Porquê que as mulheres gostam de ir a casamentos?
Porque existe sempre a esperança de ficar com o padrinho, com o cunhado, ou com o primo, ou então com os 3 ao mesmo tempo, mas isso depende do champanhe.
Porquê que as mulheres se envolvem com os chefes?
Porque eles insistem.
Porquê que os homens gostam de casamentos?
Porque podem beber a vontade, têm sempre companhia, a comida é fixe e provavelmente também comeram a noiva, a madrinha, a prima, a mãe…ao mesmo tempo!
Porquê que os homens se envolvem com as chefes?
Porque são mulheres.
Porquê que as mulheres vão juntas ao WC?
Porque alguém tem de segurar o casaco.
Porquê que os homens nunca vão juntos ao WC?
Porque não tiram o casaco para mijar.
Porquê que as mulheres se fazem de difíceis?
Porque só tens uma oportunidade na vida de não seres rameira.
Porquê que os homens são fáceis?
Porque eles nunca são rameiras na vida, no máximo são mesmo bons.
Porquê que as mulheres discutem o estado da relação?
Porque não querem saber do estado da nação, é só mais um assunto.
Porquê que os homens não discutem o estado da relação?
Porque para eles não existe relação.
Porquê que as mulheres lêem revistas de moda?
Porque querem ter a certeza que não se vestem tão mal.
Porquê que os homens lêem as outras revistas?
Porque tem sempre gajas semi-nuas, bem melhores que a esposa ou namorada.
Porquê que as mulheres gostam de futebol?
Porque a equipa Italiana é digna de se ver!!!
Porquê que os homens gostam de futebol?
Porque aprenderam a detestar novelas.
Porquê que as mulheres querem casar?
Porque a mãe lhes diz que é fixe.
Porquê que os homens nunca querem casar?
Porque os pais lhes dizem que o sexo fica uma merda.
Porquê que as mulheres choram?
Porque temos hormonas!!!!
Porquê que os homens não choram?
Porque não os vemos a chorar.
Porquê que os homens querem mulheres?
Porque sem nós a vida deles não teria a inteligência necessária para se sobreviver.
Porquê que as mulheres querem homens?
Porque lhes demos uma maçã, e agora temos de pagar por isso!!
Tudo a haver com a vida, com o diário, com o normal, são ideias, acontecimentos, dores que todos temos no fundo, eu quis partilhar...
terça-feira, fevereiro 21, 2006
segunda-feira, fevereiro 20, 2006
Quando todos estão bem, tu andas mal!!
Quando todos estão bem, tu andas mal.
O trabalho é um inferno e tem o Lucifer incluido (o chefe), o sexo nem chega a inferno porque basicamente não existe e tens consciência que até o teu miserável gato (capado) tem mais assédio de ambos os sexos do que tu alguma vez tivestes. Toda a gente parece discutir contigo sem motivo aparente, passas a ter um alvo nas costas onde todos atiram umas setinhas só para o gozo, tentas vestir uma roupa qualquer que antes faria de ti o Rei ou Rainha mas nesse dia bem podias colocar um saco de batatas em cima que teria o mesmo efeito. Perdes o autocarro, chove a potes lá fora e o cabrão do guarda chuva que ofereceram a tua mãe numa promoção de detergentes tem os seguintes dizeres "Proud to be gay", é o único que tens e decides, ou te molhas, e andas o dia todo a espremeres-te pelos cantos com a roupa agarrada ao corpo ou então "assumes-te"...e levas com sermões de velhinhas e de padres pelo caminho a fora já para não falar de totiçadas se olhares para o lado!
Então lá vais tu de carro e, estás na segunda circular onde, existe sempre um asno qualquer que tenta ser mais esperto que tu e, com tanta esperteza acaba por levar a frente do teu carro, depois dás conta que é só um puto de 18 anos, não tem seguro e dificilmente passou a fase da puberdade, chora desalmadamente e tu sentes-te a pior das pessoas só porque decidiste trazer o carro para o serviço. Chegas ao serviço e o teu chefe já deixou 4 recados, um deles fala a cerca da pontualidade e, os outros reforçam somente a ideia de novo, tens de gerir o teu trabalho com a constante ameaça do chefe te aparecer por trás e dar vida ao cabrão do recado, com tanto stress até te esqueces da hora do almoço, comes uma miserável sandes no bar ao lado que até tinha um sabor estranho...já tás a imaginar onde vais passar as duas próximas horas? Pois é, e nem uma miserável revista te faz companhia, nem o telemóvel tem jogos suficientes para te entreterem, porque tentas a dada altura conciliar o que sai, com o barulho, ao mesmo tempo que abanas, dás decargas, na esperança que ninguém perceba que te esvais em merda, mas ao menos não te falta papel!
Depois do interlúdio da tarde tens mais ou menos uma hora para teres tudo pronto, mas...telefona a namorada ou o namorado, é mais uma das grandes crises da tua vida, todos os meses ela pode estar grávida, todos os meses ele pode ter engravidado a tua melhor amiga, porque sim, ela anda a comê-lo e tu nem dás por nada (daí o sexo não existir), e fala contigo durante mais uma hora sobre coisas que não te interessam, tipo que a mãe dela comprou mais um jogo de toalhas ou que logo ele vai a bola com os amigos do serviço dele, isto enquanto tu, sob efeito de anti-diarreicos, equilibras-te na secretária com toda a papelada que tens pela frente e já agora porque não, tentas acertar em alguma coisa que te pedem, o que é um feito! Desligas o telefone e está finalmente o patrão a olhar para ti, ergues os olhos, a dada altura procuras um buraco...o suor não cai, escorre, tens um aspecto tão merdoso que ele nem se dá ao trabalho de te dizer nada, mas ficou contente por saber muito mais da tua vida privada que aquilo que devia, até porque toda a gente adora essas merdas.
Finalmente o dia acaba, vais esgotado/a, conseguiste num só dia ganhar a hipotese de ter um carro novo...quando acabares de pagar o ultimo que jaz numa qualquer sucata ou seja, daqui a uns cinco anos, o trabalho podia ter corrido pior, mas também não sabes se correu bem porque não fazes a minima ideia do que andaste a fazer o dia todo, tens um andar novo, vai acabar por combinar com os dizeres do guarda chuva, mas tu sabes que foi por causa da sandes, os outros nem por isso, pensam outras coisas muito além de uma simples sandes, o guarda chuva dá um certo ênfase a essa ideia. A tua vida sexual vai continuar basicamente como está, a olhares para o teu gato a ser comigo a força toda por um outro gato e, tu nem sequer uma ameaça de roço tens. Vais ouvir os sermões da tua mãe, acerca de poupança, durante as próximas horas, o teu pai vai falar nas horas seguintes acerca de pneus recauchutados, e como não tens fome alguma, vais finalmente para a cama, depois de um longo banho de água fria.
Nem sempre temos dias fantásticos, mas conseguir superar um destes sem cortar os pulsos é uma grande proeza, grande prova de resistência humana!
sexta-feira, fevereiro 17, 2006
Mulher militar
A melhor forma de vivermos bem é sabermos exactamente o que somos, e gostar disso mesmo. Sou militar a 8 anos, tenho orgulho nisso, no meu trabalho, na minha conduta, na minha forma quase desapercebida de viver o meu dia a dia, fazem de mim muito amante de mim mesma. No entanto uma coisa que dá uma profunda tristeza é ter de ouvir palermoides que nem capacidade tiveram para cá porem os pés a darem opiniões completamente estupidas, sem fundamento ou lógica a cerca de algo que não percebem. Como é fácil ser filhinho de pápa e ter o curso pago na puta da privada, usar fatinho e pensar que de algum modo ganharam uma superioridade quase divina, como é fácil menosprezar o esforço dos outros quando nem se sabe o que é trabalhar para pagar os estudos, como é fácil viver a custa dos outros, ter crises emocionais, passar a vida no psicologo e dizer "a vida custa-me".
Não admito a ninguém que falem mal das mulheres na tropa, não admito que façam de nós um tipo de prostituta barata a quem todos colocam a mão, somos tão dignas e tão sérias como qualquer outra mulher, não somos especiais, nem temos a mania que é tudo nosso, trabalhamos cá, como qualquer homem trabalha, temos as mesmas regras e a disciplina será sempre a nossa voz de comando. Ando farta deste tipo de opinião, a primeira coisa que perguntam quando sabem que somos militares é "E então, fazem-se muito ao piso?", mas afinal quem é que ésta gente pensa que somos? Estamos cá é para trabalhar não é para ser colchão de ninguém, estamos cá para evoluirmos na vida não andar de cavalo para burro, essas faltas de respeito só existem se e só se nós dermos vazão a elas, e se algum dia isso acontece ao menos temos força o suficiente para mandar um murro nos cornos, porque no fundo não temos nada a perder, e a dignidade pessoal é sem duvida a melhor coisa que temos.
Será que as meninas civis são assim tão serias? Eu cá acho que não, até porque saio muito, tenho a faculdade e outros grupos de amigos e uma coisa é certa, a facilidade com que abrem as perninhas não é diferente de qualquer outra, por isso não percebo o porquê de só nós sermos as doidas, as malucas, as fáceis...quando eu vou a uma discoteca e vejo as pitinhas e outras tantas a esfregarem-se seja a quem for, a serem agarradas a força toda e com um sorriso nos lábios.
As pessoas realmente vivem da imagem, do preconceito, da estupida mania de terem ideias pre-concebidas a cerca de coisas das quais não fazem parte. Não são capazes de dar o beneficio da duvida, de pensarem que a decência e os valores morais não se vêm por aquilo que se diz, mas por aquilo que se faz, elas são todas tão santinhas, tão perfeitinhas naquela forma abstracta de ser...são o caralhinho!!!!!
Não somos melhores do que as outras, mas não podemos admitir que só porque trabalhamos com homens que de um momento para o outro isto se torna o bar aberto cá da zona, tenham respeito pelas pessoas, enfiem os vossos julgamentos no rabinho que lá é que estão bem, com a prole, não sejam tão absurdos como toda a gente sabe que são, ninguém precisa de ter que levar com paranoias e com invejas, querem homens, andem atrás deles, comam-nos a todos, a nós pouco nos interessa, porque o nosso homem já temos, já somos na nossa maioria casadas, com filhos, com responsabilidades muito acima das vossas, com objectivos muito mais seguros e com uma maior probabilidade de sucesso, estudamos e pagamos a nossa vida universitária, saimos as tantas do trabalho e ainda vamos a faculdade, andamos 24 horas ligadas a corrente porque nos podem chamar a qualquer altura, mesmo assim, somos pessoas de nos saber divertir, temos boas amizades umas com as outras e partilhamos a nossa vida com as que são as únicas capazes de nos perceber porque passam pelo mesmo, sabiam que mais de 80% das mulheres militares são formadas? Sabiam que 55%, delas são mulheres casadas e com filhos? Sabiam que nós fazemos serviços de 24h e no dia a seguir ainda somos capazes de trabalhar, arranjar forças para estudar para um exame? Sabem lá como custa deixar o filho nas mãos de estranhos e só o voltar a ver no dia a seguir? Não, não sabem, porque é sempre melhor olhar para os outros de lado, é sempre melhor ver o cisco no olho de alguém do que a trave a nossa frente, fazem isso porque têm a certeza que cá ninguém vos aceitava, pela vossa nitida falta de ambição, de força e vontade de sacrificio, porque por mais estranho que vos possa parecer, nada cai do céu e nós vamos atrás do nosso, é essa a nossa diferença! Foi uma escolha nossa, lutar pelos nossos filhos, pelo nosso futuro, porque a nós ninguém nos pagou o curso, a nós ninguém deu a oportunidade de ser outra coisa, só a tropa nos deu a mão e acreditou em nós. Ainda assim somos obrigadas a ter que levar com esses comentários ordinários, criados por puro despeito e por uma valente falta de humildade, porque uma coisa é certa, a tropa é uma lição maravilhosa de vida, ensina-te a ser humilde e com humildade chegas a todo o lado, não tens medo de nada!
terça-feira, fevereiro 14, 2006
Desafios meus
Sou uma lutadora nata! Se as minha lutas ficassem estampadas no meu corpo eu era o Rambo, versão femenina!
Habituei-me desde sempre a conseguir sempre o que quero, não baixo os braços! Tudo na minha vida me aconteceu depois de uma valente luta, no fim estou sempre esgotada, a dada altura nem sei se valeu a pena, mas gosto de saborear bem as minhas vitorias.
A minha maior vitoria é sem duvida o meu cursinho de enfermagem...cada vez que me lembro das pessoas a dizerem que eu nunca ia conseguir, que era um curso demasiado dificil de se fazer, que já não tinha idade para estas coisas, que devia era me casar, parir uma penca de filhos e comer doritos para o resto da minha vida (versão das minhas ricas tias)... modestias a parte e bem longe de mim...I love me!!!
Não existe na minha vida um orgulho tão grande como esta vitoria, nada me faria tão feliz como fui no dia em que vi na pauta a lista de colocados e lá estava eu, com a minha primeira opção...admitida...
Chorei, confesso que foi um desgaste emocional tão grande que quando finalmente vi, acreditei que passado tantos anos eu finalmente tinha conseguido, e não era privada (não que tenha algo contra as privadas, mas, o sabor é diferente) era uma faculdade publica com uma super média, mas eu estava lá, agora é este o meu novo desafio, finalizar o meu curso querido pela qual lutei tanto.
Todos os dias eu coloco um desafio novo para mim, no desporto aprendemos a ser disciplinados, temos sempre metas a atingir e não nos ficamos pelas que já superamos, com o meu curso eu estableci as mesmas metas, dado que eu trabalho, tenho de fazer as coisas de forma metodica, gradual, sem me desesperar com a minha própria ansiedade que de vez em quando se torna num tormento para mim. Tenho tido vitorias ao longo deste curso, coisas pequenas que para mim são tão grandes que me preenchem inteiramente sem dar espaço a mais nada, a dada altura começo me a esquecer do resto todo que me compõe, deixo de sentir falta das coisas, das pessoas, só me centro no que eu quero, o resto passou a ser superfluo demais para eu levar a serio. Mesmo que me aconteçam outras coisas igualmente boas eu sei que nada me retira mais a atenção do meu objectivo, é isto que eu quero, e diga-se de passagem, não existe nada melhor do que a gente saber realmente o que se quer, torna-se num vicio, torna-se a nossa vida.
Este foi o melhor mês da minha vida, cresci mais neste mês do que em qualquer outra altura da minha vida, pois vi evolução em mim, mais garra que aquilo que eu costumo ter e sinto-me feliz por isso. Desprendida do mundo eu criei o meu mundo aparte de tudo, a minha faculdade, o meu trabalho, o meu desporto, as minhas noitadas, a minha leitura, o meu silêncio, a minha musica, os meus passeios por Belém...tudo isto me completa, nada me completa tanto como o que eu faço por mim, talvez seja o meu egoismo a vir ao de cima, talvez seja eu a dar conta de que esta na altura de deixar de ser a babysitter, quando ninguém o é para mim. Se eu não cuidar de mim, mais ninguém o fará e a única pessoa que algum dia o fez, já não existe mais. Existem momentos na vida em que temos de despir a versão de Madre Teresa de Calcutá, talvez porque seja um fardo demasido grande para se carregar, mas também porque não podemos basear a nossa existência a viver dos problemas dos outros, a colocar panos quentes e frios, a lutar por que não sabe sequer o que é esforço. Nunca deixei um amigo meu sem apoio, mas neste ultimo mês, eu quis e não tive, ninguém foi capaz de me perguntar se ao menos eu estava bem, enfiados e embrenhados nas suas proprias felicidades não se lembraram de mim. Habituei-me a nunca exigir, a não pedir fosse o que fosse dos outros, eu sempre dei, o que tinha chegava bem para todos e para mim. Mas depois eu fiquei parada no tempo, eu olhei a minha volta e vi quem realmente pensava em mim, era eu, somente eu. Por isso, a minha próxima vitoria é manter o que eu tenho, o que eu sou.
A felicidade tem um caminho de tijolos amarelos, como no Feiticeiro de Oz, podem sem enjoativos, a cor é de facto uma merda, podem ser sempre a subir, ou sempre a descer, com curvas ou sempre a direito, mas o que importa mesmo é saber segui-lo, nem que seja só com a própria sombra, por vezes é uma melhor companhia.
terça-feira, fevereiro 07, 2006
Minha Ruiva
A minha Ruiva é a minha melhor amiga! Já somos amigas a uma infinidade de anos, e o mais estranho é que no inicio, quando nos conhecemos mal nos falavamos...no entanto fomos das poucas a passar de ano e fomos colocadas na mesma turma no ano a seguir, a partir daí, tornamo-nos unha e carne e mesmo longe conforme estamos somos muito uma para a outra.
Como é que alguém se torna nossa melhor amiga?! Fácil, pela fidelidade, não tenho ninguém neste mundo que me seja tão fiel como ela, não imagino a minha vida sem a pureza da amizade dela, tão desinteressada, tão minha defensora e co-adjuvante em tudo o que faço, não é por definitivo a pessoa que me passa mais a mão pela cabeça, é literalmente a pessoa que me dá mais na cabeça, tem sempre os sermões devidamente catalogados para cada ocasião, aquele narizinho impinado, e o dedinho a dar a dar são a imagem de marca dela quando nos prega um valente sermão, no entanto tem a doçura de uma pequena criança quando nos abraça, faz-me sempre sentir tão bem quando chego a terra que a primeira coisa que faço depois de pousar a mala é ir ter com ela e contar-lhe tudo o que tenho feito enquanto estou longe, ela é sem duvida alguma um dos motivos pela qual me sinto feliz por voltar a casa, é como se voltasse ao meu mundo de novo. Uma das coisas que eu lhe posso e devo agradecer foi ter vindo para onde vim, na altura este era o sonho dela, era o que ela queria, passou 3 anos da vida dela a dizer para irmos, que ia ser bom, que iamos ter finalmente a nossa liberdade, eu vim, ela não, valores mais altos se levantaram, foi através dela que eu tive a força que precisei tantas vezes para não voltar para trás, lembrava-me dela a massacrar-me a cabeça para correr, para me esforçar, andavamos sempre a reboque uma da outra!! Se atravessei o meu "deserto" foi porque ela estava a meu lado.
Admiro-te muito por tudo o que és, pela tua teimosia, pela tua insistência permanente de levares sempre a tua adiante, por te establizares na pessoa que és ao longo dos tempos, por termos partilhado as mesmas asneiras, por me teres dado o melhor presente que alguém pode receber de alguém, a honestidade. A minha equipa és tu, a minha maior fã em tudo o que faço, a minha apoiante desmedida mesmo quando me demonstras que estou errada!!
Princesa...estou a voltar para casa!!
See you soon!!
segunda-feira, fevereiro 06, 2006
De bem...
Fiz frequência hoje...
Muito bem! Foi a sensação com que fiquei, sai de lá satisfeita, a dada altura nem me preucupei em verificar nada, só para ter a certeza morbida se estava certo ou não, era indifirente! A energia que tem circulado por mim tem sido um abuso, tem sido mesmo de loucos, é fantastico quando nos sentimos bem conosco, com a vida que levamos, com o cansaço que já não atrapalha mais nada, com as coisas que correm menos bem e de alguma forma se resolvem por si mesmas, estou mesmo muito feliz hoje, nunca pensei sentir-me tão feliz sem razão alguma, é só uma sensação que a dada altura me faz sorrir, resolver as coisas sem stressar, apreciar o meu mundo e a forma como o adoro...
Ser feliz não depende de nada a não ser de nós mesmos, ninguém nos faz feliz, o dinheiro não nos faz feliz, evoluir no trabalho não nos faz feliz...porque é tudo tão efémero...tão básico comparado a satisfação de realmente estar bem sem nada nos acontecer...
quinta-feira, fevereiro 02, 2006
Causa Perdida
Num desses programas curriqueiros que a Tv costuma passar, numa entrevista rapida que mal dava para perceber o assunto, houve uma frase que nunca me saiu da cabeça, e já lá vão muitos anos. O entrevistado falava sobre o seu divorcio, notava-se que era algo que o afectava, ninguém fica tão serio em televisão, ele disse: "Um homem esquece uma mulher com o tempo, e uma mulher esquece um homem com outro homem". Na altura achei que o dizia por mágoa, ser trocado por outra pessoa não é uma boa sensação, creio eu que deverá afectar em grande parte a nossa auto-estima e procuramos sempre onde falhamos, qual o nosso defeito que levou a ruptura, será que já não somos atraentes?
Mas uma coisa é certa, quando se gosta mesmo de alguém não é com outra pessoa que se esquece quem nos deixou, é com o tempo, isto nada tem a haver com o facto de ser mulher ou homem, mas sim do quanto se gosta.
Durante este ultimo ano alimentei uma paixão desmedida, uma coisa que me ocupou em grande parte a cabeça e o espirito, não foi amor, foi somente uma paixão e, sem duvida alguma custou-me bem mais do que dar por finalizada uma relação fantastica de 5 anos. Mas chega uma altura em que temos de dar um "basta" no assunto, temos que nos dar a nós mesmos a oportunidade de inventar um antidoto que solucione esta sensação merdosa que é não ser olhado com outros olhos. Foi ai que me apercebi que o tempo, a distância, são coisas que funcionam muito bem, existe algo no silêncio que nos anestesia a cabeça e nos leva para outras paragens, arranjar objectivos firmes é também uma grande ajuda, seguir em linha recta o que queremos para nós sem sequer olhar para o lado. Eu fiz isso, resolvi afastar-me radicalmente, por de lado tudo o que algum dia me fez lembrar que ele existiu, decidir de uma vez por todas qual o caminho que eu vou seguir, porque passei tanto tempo embrenhada nesta doença que me esquecia a dada altura que eu tenho um objectivo na minha vida, que sem ele também não sou feliz, embora na altura eu pensasse que a minha felicidade estava integrada a presença dele. É errado desperdiçar energias com quem não desperdiça um mero segundo da sua atenção conosco, é errado colocar a frente de tudo e todos quem não aprecia nada do que fazemos, quem não nos conhece de forma alguma, acabamos sempre arrependidos de alguma forma. Não me arrependo de nada no entanto, interpreto, tal como sempre o fiz como uma lição, aprendi algo com isso, melhorei algo em mim a custa disso, por conseguinte não foi uma total perda de tempo, era algo pela qual eu deveria passar, aprendi muito!
Sou radical em tudo o que faço, sou mesmo uma pessoa de extremos, serei sempre teimosa até ter a certeza que tal teimosia se transforma num transtorno para mim, temos sempre de saber quando parar! Parei então, ocupei a minha vida com tantas outras coisas, eu inventei o meu antidoto para mim mesma. Nunca me vi com outros olhos, serei sempre o que sou e a meu ver, eu gosto, não mudo por ninguém, por nada, sou adaptável, o meu comportamento será sempre de acordo com a situação, se não dá não se inventa modas, temos de ter subserviência o suficiente para saber quando demos o nosso melhor e mesmo assim não funcionou como queriamos, não podemos nos reinventar só para agradar aos outros, o tempo joga sempre a nosso favor e tudo na vida se torna de algum modo, passado.
Quando existir algo que vos faça mal afastem-se, quando sentirem que se perdem de si mesmos virem as costas, olhem em frente, o caminho continua, podemos até ir a chorar, completamente cansados de toda esta confusão, mas basta somente um pé em frente, o outro seguirá por acréscimo. Não se deve lutar por causas perdidas, apercebam-se disso a tempo, e terão logo a vista um milhar de outras tantas causas que serão bem mais dignas do vosso esforço.
terça-feira, janeiro 31, 2006
E viva o Norte!!
Odeio neve! Já era algo confirmado antes deste fim de semana, porque por mais incrível que pareça, neve é sinónimo de frio, muito frio! A custa da neve demorei 9 horas para chegar a Lisboa, a viagem que já era uma valente merda para mim tornou-se numa ainda maior e ainda tive de levar com gente histérica porque nunca tinham visto neve, juntem duas brazileiras e a A1 cheia de neve e têm aquilo que foi o 11 de Setembro nos E.U.A, tirando a parte do fumo e da torre a cair! Para cúmulo dos azares...acabaram-se as pilhas do leitor de Mp3...e então foi a viagem quase toda acompanhada dos melhores exitos da Ágata...Romana...Rute Marlene...e todas as outras loiras a quem lhes mentem a dizer que cantam bem. Por isso, um fim de semana que até tinha atingido algum nível de sobriedade, de classe...foi absolutamente arruinado por causa da neve, odeio neve!!
Achei incrivel a velocidade com que um país para só porque caiu um bocadinho insignificante de neve, nota-se mesmo que esta gente se ia adaptar muito bem ao clima tropical da Russia. Como vivo por detrás dos calhaus sei bem que todos os anos o que eu tenho de mais garantido é neve, no entanto não é por causa disso que a minha pacata cidade para, não é por causa disso que as pessoas saiem a rua e vão rebolar para as rotundas que têm neve, também não é por causa disso que se deixa de trabalhar, podemos não ir as aulas, mas isso já é uma escolha nossa feita diariamente com ou sem neve!! O mais bizarro ainda são os infelizes que fazem bonequinhos de neve, colocam em cima dos carros e vão passear...
Depois dizem que o pessoal do Norte é que é um atraso de vida!! Pelo amor de Deus, olhem bem para as figurinhas que fazem e depois pensem se fazem bem os vossos julgamentos, o pessoal do Norte por mais sub-desenvolvido que possa parecer aos olhos das supostas mentes brilhantes neste país têm algo que nunca vão alcançar, a simplicidade, e isso não se compra na Zara nem no Continente, é uma forma de estar muito nossa, aceitamos o que temos, vivemos com o que temos, não fingimos o que não somos nem perdemos tempo com a água que cai do céu, suportamos o frio, as más estradas, a falta de emprego, o conforto do aquecimento central, e vivemos a vida de uma forma muito mais aberta, cumprimentamos os vizinhos mesmo que nunca os tenhamos visto e não stressamos com coisas futeis.
Sou do Norte, não existe maior orgulho que este! Gostem, não gostem, a mim não me interessa nada, porque o mais giro disto tudo, é que o que fazemos, o que somos, o que pensamos nunca é para nos sentirmos bem em relação a ninguém a não ser conosco próprios, não temos a mania das grandezas, nem da superioridade, aceitamo-nos muito bem conforme somos.
domingo, janeiro 22, 2006
Esta semana
Tem sido uma semana muito engraçada...
Esta frase eu digo-a porque ando a mudar os meus hábitos horriveis e a tentar parecer uma mulher normal, se bem que nunca se deixa de ser o que sempre se foi. Mas, estou uma verdadeira adepta do desporto com muito mais afinco, tenho ido correr e faço uma hora de ginásio, eu sempre gostei de desporto, especialmente dos colectivos, adoro aquela coisa toda que uma equipa representa, a união, o empenho e o sacrificio que fazemos pelo bem estar comum, no entanto, como as minhas amigas ainda não descobriram a parte zen da vida delas eu agora tenho feito tudo individualmente, o que é uma real seca e seria bem pior se não tivesse o leitor de Mp3.
As minhas unhas existem, ou seja estou mais uma vez a tentar deixa-las crescer o que tem sido o verdadeiro suplicio, quanto ao tabaco...eu nem vou comentar, porque "desgraça" é a única palavra que me surge quando penso nisso, não obstante tenho feito um esforço bem grande para não fumar enquanto corro, o que tem corrido relativamente bem, fumo depois.
Aconteceram-me muitas coisas boas, quero ver agora se vão continuar a serem tão boas, as vezes apostamos em cavalos valentes e acabamos por perder corridas na mesma, porque as vezes não conta a força de pernas, conta tão somente a vontade que se tem de ganhar. Nota-se logo quando começamos a ter uma vida social bem mais interessante, esquecemo-nos de escrever, achamos que certas coisas ninguém pode saber, o meu blog ficou pela primeira semana sem um post novo, ja levei com bocas a custa disso pois tenho de volta um sorriso pequeno na cara, os meus olhos já têm mais para onde olhar sem ser para um monitor de computador, ou então eles também não se lembram que ando tão cansada que nem forças eu tenho para teclar seja o que for pois ando realmente com a minha vida muito preenchida e muito mais interessante. Isto tem a haver com muita coisa acontece por detrás dos bastidores, coisas que ninguém vê ou se apercebe porque quer queiramos quer não somos todos egoistas demais para pensar que os outros também conseguem ter uma vida por mais calma que esta seja.
sábado, janeiro 14, 2006
Pessoa simples
Sou feliz quando olho para ti,
quando te falo o que me vai na alma...
Sou feliz quando acordo e sei que dormi bem,
Sou feliz quando vou correr e me liberto do que me prende....
Sou feliz quando oiço a minha musica preferida,
Sou feliz quando está sol,
quando chove amo o cheiro da terra...
Sou feliz ao pé do mar,
Dentro da água...
Sou feliz quando a minha amiga me abraça,
Sou feliz quando me chamas de "amor"...
Sou feliz quando danço a noite toda,
Sou feliz quando é sabado,
infeliz quando é domingo...
Sou feliz a lareira e faz frio lá fora,
Quando o meu gato ronrona pra mim,
quando uma criança me dá a mão...
sou feliz mesmo com o teu silêncio...
com a tua distância...
Sou feliz com coisas simples,
sou uma pessoa simples...
quando te falo o que me vai na alma...
Sou feliz quando acordo e sei que dormi bem,
Sou feliz quando vou correr e me liberto do que me prende....
Sou feliz quando oiço a minha musica preferida,
Sou feliz quando está sol,
quando chove amo o cheiro da terra...
Sou feliz ao pé do mar,
Dentro da água...
Sou feliz quando a minha amiga me abraça,
Sou feliz quando me chamas de "amor"...
Sou feliz quando danço a noite toda,
Sou feliz quando é sabado,
infeliz quando é domingo...
Sou feliz a lareira e faz frio lá fora,
Quando o meu gato ronrona pra mim,
quando uma criança me dá a mão...
sou feliz mesmo com o teu silêncio...
com a tua distância...
Sou feliz com coisas simples,
sou uma pessoa simples...
quarta-feira, janeiro 11, 2006
Empty Road
Is it possible not to like the sound of a piano?
Is it possible not to like the sound of your voice?
The wisper's at night...
The shiver between the sheets...
Hand me your world,
and I'll give you my soul...
Be my evil,
I'll be your kindness...
Be my courage,
and I'll be the bed where you lay on.
There's an eternity in your eyes...
a glow in your smille...
Is it possible not to fall for you?
Is it possible not to follow you, where ever you go?
Baybe...I miss you so...
Lay yourself down on me,
be my Motel...
I'll be the written pages in your diary,
your secret...
A body of a God,
a strainght of a fire storm,
a presence that doesn't fade away that easily...
The pleasure without a name...
The passion without a destiny...
My empty road...
Is it possible to want silver and receive gold?
Is it possible to want pearls and receive diamonds?
Is it possible not to like the sound of your voice?
The wisper's at night...
The shiver between the sheets...
Hand me your world,
and I'll give you my soul...
Be my evil,
I'll be your kindness...
Be my courage,
and I'll be the bed where you lay on.
There's an eternity in your eyes...
a glow in your smille...
Is it possible not to fall for you?
Is it possible not to follow you, where ever you go?
Baybe...I miss you so...
Lay yourself down on me,
be my Motel...
I'll be the written pages in your diary,
your secret...
A body of a God,
a strainght of a fire storm,
a presence that doesn't fade away that easily...
The pleasure without a name...
The passion without a destiny...
My empty road...
Is it possible to want silver and receive gold?
Is it possible to want pearls and receive diamonds?
sábado, janeiro 07, 2006
3 Desejos
Gostava que me aparecesse a frente o Génio da Lâmpada do Aladino, os que odeiam a minha parte sensível e sonhadora por esta altura ja devem estar a imaginar que vou pedir paz, dinheiro e saúde ou qualquer coisa assim do género...mas enganam-se, não vou!
Existe nos desejos particulares algo em comum, o facto de serem impossíveis, não seria nada meu se eu não acreditasse na paz, não soubesse que a saúde a gente trata e o dinheiro logo aparece, nada disso é impossível. Eu falo de coisas que eu sei que nunca iriam acontecer a não ser que o Génio aparecesse, ou tivesse algo que não costumo ter muitas vezes, sorte! Mas lamurias a parte eu tenho 3 desejos que eu gostava mesmo muito que se realizassem, gostava em primeiro de ter melhor feitio...essa era fácil! O meu feitio é algo que de vez em quando me atrapalha muito, sei bem que não o consigo mudar, por isso ando sempre a espera de um milagre! Em segundo lugar queria muito que o tempo parasse agora! Nem um dia a mais, nem um dia a menos, gostava que as pessoas que mais amo permanececem assim como estão, pois isso significava que nunca as ia perder e que nunca mais ia ter saudades de ninguém!
O meu ultimo desejo é o mais profundo de todos os desejos que eu alguma vez tive, é algo que de tão impossível que é, facilmente abdicaria dos outros todos só para ver este concretizado,( é nesta altura que os menos sensíveis podem acabar a sua leitura e se porem a andar), eu queria muito que a minha melhor e maior amiga ainda fosse viva! Queria-a de volta! Nada consegue substituir a minha maior perda, a melhor amiga que eu consegui ter na minha vida, ninguém me pode devolver mais a alegria que eu tinha com ela, nem a amizade que partilhamos, tenho outras amigas, tenho uma melhor amiga do peito, mas o lugar dela é eterno! A falta dela revela-se quando tenho algo novo para contar, quando estou triste e me sinto só, quando é o aniversário dela, quando é o meu aniversário...eu lembro-me de ti todos os dias! Pudera eu então ter o poder de te dar vida, pudera eu ter o poder de fazer com que a esta altura ainda estivesses aqui comigo e com todos os que deixas-te para trás, hoje sonhei contigo, sonhei que me tinham dado os três desejos e que um deles eras tu que voltavas, linda como sempre, amiga como sempre! Odeio que estejas tão longe, odeio que não me tenha despedido de ti, odeio a falta que me fazes, odeio acima de tudo só poder sonhar que podias voltar...odeio sentir que não te pude dar a mão, que não consegui te trazer de volta.
Um dia eu realizo o meu desejo, mas não é tu que voltas, sou eu que vou atrás de ti!
Parabéns, era o que te queria dizer, hoje é o teu aniversário e eu não me esqueci de ti, nunca me esqueço de ti!
quarta-feira, janeiro 04, 2006
Hotel Ruanda
Ontem vi um filme fantástico "Hotel Ruanda", não é daqueles romances que todas as mulheres adoram, também não era uma comédia em que toda a gente se ri, não posso considerar drama, era um filme real, dai, talvez, que eu o tenha amado vêr.
Vou ter sempre uma ligação especial e única com o continente Africano, nasci lá, logo o meu coração em termos de continente e país a muito que já tem um dono. Existe algo lá que nos faz ser sempre de lá por mais paises que conheçamos, existe algo no ar, na terra, uma especie de magia que nos rouba o amor todo do mundo e fica com ele eternamente, não é nunca um patriotismo radical, a minha camisola é outra, é antes de mais algo que nasce conosco e morre conosco, é adquirido, não é de modo algum algo que se conquista.
Costumo dizer que prefiro a paz pois nunca vou entender a guerra, mas as pessoas estranham, dado que eu seria uma das pessoas que em caso de necessidade iria de facto ter que fazer parte dela, dado que eu sou uma mulher de armas...mas para perceber uma guerra eu tenho que ver um motivo palpável, não consigo vêr justificativa em cor de pele, em religião, em diferenças tribais como foi no filme, em politiquices ridiculas...não existem motivos para matar, vai ser sempre errado e uma guerra é baseada somente nisso, num grave erro.
Um dos meus objectivos é terminar o meu curso de enfermagem e fazer parte da AMI ou da Cruz Vermelha, era algo que me ia preencher sem duvida alguma pois no meio de guerras e de outras desgraças, eles são os verdadeiros anjos da guarda, é inerente á minha pessoa ajudar, tirar a camisa e dar, não me precupar só comigo pois ponho os outros em primeiro lugar, eu vou ter sempre tempo para toda gente, eu deixo que assim seja porque gosto, não faz de mim uma gaja muito fixe especial ou diferente, faz de mim simplesmente o meu básico, o que eu sou. Esta capacidade é a que mais admiro nas pessoas, é sempre por esta característica especifica que escolho os amigos, e as pessoas com que gosto de estar.
A minha santa mãezinha passa-se comigo pois acha que vou deixar de viver a minha vida para andar a ajudar quem nada me é, mas o que ela não sabe é que essa é de facto a minha vida, nada mais me move, nada mais me comove, o meu grail é voltar a Africa, com a minha bata branca, pousar os meus pés no chão, arregaçar as mangas e dar o meu melhor, seja ele qual for.
Fico triste quando ligo a Tv e vejo como anda o mundo, vejo pessoas com poder para melhorar e nada fazem, vejo politicos que mentem para ocupar os cargos e quando lá chegam é mais o "venha nós ao meu ventre", assistimos a desgraças horriveis e depois continuamos com o nosso jantar a mesma, é apenas algo que acontece aos outros, nunca a nós. Mas eu não quero passar a minha vida a ser uma observadora conivente, sempre podemos fazer algo mais, eu pelo menos quero tentar.
Sou idealista, sou sonhadora o quanto baste, sou ingénua em tudo, sou crente, esperançosa no melhor por parte das pessoas, muitas vezes sou o que não aguento mais ser, mas é algo que não me larga, como é que se deixa de ser o que sempre se foi!?
Vou dar as mãos sempre a quem delas precisar!
Ideias...de merda lá está!
Uma coisa que me enerva profundamente são anuncios de publicidade na Tv, especialmente os de detergentes para a màquina...é que não percebo como é que uma máquina de lavar roupa consegue funcionar no meio de um parque infantil, ou num pátio...caso ainda não se tenham apercebido é uma publicidade merdosa, pois não explicam aonde vão buscar a electricidade para a pôr a funcionar, nem aonde enfiam o tubo da água quando sai (deve ser nos cornos para terem ideias destas) nem tão pouco aonde para a torneira da água que por acaso é fundamental para o detergente lavar seja o que for...deve ser um detergente tão eficaz que nem precisa de água!!
Devia ser proibido passarem estas merdas na Tv, pois para além de me interromperem sempre as melhores parte do "Sexo e a Cidade" lembram-me sempre da minha actividade de fim de semana...lavanço de roupa!
Outra coisa que odeio na Tv e é uma miséria depois do Big Brother e, esse ainda tinha sexo, são telenovelas Portuguesas...se repararem muda o titulo, as músicas têm sempre a haver com o titulo, pelo amor de Deus até o Toy cantou uma delas!! Alguns actores participam em várias ao mesmo tempo e depois torna-se dificil ganhar ódios viscerais seja por quem for porque é para isso que servem as novelas, para a minha avó falar sozinha e dizer que odeia toda gente, mas de resto fundamentalmente a ideia é a mesma, existe sempre uma cabra e um cabrão que tentam fazer a vida dos herois num inferno, a heroina ou é cega ou é irmã do heroi, a mãe do heroi é sempre uma puta pois afinal nunca são irmãos a gaja tinha andado com o padeiro...ou seja, viram a uns tempos atrás as telenovelas mexicanas e disseram "Ai e tal deve ser giro...", a partir dai é sempre a mesma desgraceira...ideias de merda!
segunda-feira, janeiro 02, 2006
Castelos de Cartas
Tenho assistido a diversas demonstrações de desespero, isto porque hoje em dia as pessoas sujeitam-se a tanta coisa só com medo de ficarem sós que se torna mesmo um desespero vêr o que sofrem, o que fazem, o que pensam...
Também tive momentos na minha vida em que me senti tão só e tão vazia que nada nem ninguém me conseguia tapar o buraco, nem familia, nem amigos, nem colegas...isto porque passava tanto tempo a ter pena de mim que não apreciava o que me rodeava. Fechei-me em copas e estava a ver que andava a concorrer para a "ostra" do ano. Não sei porque estas coisas acontecem, mas a dada altura olhamos em nosso redor e nada mais nos levanta a moral, é tudo uma tela a preto e branco, sem brilho, não adianta sair a noite, não adianta ter os amigos a puxar por nós, a familia a reclamar atenção, é uma depressão individualista, sem concessões.
Não sei bem, mas a dada altura eu abri-me para o mundo, comecei a olhar para o lado, a aperceber-me que no meio do meu egoismo existiam pessoas que me queriam de volta, não era pela beleza inconfundivel, pelo meu génio fantástico, mas porque era sempre eu que lhes dava a mão para as puxar para cima, precisavam de uma amiga. Não me esqueci dos meus problemas, aprendi foi a encara-los juntamente com os dos outros, com os que me davam valor, as vezes custa tanto pedir ajuda, que a cura só vem quando ajudamos os outros.
A esta altura da vida vejo que não tenho problemas, consigo lidar bem com os meus pequenos precalços, não sei se sou feliz, mas afinal de contas não existe felicidade plena, o ser humano é exigente por natureza e quer sempre mais, eu não sou excepção, eu quero sempre mais, se tenho um trabalho quero sempre ser reconhecida por aquilo que faço, quero subir, se entro para um curso, quero termina-lo com notas excelentes, se tenho amigos quero que estejam sempre comigo, se tenho namorado quero sempre que seja companheiro, que me leve a passear a beira mar, bem a noitinha quando o silêncio é quase ensurdecedor, quero que me segure a mão, que me roube os beijos que quiser... se tenho fé, quero vêr Deus, se saio a noite quero sempre dançar, se sonho com algo, quero que aconteça...passamos o tempo a pedir e a pedir, a lutar e a exigir...chega uma dada altura que as coisas não acontecem, por mais que a gente queira, o querer não é o suficiente, é preciso essencialmente viver, viver com o que se tem.
Tenho tudo o que preciso, tenho o meu curso, os meus pais são dois seres humanos fora de série, tenho dois irmãos que fazem de mim a princesa da vida deles, tenho amigos que chegam para abraçar a terra toda com um valente S no peito, com um coração genial de quem vai ser heroi na minha vida para todo o sempre, tenho saúde e boa disposição...tenho fé mesmo quando não vejo, falta-me o amor da minha vida, tenho gostado, tenho me apaixonado...mas nunca é a sensação divina de pertencer a alguém, de ser ali o meu porto seguro, a minha sombra, o meu Robin, sendo eu o Batman...quero alguém a quem eu possa olhar nos olhos e emocionar-me só com a sua presença. Ainda não chegou a minha hora, não sou menos feliz por isso, olho não para o que me falta mas para o que tenho, que embora não seja a mesma coisa tem uma valia diferente e também arranca de mim um sorriso sincero. Não vamos abdicar da nossa dignidade só pela ideia de uma felicidade fajuta e falsa, é como andar sobre ruas de vidro, nunca sabemos quando vão partir, nunca sabemos a direcção correcta pois é tudo incerto. Não devemos perder os nossos ideiais só porque a vida não é tão fácil como queremos que seja, para se encontrar um bom amigo a gente anda kilómetros, eu só preciso de olhar para o meu lado, ligar o telemóvel...mas sei ao menos que são reais, que é mesmo amizade destituída de todo o tipo de máscaras, para ter um amor verdadeiro não podemos estar a espera dele, não podemos ir a luta por ele, pois no amor não se luta, ele vive por si mesmo, para ter amor basta somente entrar no Metro num dia de chuva e pode ser que num rasgo de sorte se consiga ter por momentos a sensação fantástica do que é amar e ser amada. Viver em dúvidas, em crises só porque não queremos ficar sós não faz de nós grandes aventureiros, faz de nós cobardes, pois o verdadeiro nunca é posto em causa, é sempre simples, directo, não tem artifícios, isso seria viver mentiras na esperança de construir um castelo com baralhos de cartas, mais tarde ou mais cedo, eles acabam por tombar, e lá se vai o castelo!
Que Grande Ano Novo!!
Tal como tinha prometido, não me consegui manter muito sóbria nestes dias, creio inclusive que a minha despedida deste ano foi tal e qual os casamentos dos ciganos...demorou 3 dias seguidos!!
Foi uma aventura, foi divertido, valem sempre os meus queridos amigos, em especial a minha menina linda, que claro tornam sempre tudo mais significativo!
Pensei em tirar fotos...mas também foi só uma ideia, ficou mesmo por ai porque não era capaz de ter duas coisas ao mesmo tempo na mão, o copo e a máquina, era matematicamente impossível e, como eu na minha naturalidade toda ja sou uma descoordenada motora, vulgo elefante, que por onde passa fo... tudo, deixei-me dessas ideias, para além do mais leva-se a máquina, e as pilhas hummmm?!! Eu cada vez mais sou como sempre fui, passam os anos, mas nada me muda!!
De qualquer forma, hoje já estou enfiada para aqui, sabe lá Deus a fazer o quê, dizem que estou a trabalhar, e eu respeito a ideia.
Tive muita pena de não ter visto o inicio do Dakar, é a derradeira aventura, embora não saiba nem goste lá muito da sensação de conduzir, creio que a aquela cena toda do deserto, o medo dos Tuaregs e de mais não sei quantos bandos de terroristas árabes que andam pelo caminho é um atractivo para mim, o homem que eu preciso precisa de me saber domar...
A única coisa que não correu lá muito bem foi o facto de não ter tido rede na merda do telemóvel, não ter levado a merda do carregador, e ter dado um tralho com um amigo meu na merda da piscina que até os ossos do cu fizeram ricochete na nuca... tirando isso, foi o Ano Novo perfeito, correu tudo muito bem, com o pessoal todo animado e bêbado claro... mas feliz, porque estavamos juntos, ninguém acertava nas perguntas do Trivial Pursuit, em termos de alimentação foi o descalabro total porque nós...as gajas...somos gajas prendadas e sabemos cozinhar muito bem e andamos a levar com massa nas suas diversas variantes os 3 dias seguidos!! Isto porque basicamente, só tinhamos massa e alcool!! Agora só faltava acrescentar o tricot ou o tapete de arraiolos, o bigode e lá estava eu de volta a Santa Terrinha!! Grrrrr!!
Para este ano a escolha de lingerie foi um sucesso, este ano a cor escolhida foi o vermelho por parte das mulheres e azul por parte dos homens, isto porque o vermelho é paixão e o azul era a sorte, vamos lá ver se estas coisas funcionam, nos outros anos era sempre o azul e sorte que era bom nada, agora de vermelho vou precisar de vassouras para os espantar, tal vai ser a paixão!!!
Paixão, sorte, dinheiro ou paz o que interessa mesmo no fundo é a saúde...sem ela, eu basicamente nem me levanto da cama, por isso venha a saúde que já fico bem contente!!
quinta-feira, dezembro 29, 2005
Bom Ano!
Bem...este é o dia em que começo as hostilidades para me despedir de 2005, como tal pretendo, sem duvida alguma, apanhar uma valente bebedeira, a começar hoje a noite, e mantê-la até ao dia da passagem de Ano, isto, claro que é para esquecer este Ano! Isto não são coisas que uma mulher de juizo diga, mas o meu nível de maturidade nunca se pode vêr por aquilo que digo, nem por aquilo que faço, também não sei que nível de maturidade tenho, por isso é completamente irrelevante as ilações que retiram do que escrevo ou do que faço, porque nunca ligo ao que me dizem, defeito meu!
Quero a festa a que tenho direito, quero a alegria que não tive o ano passado, quero nesta ultima passagem de Ano que passo com amigos enquanto "Tomb Raider" viver com eles momentos que vão lhes ficar na memória, vai ser a derradeira lembrança.
Tenho pena não conseguir juntar todos os meus amigos, tenho pena de não partilhar com eles estes momentos, mas até me ir embora eu vou ter outros tantos e conto passa-los com eles, decidi que este ano vou juntar uma quantidade de momentos especiais, com cada pessoa por quem tenho amor e estima eu vou dedicar um momento grande e fazer desse momento memorável, começo com a minha melhor amiga, com a minha companheira de guerra, depois outros se seguirão, de forma discreta, de forma que não se apercebam eu vou dedicar este ano a despedir-me deles sem aquela cena de lágrimas e discursos, e claro vou deixar de fumar.
Por isso, soltem os foguetes, tragam as flores e a fanfarra, a festa começa hoje e só vai parar daqui a um ano quando eu já não existir mais e ser tão somente uma recordação boa.
Este Ano é o tal Ano!! Por isso, a todos que gostam de mim, que me têm feito companhia, aos meus amigos que por les daria tudo, às pessoas que me dão sorrisos, que me entendem e acima de tudo que me aceitam exactamente como sou, um Ano Bom, cheio de tudo o que mais desejem bem lá no fundo, que tudo se concretize este ano e que seja para todos uma revelação! Vamos ter esperanças que as coisas vão correr bem, pois assim elas saiem perfeitas!
Sonhos
Existe sempre em nós um grande sonho, o que realmente teriamos amado fazer para o resto dos nossos dias, eu não sou excepção, sempre tive desde que me conheço por pessoa um enorme prazer numa das minhas actividades, dançar. Sempre amei dançar, faz-me esquecer o mundo, faz-me esquecer os problemas, liberto-me imenso...adoraria ter sido bailarina de ballet!
O meu grande sonho era esse, pertencer ao ballet Russo e ser "prima ballerina" de uma qualquer companhia, sou fanática por ballet e gosto muito do modo como os movimentos são feitos, da disciplina e da força envolvida, da elegância e da sobriedade dos movimentos, das expressões corporais...acho magnifico.
Quando era mais pequenina, por volta dos anos 80, usavam-se sabrinas, eu tinha umas cor de rosa e fingia que eram as minhas sapatilhas de ballet, cheguei a ficar com unhas negras de me apoiar nos dedos dos pés, pois como não tinha gesso na ponta a maceração era maior. A minha mãe teve de as deitar fora pois eu só gostava de andar daquela forma.
Nunca consegui ter aulas de ballet, onde eu vivi mal existiam escolas para se estudar quanto mais escolas de ballet, por isso foi um sonho que nem começou.
Hoje estudo enfermagem, o que tem tudo a haver, é um amor que desenvolvi por ter amor à minha terra Natal, o meu sonho agora não é mais dançar, o meu sonho agora é retribuir ao meu país amado tudo o que de bom eu tive durante a minha infância, pois embora tivesse vivido num país de guerra e miséria eu nunca sofri nada disso, nunca reparei, era como se tivesse uns headphones nos ouvidos e tudo o que se passava a minha volta eu não me apercebia. Ninguém consegue imaginar a porpoção do amor que eu tenho pelo meu país, pois uma coisa é amar algo com o tempo, outra coisa é amar apaixonadamente sempre, fui sempre uma "prima ballerina" enquanto lá vivi e isso é algo que dinheiro algum paga, nem nada do que é material se consegue sobrepôr...é a minha ideia fixa, o meu ensejo é voltar para lá e dar de volta o que recebi, porque foi, sem duvida alguma, o melhor que já tive na minha vida!
quarta-feira, dezembro 28, 2005
Ingénua...a verdade!
Acho que nunca vamos saber logo o que realmente somos, existem coisas que sabemos a partida, outras só aprendemos com o tempo.
Estava eu e o meu pai a ver um filme, “ Abaixo o Amor”, uma sátira engraçada sobre as relações que um casal tem, sobre o modo como o amor é vivido e a forma pela qual se luta por ele, a uma dada altura eu fiquei chocada porque o actor principal para atingir os seus objectivos mentiu a cerca de si mesmo…o meu pai com toda a sabedoria dele, olhou para mim, deu-me um beijo na testa e disse “A minha filha é tão ingénua…”
Sim, eu sou ingénua, sim eu acredito que as pessoas se podem relacionar sem ser preciso usar artifícios, máscaras ou outro método qualquer, absurdo, que só magoa depois, as outras pessoas. Sempre pensei que os homens não eram tão traiçoeiros sempre acreditei em príncipes encantados mesmo quando eu só tive um sapo, sempre tive fé na bondade das pessoas, na honestidade e na sinceridade, sempre pensei que uma “hidden agenda” não era uma forma generalizada de um homem ser…pelos vistos tenho de reformular a minha imagem de homem, tenho de abrir os meus olhos, eu ando a muito tempo cega com a ideia fixa do que eu procuro num homem e esqueço tudo o resto que o envolve.
Sou uma pessoa ingénua então, obcecada com as minhas próprias ideias, radical nas imagens que tenho das pessoas, e depois quando o pano cai, eu não consigo acreditar, eu não consigo ver além do que eu penso…eu não consigo ser assim, e sou tão teimosa, tão obstinada a pensar que tenho sempre razão que muitas vezes até tenho a verdade ali mesmo à minha frente e não a tomo como tal, é só uma sensação as vezes, um pressentimento e teimo em não querer ver.
Creio que o meu problema não será a minha ingenuidade, mas sim a minha nítida incapacidade de me aperceber e de assumir que errei nos meus julgamentos.
Não existem mais príncipes encantados, isso é um conceito ambíguo, e bizarro, as pessoas não vêm com a perfeição no seu encalço, as pessoas nunca são como imaginamos, o único que eu quis, o único que se adequaria a mim foi o único que nunca me viu, nunca me conheceu e nunca me amou, é o único que nunca existiu, fruto da minha imaginação imensurável que já não tem mais bases de sustentação.
Estas coisas não se apreendem logo, vão com o tempo, já me têm acusado de frieza, se calhar essa frieza ainda não chega para me proteger dos sapos desta vida, preciso de ser ainda mais, para que assim eu cresça, e possa conhecer então a verdadeira natureza das pessoas que me rodeiam.
É só mais um mau dia, mais uma decepção, mais uma vez que sou obrigada a baixar a cabeça, mais uma vez que enfrento o que mais temo, e tenho sempre tanto medo e tenho sempre de estar sozinha quando ergo os meus olhos e dou com a verdade de frente, é um acidente de carro, é ver a desgraça a chegar com uma velocidade alucinante e ter naquele ínfimo momento, a certeza segura que nada posso fazer…quando dou por ela, estou a um canto, e abraço-me, pois mais ninguém o faz, mais ninguém o vê, pois eu escondo tudo também, vou empurrando e afundado todas as minhas mágoas e tristezas até deixarem de existir, até ao dia em que volta a acontecer e aí a dor é sempre mais profunda, vem tudo ao de cima.
As vezes é preciso coragem não para nos levantarmos quando caímos ao chão, mas sim quando precisamos de começar a pensar em nos levantarmos, pois é sempre mais difícil levantar do que cair.
Tenho de aprender a me levantar com graciosidade…
Estava eu e o meu pai a ver um filme, “ Abaixo o Amor”, uma sátira engraçada sobre as relações que um casal tem, sobre o modo como o amor é vivido e a forma pela qual se luta por ele, a uma dada altura eu fiquei chocada porque o actor principal para atingir os seus objectivos mentiu a cerca de si mesmo…o meu pai com toda a sabedoria dele, olhou para mim, deu-me um beijo na testa e disse “A minha filha é tão ingénua…”
Sim, eu sou ingénua, sim eu acredito que as pessoas se podem relacionar sem ser preciso usar artifícios, máscaras ou outro método qualquer, absurdo, que só magoa depois, as outras pessoas. Sempre pensei que os homens não eram tão traiçoeiros sempre acreditei em príncipes encantados mesmo quando eu só tive um sapo, sempre tive fé na bondade das pessoas, na honestidade e na sinceridade, sempre pensei que uma “hidden agenda” não era uma forma generalizada de um homem ser…pelos vistos tenho de reformular a minha imagem de homem, tenho de abrir os meus olhos, eu ando a muito tempo cega com a ideia fixa do que eu procuro num homem e esqueço tudo o resto que o envolve.
Sou uma pessoa ingénua então, obcecada com as minhas próprias ideias, radical nas imagens que tenho das pessoas, e depois quando o pano cai, eu não consigo acreditar, eu não consigo ver além do que eu penso…eu não consigo ser assim, e sou tão teimosa, tão obstinada a pensar que tenho sempre razão que muitas vezes até tenho a verdade ali mesmo à minha frente e não a tomo como tal, é só uma sensação as vezes, um pressentimento e teimo em não querer ver.
Creio que o meu problema não será a minha ingenuidade, mas sim a minha nítida incapacidade de me aperceber e de assumir que errei nos meus julgamentos.
Não existem mais príncipes encantados, isso é um conceito ambíguo, e bizarro, as pessoas não vêm com a perfeição no seu encalço, as pessoas nunca são como imaginamos, o único que eu quis, o único que se adequaria a mim foi o único que nunca me viu, nunca me conheceu e nunca me amou, é o único que nunca existiu, fruto da minha imaginação imensurável que já não tem mais bases de sustentação.
Estas coisas não se apreendem logo, vão com o tempo, já me têm acusado de frieza, se calhar essa frieza ainda não chega para me proteger dos sapos desta vida, preciso de ser ainda mais, para que assim eu cresça, e possa conhecer então a verdadeira natureza das pessoas que me rodeiam.
É só mais um mau dia, mais uma decepção, mais uma vez que sou obrigada a baixar a cabeça, mais uma vez que enfrento o que mais temo, e tenho sempre tanto medo e tenho sempre de estar sozinha quando ergo os meus olhos e dou com a verdade de frente, é um acidente de carro, é ver a desgraça a chegar com uma velocidade alucinante e ter naquele ínfimo momento, a certeza segura que nada posso fazer…quando dou por ela, estou a um canto, e abraço-me, pois mais ninguém o faz, mais ninguém o vê, pois eu escondo tudo também, vou empurrando e afundado todas as minhas mágoas e tristezas até deixarem de existir, até ao dia em que volta a acontecer e aí a dor é sempre mais profunda, vem tudo ao de cima.
As vezes é preciso coragem não para nos levantarmos quando caímos ao chão, mas sim quando precisamos de começar a pensar em nos levantarmos, pois é sempre mais difícil levantar do que cair.
Tenho de aprender a me levantar com graciosidade…
O Meu Natal foi...
Este foi um Natal nada diferente, a minha casa a dada altura mais parecia um Zoo em dia de festa do que outra coisa, nós gostamos muito da casa cheia, mas depois tudo se comporta como animais!
É daquelas festas tristes em que temos que levar com as tias que vivem longe, e que gostam de pensar que até nos conhecem bem e depois nos enfiam beijos na cara com o raio do baton vermelho e abraçam-nos como se tivessemos voltado da guerra e nos faltasse um braço...depois, o mais triste ainda é olharem para mim, que até estou no meu canto a curtir uma de Senhor do Aneis e depois surge a maldita pergunta que nunca falha todos os anos, começo a pensar que até antes de dizerem "olá" já vêm com ela no pensamento..."e quando te casas?" é simplesmente daquelas coisas a que eu reajo com um sorrisinho cinico e nem me dou ao trabalho de responder, trato de bater em retirada logo, antes que a minha mãe e a minha avó comecem com a parte delas, pois aí sim, isso seria demais! Qual será o problema das mulheres da minha familia? Porque pensam elas que eu com os meus belos 28 anos tenho de estar casada? Será que eu tenho aquele ar maternal de funcionária da Conforlimpa? Começo a pensar que nas minhas costas as conversas devem ganhar outra vida e confesso, não me sinto confortável com isso, já me chega o desastre natural que é a minha vida sentimental quanto mais agora ter que pensar e falar nisso com mulheres que casaram aos 16 anos, tiveram um penca de filhos e têm um cu que mais parece uma betoneira?! No universo delas o homem é um ser supremo, tipo um extra-terrestre com uma mente super desenvolvida a quem têm de prestar vassalagem e fazer pataniscas de bacalhau, lavar as cuecas e aquecer as botas... Eu costumo dizer que vou laquear as trompas, só para as infernizar, a minha mãe costuma bufar imenso nessa parte, pois vem ao de cima a cabra que há em mim e começo num rol dispartado de frases provocadoras, elas olham para mim como se fosse o anti-cristo, creio mesmo que fazem umas merdas lá com as mãos para afastar as minhas ideias...eu interiormente tenho um gozo privado e maldoso!
Gostava que pelo menos em uma festa familiar qualquer esquececem que eu existo, seria uma tarde bem mais agradável e a minha avó escusava de ir a igreja logo a seguir para eu me redimir dos meus pecados, dado que a mulher não vê um palmo a frente, digo mesmo que ela escusava de pôr a vida em causa por causa disso e andar para lá aos tombos!
Desde miuda sempre foi assim, as pessoas da minha familia têm os olhos postos em mim, cobram sempre alguma coisa, falta sempre alguma coisa, eu sou sempre motivo de choque e nunca sou nada parecida com ninguém, eu sou uma aberração!
Mas eu sei o que sou em relação a elas...e isso significa que não tenho buço, não tenho o cabelo liso e sem graça, a minha cultura ultrapassa indubitávelmente o Tico e o Teco que elas todas juntas têm, o meu estilista é fantastico em comparção ao delas, a minha imaginação sem duvida que é melhor porque pelo menos eu não começo a cuspir para o chão cada vez que oiço a palavra "broche" come se fosse uma tragédia grega...ah! E eu estou a tirar um curso superior, nunca gostei lá muito de agricultura ou de renda de bilros! Tirando isso, dá para notar que somos da mesma familía!
Mas preciso de confessar, eu divirto-me imenso com estas merdas, é de morrer a rir ver aquelas caras que fazem, é o horror estampado! Embora eu saiba perfeitamente que elas pensam que eu sou uma maluca sem solução possível, que nenhum homem alguma vez me irá aturar porque tenho mau feitio e respondo mal as pessoas que me enervam, para elas eu sou uma mulher independente, autónoma e altiva em relação a tudo, eu sou o que elas nunca vão ser e eu nunca vou ser por definitivo o que elas são...ter um cu daquele tamanho é um crime!!!Não sei se sou feliz assim, já estou tão habituada a terem estas ideias de mim que já nem ligo, aprendi de algum modo a ter o meu mundo, a fazer prevalecer a minha forma de ser, finalmente não preciso mais de tentar ser o que nunca vou ser, porque eu sei que eu não gosto, não quero mesmo.
Resumindo...foi um Natal agradável, gostei imenso da programação da televisão, valham-me os meus amigos queridos com quem tomei imenso café e me livraram do degredo familiar, curti imenso as minhas prendas, porque não tive nenhuma e o Natal é mesmo assim e, assim é que tem de ser, antes isso do que cuecas de gola alta que a minha avó insistia que eu devia usar ao invés de andar com as "guitas", que na minha terra significa "fio dental"!! Por isso, é como eu costumo dizer...Tou no lucro!
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