para ela ficar entusiasmada foi num intante, ele dizia-lhe muita coisa, que a adorava, que estava apaixonado, que a queria, que ela o completava...coisas fantasticas de se ouvir é um facto, mas pouco tempo depois, ou nem tanto assim, ele não prova o que diz, ele simplesmente lembra-se esporadicamente dela, não aparece, e ela descobre finalmente que ele namora, e ai quebra-se o feitiço.
A segunda conheceu o respectivo cavalheiro algures numa discoteca que frequentamos, rapaz timido e lindo de morrer, dizia que era desligado, que não era pessoa de se prender a nada nem a ninguem, retirado ele das lides romanticas tinha uma postura quase intocável e indefenida no seu espaço...ela rapidamente dizia que "daquele mato não sai cachorro" ou seja, ele não ia desenvolver nada e aquilo nunca seria um namoro a serio...mas, ele revela-se nas atitudes, se fica sem a ver quando se reencontram abraça-a profundamente e sai-lhe de repente um "tive saudades tuas", mas nunca lhe disse que gostava dela, um dia ela pediu-lhe uma promessa, que quando se cançasse dela que lhe diria logo, que seria sempre honesto, e ele prometeu sem hesitar e disse-lhe "Porque achas tu que eu me cansaria de ti?"...ela ficou sem resposta para devolver.
No primeiro caso tanta palavra, tanta coisa dita...nada será o resultado final, no segundo, sem palavras, mas com gestos, com atitudes, grandes possibilidades para um sucesso desmedido.
No amor, como em tudo na vida, o que mais importa não é dizerem o quanto nos amam, ou o quanto somos fantasticas ou belas ou sei lá mais o quê que dizem para conseguirem o que querem, sexo...amor nada tem a haver com sexo. Gestos, atitudes, que mesmo sem palavras ganham siginificado e personalidade por si mesmas, provar o que se diz muitas vezes é mais dificil do que aquilo que se pensa, é sempre mais cómodo dizer as coisas quando já se tem um objectivo em mente, ser-se canalha no fundo, pois se é verdadeiro se é justo, nenhuma palavra algum dia o conseguirá definir ou provar.