De facto começo a pensar que nós mulheres nunca aprendemos com os nossos erros ou então que os homens de tão básicos que são, são mesmo todos iguais...
No meu universo existem imensas mulheres, no meu universo todas as minhas conversas que estableço com elas são de ídole psicológica numa vã tentativa de escrutinar o que se passa naquelas cabecinhas ocas! Não é de facto uma tarefa considerada fácil, muito pelo contrário, quanto mais simples o homem, mais difícil é de se compreender, daí que para nós, mulheres, em que tudo para nós é praticamente uma novela brasileira, uma never ending story, se torne um bicho de sete cabeças, um puzzle que nunca terminamos.
A amiga desta vez, é uma pessoa que admiro imenso, uma mulher com um M enorme, lutadora, alegre, simplesmente uma pessoa pura e carinhosa, revejo-me nos azares dela, nós sempre nos veremos nos azares umas das outras, daí que seja um consultório todo o lugar onde abordamos estes assuntos. Conhemos alguém, no inicio é sempre tudo fantástico, aquela maravilha em que o céu e o inferno comungam em harmonia...diversas horas depois, sem ser necessário sexo pelo meio, porque senão a complicação seria bem maior, as coisas tomam o rumo a qual eu costumo chamar o "Rumo das dúvidas", isto acontece quando os homens são encostados contra a parede, quando lhes perguntamos o estado da nação, ou melhor da relação, coisa que descobrimos bem cedo, não existir praticamente. Então ela lá lhe pergunta, "que rumo?" ao qual ele responde aflito, "não sei o que sinto!", been there, done that, esta conversa soa a familiar, todas nós já passamos por isto! Eles nunca sabem o que querem, gostam do "chove não molha" do "toca e foge", como se fossem putos na primária a jogar as escondidas!!! Mas que raio de maturidade têm eles para não saberem afinal o que querem, para utilizarem todos eles as mesmas respostas, com as mesmas expressões incluídas?? Originalidade também é necessária para se surpreender alguém!!! Será que é assim tão dificil dizerem de uma vez por todas "ok, não sinto nada", mas não, preferem aquele "empatamento" diário, cheio de trejeitos e de mudanças abruptas de comportamento em que a dada altura mais parecem bois com mudanças de humor que propriamente homens feitos. As respostas existem e são para serem dadas em função de uma pergunta directa! Nada mais simples que isto.
Então passamos o tempo a questionarmo-nos o "sim ou sopas", mas a resposta nunca chega, até que nós mesmas nos decidimos pelas sopas porque simplesmente já nos falta o raio da paciência. Quando realmente se quer algo, não se tem duvidas, esta é a minha forma de pensar, não aceito um "talvez", com isso não consigo conviver, de um não ou de um sim eu já construo algo, nem que seja uma certeza de que se estão a borrifar para mim, agora de um "talvez" estou praticamente a perder o meu tempo, a perder a minha paciência, a entrar numa espécie de jogo no qual eu não tenho vontade de entrar. Então eu opto por não jogar! Prefiro ficar na bancada, vejo de fora, pode ser que a bola venha ao meu encontro, não gosto de meio termos, e a minha amiga em questão é um pouco ao contrário, ela usa e abusa da dita paciência e tenta dismistificar algo que é para mim, que estou por fora, que já passei por isso, um beco sem saida alguma a não ser de marcha atrás.
Sempre fui apologista do conceito, "desprezo é bom" e eles lidam bem com ele, quando se acaba a insistência por pura falta de paciência, quando se acabam os telefonemas, as perguntas, a vontade de vêr, é que eles acordam do sonho que estavam a ter e tentam vêr se contrariam as consequências, depois chega a vez deles se esforçarem, de dizerem que somos complicadas, chega a nossa vez de dizer o "talvez", e depois nós é que ficamos com o titulo de "cabras"??? Ora bem antes "cabra" que pateta!
Não existe mais o tal timing perfeito, se estão a espera de cruzarem com o princepe encantado ao virar a esquina, por favor, abram os olhos isso só acontece a Floribela e, vá lá vai, a mulher não leva com ela nem que a vida dela dependesse disso!!
Sejamos objectivos e por favor, tentem ser coerentes, a sério, essas birrinhas, essas dúvidas, ficam bem quando têm 5 anos e, a vossa mãe, que já tem troféus de dedicação em casa vos atura, não tentem casar com uma mulher que se parece com a vossa mãe quando depois de dois meses tentam fazer a folha a Sharon Stone que vive logo ao lado! Decidam-se, apercebam-se realmente do que precisam para a vossa vida e façam por isso, o que não precisam escusam de procurar!
Sou prática, creio que esta practicidade é frívola na maior parte do tempo, mas isto tem uma explicação simples, a pessoa que mais amei na minha vida fez-me esperar por ele durante um ano e perdi a conta aos meses, quando as coisas finalmente aconteceram e depois de 5 anos lá acabou, decidi que nunca mais esperava por ninguém, nunca mais mexia uma palha em função de quem nunca mexe por mim, não sigo a máxima do "vir atrás", as pessoas são autónomas e a vida continua independentemente do que os outros pretendem ou não.
Nada magoa mais do que uma decepção, nem nada te marca tanto como isso, vives uns bons tempos a mastigar o azedo, e acredita que não é uma digestão fácil, mas é no entanto viável! E por vezes esquecemo-nos disso.
Por isso, a todas as meninas que andam no limbo, enroladas no "talvez", é hora de abrir os olhos, de puxar a brasa a nossa sardinha e pensar no que nós faz bem, pois esperar por algo que nunca vem é considerado uma estupidez sem dimensão conhecida mas, sujeita a ir parar ao Guiness Book of Records. Chega de parar de fazerem as vossas coisas, sai com amigos, conhece outras pessoas, lê livros, vai ao cinema, embebeda-te, sei lá...faz apenas o que te faz feliz nem que seja a virar frangos, mas ultrapassa esse estado letárgico na qual se deixam apgar, simplesmente a vêr a vida passar a frente dos vossos olhos a depositarem esperanças numa dúvida que devia ter morrido mal ele começou a gaguejar com dúvidas, se as respostas são essas, é simples, a verdadeira é um redondo, categorico e brilhante "não"!!!