quinta-feira, março 29, 2007

Soltar amarras!

"As vezes tenho a sensação que falo para uma parede...mas a parede ainda se cala!" Esta foi a frase de uma amiga minha! Então peguei nela e fomos "passear" pela cabeça de outras mulheres, ouvir e ler o que elas dizem, ao contrário do que os homens pensam, nós somos unidas, temos é tendência para resolver os nossos assuntos de formas diferentes, com as amigas!
Os homens não são o que nós imaginamos no inicio, quando os conhecemos, numa festa, num jantar, numa discoteca, são apenas hologramas , seleccionam um discurso diplomaticamente bem seleccionado para cada tipo de mulher e depois vomitam-nos em cima um chorrilho de coisas que nunca vão ser verdade, que nunca aconteceram, muitas vezes com promessas incluidas, sorrisinhos inocentes de quem não tem maldade ao falar de roupa interior, quando tudo o que querem, o objectivo final é simplesmente chegar a essa parte, a parte em que a tiram.
Depois de conseguirem o que querem, basicamente nem ouves a porta fechar, mas depois sentes que ela está trancada, pois já não te telefona pela manhã a dar os bons dias, depois já nem a meio da tarde, e ao final da noite sentes-te a mais parva de todas pois conseguiste passar o dia inteiro a olhar para um visor que simplesmente não recebia nada, quando ligas, está sempre cansado, ouves até bocejar a queixar-se do trabalho e de mais alguma coisa, sem que a dada altura nunca lhe passe sequer pela cabeça de te perguntar se estás bem, se o teu dia foi bom, a dada altura vais ao shopping e lá está ele de mão dada com outra...enfim, nessa parte eu sugiro que arrumem as malas, não se trata de desistir, trata-se de não insistir! A sanidade pessoal depende somente do quão fortes somos, da rapidez com que nos apercebemos de certas coisas e reagimos a elas, para que as coisas não piorem, para que dias assim não se transformem em semanas e semanas em meses, simplesmente mete uma coisa na cabeça, se ele faz isso, ele não gosta de ti. O egoismo da pessoas destroi toda e qualquer forma de amor, eu penso assim, se eu tenho tempo, no meio da minha confusão e vida atribulada de pegar no telemóvel para lhe ouvir a voz e saber como está, então ele tem a mesma possibilidade e se não o faz é porque simplesmente nem se lembra, eu não conto, se sai com outra pessoa e lhe dá a mão, pensa lá bem o que andas tu a fazer na vida dele, rigorosamente a perder o teu tempo, pois se eu sou fiel e posso me alegrar e ficar orgulhosa porque sempre o fui, ele também o tem de ser e, para isso e contra isso não existem argumentos, por isso quem dá o ponto final sou eu. Geralmente as mulheres insistem, e fartam-se de sofrer para depois se aperceberem que afinal ele era simplesmente mais um, como tantos outros bois que se encontra no pasto, sim, porque alguns deles comportam-se como os bois, depois de terem o que querem procuram novas pastagens, novas vacas também. Eu não fujo a regra, no entanto não sou assim tão casmurra, nem tão pouco me tenho em tão baixa conta para agora fazer de ervinha para um tipinho que nem se lembra do meu nome, os meus 30 anos já me permitem fazer algo melhor, permitem-me divertir-me, deixar o telemovel no quarto, sair com as minhas amigas, preocupar-me com o meu futuro, estar com a minha familia, viver no fundo a vida, eu já não insisto, pois reconheço que é de facto uma perda de tempo total, pois sei o que eu posso dar e posso ser, sei perfeitamente o amor que eu sei que mereço e quero, e não vou atrás, ele acontece simplesmente, ele agarra-se a mim e pede-me para ficar com ele, pois ele vai saber que sou eu, a tal, a pessoa que vai faze-lo mais feliz do que outra qualquer, ele vai ter certeza de tudo o que digo, de tudo o que sinto, porque a dada altura ele viu isso em mim, a minha verdade. Ou seja eu vivo na mesma pois o tempo escasseia e a dada altura tenho 90 anos e uma bengala como companhia e não quero olhar para trás e pensar que não fui feliz quando me foi dada a oportunidade para o fazer.
As relações são feitas para se viver na alegria e o amor se é para existir que venha de igual forma, na mesma porpoção, não é um dar 70% e o outro os outro 30%, não, se é para ser que seja a 200% pois assim atinge-se um objectivo! Na minha cabeça tudo subsiste porque tem um proposito, uma razão de ser, os casos mal resolvidos apenas servem, não de lição, mas de treino, calo, experiência, tinha de passar por isso para saber até que ponto eu chego e onde eu desenho os meus limites, para saber onde vou buscar as minhas forças e como saber usa-las.
O desprezo, a ignorância que dás são pequenos testes que fazemos, como aqueles das revistas cor de rosa, o homem que souber lidar com isso, souber insistir e fazer crer que é serio será de facto um princepe, pois se é para lutar, que se lute por algo que valha a pena e que sabemos de antemão que lutaria por nós, se esforçaria por nós, sem ser só para nos ver fazer um strip agarradas ao chuveiro lá de casa, mas porque gosta de nos ver sorrir ao lado dele, adora o cheiro da nossa pele e a forma como colocamos o cabelo ao deitar...a nossa forma de andar, de falar, adora ouvir as nossas ideias e fala, e comunga as dele com as nossas...será assim tão dificil??
Não me segurem a mão se não é para serem francos comigo, não me tentem enganar pois muito antes disso já eu saltei do barco, não sou cão para ter coleira e muito menos envergo a farda da conforlimpa para ser lorpa, uma coisa é certa, a alma deve e permanece inatingível. Sou sempre feliz por mais que me queiram ver ao contrário e era assim que eu gostava que tu te visses dentro de ti, reconhecesses o valor que tu carregas e que eu e as outras vemos em ti, saber que tu dás murros em pontas de facas, custa, pois nunca tiveste necessidade disso nem precisas mais de o continuar a fazer, a verdade está a vista, para tu veres e para todas nós vermos, só aceitamos essa condição se a vida for cruel ao ponto de não nos dar mais opções e mesmo assim, podes sempre dizer não, podes sempre pegar em ti e no teu carro e sair para o mundo, dançar até ser dia e rires até chorares com as coisas tolas que falamos e vemos, podes enfiar-te num campo de girassois e pensar que é magia e veres a tua vida como aquele campo, vivo, colorido, intenso e que tens tanto ainda para viver...tanto para conhecer...as minhas amarras estão soltas, solta as tuas também...

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Eu na esplanada da minha mente!

Hoje apetecia-me mesmo ir para uma esplanada...adorava pegar num livro bom, ou numa revista interessante sem a Lili Caneças incluida claro, e simplesmente ir marinar para uma esplanada. Não que o tempo esteja fantastico, tá uma merdinha pura, mas vi uns rasgos de sol no horizonte e, com a neura com que ando animou-me cá o espirito de tal forma que me apetecia tudo, menos estar na minha vida de escrava capitalista.
Falta-me algo por aqui!
Se calhar é mesmo a paciência, mas nunca existe um lugar especifico para a encontrar por isso, e dado que tenho o GPS avariado, fico-me exactamente onde estou.
Isto parece o inicio do filme do Senhor dos Aneis...there's something in the air...mas basicamente o que tenho visto até agora é o fumo dos cigarros, é como se fosse o meu êmbolo de areia a ir a vida! Mas realmente vivo na expectativa de algo grandioso acontecer!
Mas hoje também fiquei contente, com um pequeno detalhe do meu dia, ouvi e vi a alegria de um homem muito mais maduro, a falar da experiência dele como pai, algo inédito na vida dele aos seus 40 e poucos anos, é algo que dá gosto de se vêr, geralmente dão sempre muita importância a cena toda de uma mulher parir e tal e filho nos braços e amamentar...ok, mas para ela fazer isso o homem deu o seu pequeno contributo! E foi bonito ele falar na emoção de vêr o filhote dele, de comparar as mãos e as expressões que a criança faz ao acordar, dos planos que tem para um futuro próximo...claro que inclui sempre o raio do futebol, mas...geralmente os homens não são conhecidos como grandes exibicionistas do seu lado fraternal, e acho engraçado ver como um filho mexe com eles, como lhes preenche a vida e lhe ilumina o rosto, parecia um homem mais novo a falar, com a sabedoria de um homem mais maduro...ou seja, nesse breve instante, os homens são perfeitos!!!
Sempre pensei imenso nisso tudo de ser mãe, no tipo de pai que ia querer para um filho meu, creio que são coisas que não se planeiam, mas também não quero cá labregos e se houve pessoa que já namorou labregos...eu provavelmente tou na lista da frente!! Não é que queira algo perfeitinho, mas que pelo menos tenha algo a haver comigo, com a qual eu me identifique e que pense que daria bons valores para o pequeno ser que eu carregaria na barriga, tipo o Allien, quando ele sai, já tem um objectivo, lixar outros!!! Objectivo merdoso é um facto, mas o menos já tem destino, e eu quero que um filho meu nasça com um objectivo, não porque o meu relogio biologico deu horas ou porque o preservativo rebentou...mas sim porque eu e a pessoa que me ama temos ambos o desejo ver o rosto do nosso amor, um pelo outro! Se todas as pessoas que se casam se amam, na altura em que discutem e lhes passa pela cabeça o divorcio ou separação, deviam se lembrar por um segundo da forma como se sentiram quando tiveram o primeiro filho, talvez ai fosse mais fácil perdoar, as vezes penso que se não fosse tão orgulhosa que hoje já estaria casada e a pensar no meu filho também, as vezes os nossos erros surgem de forma espontanea e simplesmente não temos força para voltar atrás...as vezes queria poder voltar atrás. Por me rever nesses erros é que sei, tomo consciência, que existem coisas das quais nos podemos e devemos lembrar para não perdermos o que temos de mais valioso na vida, se isso acontecer na altura em que estamos a beira do precipicio, provavelmente, voltamos para trás, e esse voltar é feito com tanta intensidade e com tanta força que nada mais nos consegue empurrar para a frente, tivesse eu me lembrado de um simples apertar de um nó de gravata, e as coisas seriam bem diferentes para mim.
Queria ter pensado nisto na minha esplanada, com a calma que este dia me exige, mesmo a ler ou a apreciar a vista gosto de pensar nas minhas pequenas coisas desenhadas na cabeça, não faz mal olhar para trás, ou tão pouco pensar no que os outros nos transmitem no dia a dia, faz mal é nem sequer nos apercebermos das coisas simples da vida.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

"Nunca mais"

"Olha lá, quando é que te voltas a apaixonar ou mudas de trabalho para te animares?"
" Nunca mais...deixo andar...!"
As certeza vêm com o tempo, o dizer nunca mais tem uma força enorme, um poder definitivo! Passas pelo tempo em que isso já deixa de ser possível e sabes de antemão que também não te preucupas absolutamente, odeio a frieza das pessoas, as certezas que dizem que têm e que a mim me passam completamente ao lado, tenho sempre a sensação que o dizem por frustração, por mágoa...
Se não fosse importante não pensavam sequer nisso, diziam um "não sei", ao menos não ficava aquele eco frio e sem vida no ar, existem coisas, tais como o "nunca mais" que trazem sempre consigo uma negatividade negra e pesada, odeio quando dizem uma coisas destas.
Uma das coisas que mais me enerva nas pessoas, especialmente nos homens é a frieza deles, claro que não gosto de lamechas, detesto e irrita-me, mas quando falam em tons de superioridade, como se gostar de algo ou de alguém fosse uma lacuna, uma fraqueza,quando estão parados no tempo e no espaço e nada produzem de jeito, e ainda por cima acomodam-se, o apito da minha panela de pressão dispara a 100km a hora. A forma como as pessoas encaram as coisas normais da vida são quadros pintados numa arte completamente desfazada de toda e qualquer realidade, não têm sentido, completamente enrolados sobre si mesmos, o mundo aparece aos olhos destes desgraçados, como se fosse uma espécie de trono, no qual se sentam e daí se governam...é um trono soltário, ninguém aguenta tanto aborrecimento, é chato, o que tem piada é o que é espontaneo, o que nunca é assim tão certo e tal como outros sentimentos, incluindo gases, as coisas aparecem quando menos se esperam.
Chego a uma pouco brilhante conclusão, a maior parte dos homens que eu conheço são seres limitados, compenetrados naquele mundinho deles, são perfeitamente incapazes de serem felizes, nem que seja por estar um dia de sol eles não são capazes de lhe apanhar a beleza, não posso dizer que andarem apaixonados os faria totalmente felizes, não sei, mas parece que nada os satisfaz, para eles é sempre um "nunca mais", com aqueles tonszinhos de voz irritantes numa verborragia desprovida de todo e qualquer bom senso os objectivos curtos e sem brilho algum é uma patente resgistada...
Eu acredito que tudo chega a seu tempo, quando tinha 21 anos pensava que nunca ninguém ia gostar de mim, quando sempre tive quem gostasse de mim, pensava que nunca ia entrar no curso que eu queria, pois nunca mais me via livre da matemática maldita, e também me enganei se não os consegues derrotar, junta-te a eles, troquei matemática por informática, e voilá!! Mas dei uma oportunidade a mim mesma para pelo menos vêr se conseguia, e consegui e fui e sou muito feliz por pelo menos ter mantido a esperança. É certo que temos momentos em que nada parece funcionar, aquela engrenagem de sempre está pêrra e nada a faz arrancar, mas também não dura para sempre!! Não entendo o "Pólo Norte" que as pessoas carregam dentro delas, parece que a vida não tem piada, estão aqui por andar e quando falam com os outros que têm uma vida, nem fácil nem dificil, mas vida, coisinhas pequenas que nos definem o dia a dia, querem que sejam exactamente como são, como se fosse uma opcção ou uma religião que se adopta de um momento para o outro.
Conviver com pessoas frias é um tédio...aquele olhar básico, aquela postura formal quase rigida em relação aos outros, o mundo deles que é sempre tão mais especial que o dos outros e aquelas certezas todas que disparam...resvalam totalmente na minha paciência!
Se calhar sou eu que sou egoísta e hedonista e vivo em outro espaço sideral, mas se assim é tenho de seleccionar extraterrestres bem mais divertidos para conversar.
Vem aí aquele dia do ano em que são mais as pessoas que se apercebem do quanto sozinhas estão do que aquelas que realmente têm alguém ao lado, tive uma amiga que se virou para mim e dise "Eu só tive um dia dos namorados, em que tive alguém!", mas ela disse a sorrir, foi uma boa recordação, uma boa sensação, claro que não vivemos disso, mas também não as podemos transformar em vinagre! Eu passei vários...com namorados, com os meus amiguinhos solteiros, com amiguinhas a chorar...sozinha...passaram-se dias destes que nem me lembrava deles!!
Se és uma pessoa fria, sentes que a tua vida não tem espaço para gostar seja do que for ou de quem for, se o teu trabalho é chato e tens medo de ir parar a rua...então... espeta-te da ponte abaixo, num daqueles dias sem transito de preferência, "amanda-te" contra um poste de alta tensão, corta os pulsos com uma lima das unhas, enforca-te com o fio do telefone...vai fazer chamadas com o telemovel para bombas de gasolina...mas por favor, deixa lá os outros tentarem viver e não moas os cornos a mais ninguém!!

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Minha lista pessoal de coisas detestáveis!

  1. Homens de 50 anos com aparelhos nos dentes...estão praticamente com um pé na cova, mas ao menos vão com os dentes direitos.
  2. Meias brancas...calçadas socialmente! Lembram-me sempre os azeiteiros lá da terra.
  3. Homens com caracois...parecem-me o Lionel Ritchie...
  4. Top less quando se tem as mamas no chão e fio dental ao pé dos velhotes na praia, em cús que transbordam celulite, em gajas que criticam as brazileiras mas querem ser iguaizinhas!!!
  5. Bêbados, o bafo é destrutivo e o comportamento...obsoleto!
  6. Morangos com Açucar...mas logo a seguir vem a frebre de nome Floribela!
  7. Unhas grandes...Eduardo Mãos de Tesoura sure rings some stupied bells!
  8. Filmes doblados...parecem uma sessão de mimica!
  9. Mania que os carecas têm de puxar aquela réstia de cabelo seboso lá do fundo para tapar o que falta...grrrrr!!
  10. Loiras bronzeadas...lembro-me sempre da velha maluca dos "Loucos por Mary", sem droga em cima!
  11. Brancos sem cultura alguma que tentam imitar o people de cor, esta gente imita até os tiques! Vão na rua com carros de merda mas com um som...vá lá vai, acordam a vizinhança a km de distância com musicas que começam com a bela frase " Whose your bitch now",
  12. Camisas as flores, porque dão-me uma morbida vontade de me rir.
  13. Fios de ouro, porque se agarram aos pêlos do peito!
  14. O IRS...quando tenho de o pagar!
  15. Trabalhar no verão...porque não trabalho praticamente, vegeto!
  16. Arrumadores de carros, por acenarem... cobram!
  17. Teste de consulta...pois até com os livros a frente, existem negativas na mesma!
  18. Pessoas que humilham os filhos em público...em casa minha gente é que se fala!!!!
  19. Gente mal educada, tipo os cromos que se metem contigo na noite armados em bois!
  20. A mentira...acima de tudo uma verdade dura a uma mentira.

Para um amigo...

Não lhe digo "adeus", um sincero "até breve", será de facto o suficiente, pois o tempo passará rápido e logo estará de volta. Agora, vou sentir falta dos elementos básicos do meu dia a dia, por exemplo do café, sempre o fiz com muito gosto, dos cigarros pois sempre foi um recurso e peras, das nossas conversas por horas que, me ensinaram muito e que neste blog muitas vezes as vi cá estampadas. Um amigo, é como sempre o vi, acima de todas as coisas que nos medeiam, sempre vi a sua mão estendida na minha direcção e nada houve durante estes anos que eu tivesse de lhe apontar, muito pelo contrário, queria agradecer...
Foram anos fantasticos e sei bem que as coisas vão se alterar de forma irreversível, quando voltar eu estarei de saida, mas não me despeço de si nunca, vai fazer parte da minha vida porque eu sou teimosa e tenho o direito de assim o desejar.
Sempre me falou acerca do meu feitio, se calhar era a forma mais suave que tinha de me dizer "muda lá um pouco, não seja tão radical", embora com a mania que tenho sempre razão, ouvi tudo o que sempre me disse e acredite que em muitas alturas eu esforcei-me imenso para melhorar, o sucesso no entanto, será relativo...
A minha estadia foi sem dúvida muito mais agradável com a sua presença, mas entendo que a vida continua e que tem um futuro brilhante a sua frente pois sei que tem capacidades para ir muito mais além, é determinado, inteligente, diplomata, com um sentido de humor extraordinário, sincero de uma forma quase lacinante, mas ao mesmo tempo que dá a chapada também tem a distinta perfeição de dizer por onde começar para sermos pessoas melhores. Admiro-o como jamais devo ter admirado alguém, excepto o meu pai, sem nunca o poder comparar a tal personagem da minha vida, mas de facto tem o que a gente costuma chamar de "toque de Midas", por onde passa, por onde passou e por onde irá passar será sempre reconhecido e apreciado por tudo o que faz e diz. É auto-didacta, interessado e esforçado, a dada altura este é o louvor que eu, na minha pequena forma de ser, gostaria de lho oferecer...pois ninguém aqui o conhece melhor do que eu, e vice-versa!
Aprendi tanta coisa...conheci tanta coisa...e reconheço que a minha fé nos homens consigo sempre se elevou um pouco mais, pois a sua bondade não tem limites nem reconhece fronteiras, o seu lugar e a sua posição nunca demonstraram quem era na realidade, despido de tudo o que o rodeia, é um ser humano fantastico!
Boa sorte...embora seja com uma tristeza agonizante que eu lhe diga isto, é somente o que eu desejo e como sabe, tenho sempre esta forma simpática de dizer o que me passa pela cabeça, resolvi fazer disto um marco, pois vou me lembrar de si para toda a minha vida, e posso dizer que de si, vou sentir algo novo e inédito, saudades...

terça-feira, janeiro 30, 2007

Roda viciada

Acredito no destino, as coisas na minha cabeça já estão programadas para acontecerem exactamente como devem acontecer, e por mais que as vezes se tente mudar o rumo das coisas, tal e qual uma roda viciada...acabamos sempre no mesmo lugar.
Durante 8 anos a minha vida foi cá, mas sempre soube que um dia, ela também terminava, as coisas têm uma vida própria, evitei isso durante imenso tempo, o tempo que eu pude evitar, chego ao ponto em que não o posso mais, e de facto estou praticamente de malas aviadas...
Não tenho saudades de muita coisa, se pensasse muito nas coisas que eu já vivi, das duas uma, não errava tanto como erro, pois teria aprendido uma ou outra lição, ou então passaria a minha vida enfiada numa tristeza profunda a recordar os meus bons momentos, por isso posso dizer que sempre me salvaguardei de saudades, prefiro nunca as ter, do que alimentar algo que em nada me entusiasma.
Nunca tive sorte ao jogo, antes do Natal eu e uma amiga minha jogamos no Euro milhões, não tivemos nem um número sorteado, mas numa de teimosia, queriamos voltar a jogar a mesma chave, azares dos azares, somos as duas vitimas de algum Alzheimer e não jogamos quando deviamos, algumas horas depois, a conferir, com o resultado que viamos na televisão, tinhamos acertado em 4 números e nas duas estrelas...
Tudo o que alguma vez consegui foi sempre a base de esforço, já sei perfeitamente que isso vai ser sempre assim ao longo da minha vida, parecia que via isso escrito no talão do Euro milhões, ou seja, não arregasse eu as mangas para ter algo na vida, que de outra forma, não terei nada.
Estou destinada a ser enfermeira, sei isso desde pequena, sempre quis, e sei que vou ser, até o cheiro do éter eu gosto, as salas dos hospitais não me afligem, sou desembaraçada ao ponto de não me incomodar com absolutamente nada que inclua sangue e outros fluidos corporais...está escrito algures que é assim que vai ser sempre na minha vida.
Todas as pessoas que de alguma forma me prejudicaram ou magoaram sempre as vi tempos depois exactamente na mesma posição que eu um dia estive colocada, não se trata de vingança, não, mas sempre usei uma frase "Um dia da caça, outro do caçador", por isso, com a paciência que todo o bom caçador tem, eu espero, sem nunca desesperar, o que cada um tem de receber, mais tarde ou mais cedo, logo lhe bate a porta.
Mas também acredito na possibilidade de podermos alterar algo, não gosto da ideia de me acomodar a conceitos e aos erros, o deixa andar não deve funcionar, não nos favorece pensar que é só aguardar pelas coisas que elas logo chegam, podemos de certeza dar uma ajudinha em todos os sentidos. Mas existem coisas que nunca vamos contornar, nem poder evitar...a maior certeza que temos é só uma, a morte, não sabemos quando, nem onde, não sabemos se vamos estar sos ou com alguém ao nosso lado, mas nada existe ao nosso alcance que nos faça ser imortais, até no filme, com a cabeça cortada eles morriam, por isso, as voltas que tiverem de ser dadas vão ser dadas de facto, mas no final dessa volta, adivinhem lá quem vai estar a nossa espera no final do túnel?
Sem pressas eu vou vivendo, cada dia que passa tem cores diferentes, pessoas diferentes, as vezes ando ocupada demais comigo para sequer me aperceber que de facto as coisas se alteram, apercebemo-nos sempre quando passa muito tempo, quando olhamos para trás e vemos o que já vivemos e construímos, por mais pequena que seja a nossa presença no mundo, ela existe e tem uma reserva marcada em muitos acontecimentos a vida de outras pessoas, esse percurso que é tão estranho e que nunca nos apercebemos como lá chegamos será provavelmente o nosso maior mistério...a única coisa que nunca vamos perceber, mas que sabemos que nunca poderia ser de outra forma se não esta.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

"Ain't no Mountain High Enough"

Tudo na vida é perfeitamente atingível!
Dai que todas as montanhas da nossa vida sejam todas passíveis de serem escaladas. Embora muitas delas nos custem mais do que outras, em cada uma delas existe algo a ser retirado.
Nasci e vivi durante onze anos num país Africano, tenho orgulho disso, e sei que o tenho porque também sei o que sofri com isso. Quando cá cheguei conheci algo que nunca tinha visto na minha vida, racismo, toda a gente sabe ou pelo menos tem uma noção do que é o racismo, eu não tinha, era apenas uma criança e como tal o meu mundo era demasiado cor de rosa para permitir a entrada de algo tão negativo. Hoje sei bem o que é, sei bem o que me custou integrar-me numa sociedade já pré-feita, e completamente senil em relação a tudo o que a rodeava, os meus primeiros anos foram o que eu costumo chamar de verdadeiro inferno, existem coisas que tu sentes na pele que são mesmo dificeis de se mudar, de serem apagadas, a mente das pessoas é uma delas.
Agora podemos não ouvir nem vêr tão pouco tantas demonstrações de racismo, mas ele ainda existe, vem de mãos dadas com outra quantidade exagerada de preconceitos e esteriotipos, caladinho, mas tu nunca te esqueces do olhar de alguém que vê algo de errado em ti, sem que isso se reflicta em outras pessoas, sem que isso seja algo que prejudique seja quem for, aquele olhar nunca se esquece.
Temos o que eu costumo chamar de "sociedade de Merda", não que seja melhor ou pior do que tantas outras, mas como é neste que vivo é desta que falo. Temos racismo, já não é só contra a raça negra, é contra todas as outras que deram entrada a este país, temos homofobia, olhamos para a comunidade homosexual como alvo de chacota, de piadinhas estupidas, ainda têm dificuldade em se assumirem a custa disso mesmo, da reprovação, da ideia de que carregam milhares de doenças quando,nos dias que correm toda a gente está susceptivel das mesmas se não tiver o cuidado necessário. As mulheres ainda não assumiram a sua autonomía neste país, ainda lhes falta o savoir faire para serem mesmo livres, liberdade não é só sair de casa para ir trabalhar ou ir para a noite com as amiguinhas da faculdade, o aborto é um direito que nos antecede, é direito porque o corpo é nosso e a decisão também deve ser nossa, tendo em conta que quem o quer fazer mesmo acaba sempre por o fazer e muitas vezes em condições limitadas ou praticamente nulas porque não têm orçamento que lhes permita ir passear a Espanha e faze-lo de forma a sairem vivas ou com útero intacto, se o fazem cá é um risco de vida, para além de sofrerem as humilhações que as pessoas tanto gostam de infligir umas as outras. Sou pelo direito a vida...por isso sou pelo aborto! Tive uma amiga minha que ao 16 anos passou pela experiência, por isso não me digam que ela devia ser julgada quando ela mal tinha dinheiro para comer ou estudar e passou o que não devia ter passado, de facto já sei que podem sempre argumentar com o preservativo, com a pilula...sim, com razão, mas o preservativo também se rompe, a pilula também tem o seu fracasso, a custa disso tenho o meu irmão mais novo! Mas a minha mãe podia ter e teve, agora, quem não pode? Quem realmente não pode o que vai fazer? Como é fácil sentar-me na cadeira e poder julgar as outras mulheres, a nossa verdadeira liberdade virá quando efectivamente soubermos ser justas umas com as outras e pelo menos nestes momentos em que tanto precisamos, dar a mão sem julgamentos atrás.
Será que estas, como tantas outras "montanhas" que encontramos na vida são assim tão inantigíveis?
Creio que tudo começa e acaba na cabeça e na consciência de cada um, de que serve tratar mal alguém só porque vem de outro país, ou tem uma cor de pele diferente da nossa? Será que somos mais patriotas por isso? Estaremos nós de facto a defender algo quando milhares de portugueses que trabalham fora de Portugal também querem ser aceites em outras comunidades e também têm as suas dificuldades em o fazer? Então apenas estamos a fazer o que os outros nos fazem? Até que ponto isso será justo, não nos lembramos então de outros tantos que conseguiram ser felizes e vingarem lá fora? Tratamos mal o que tememos e o que desconhecemos, não dá-mos uma oportunidade a outra pessoa para demonstrar que também tem o seu valor, não lhes conferimos credibilidade alguma, e sabem o que é mais triste, é vêr que existem pessoas com formação superior, não se tratam de leigos, e esses conseguem ser de facto os maiores xenófobos, os mais ignorantes de toda esta sociedade, tanta informação e tanta educação e nada disso lhes permite ter uma mente mais civilizada.
Tenho amigos gays! E tenho tanto orgulho neles, no coração deles, na boa índole deles, são os melhores amigos do mundo, as melhores pessoas do mundo, jamais vi tamanha bondade num homem, se outros soubessem ser um pouco assim o mundo não estaria como está nos dias de hoje. Não admito qualquer tipo de insulto, brincadeira ou piadinha acerca de uma vontade de uma pessoa, de um desejo, isso não se explica, isso não é tendência ou neurose como tentam dizer, é deles, é a vontade deles, tão natural como é para mim me sentir atraida por um homem, também será para eles, a mim não me incomoda nada, e tenho pena dos que se sentem revoltados com algo a qual não têm nada a haver, é sinal que a vida deles é tão interessante como a do meu caixote do lixo, se calhar já arranjavam vida, não? As pessoas são como são, não as podemos mudar, apenas aceitar, e acreditem que é sempre melhor, vivemos a vida de uma forma muito mais pacífica.
O respeito, será de facto o que mais preso na vida, tenho respeito por tudo e por todos, até pelos menos dotados eu vou ter sempre a reverência de os tratar como me trato a mim e aos meus, merecem!
Por isso sei que todas as montanhas são atingíveis, pois a mente humana tem mais força do que qualquer outra coisa, só precisa de pre-disposição e isso tem faltado a muita gente, infelizmente. Mas basta dar uma oportunidade, podemos ter um amigo de cor, podemos ter um amigo gay, uma amiga que fez um aborto...um amigo com deficiência fisica, um simples amigo, afinal de contas um amigo é sempre melhor que o Euro milhões!!!

segunda-feira, janeiro 08, 2007

A velha rotina

De facto começo a pensar que nós mulheres nunca aprendemos com os nossos erros ou então que os homens de tão básicos que são, são mesmo todos iguais...
No meu universo existem imensas mulheres, no meu universo todas as minhas conversas que estableço com elas são de ídole psicológica numa vã tentativa de escrutinar o que se passa naquelas cabecinhas ocas! Não é de facto uma tarefa considerada fácil, muito pelo contrário, quanto mais simples o homem, mais difícil é de se compreender, daí que para nós, mulheres, em que tudo para nós é praticamente uma novela brasileira, uma never ending story, se torne um bicho de sete cabeças, um puzzle que nunca terminamos.
A amiga desta vez, é uma pessoa que admiro imenso, uma mulher com um M enorme, lutadora, alegre, simplesmente uma pessoa pura e carinhosa, revejo-me nos azares dela, nós sempre nos veremos nos azares umas das outras, daí que seja um consultório todo o lugar onde abordamos estes assuntos. Conhemos alguém, no inicio é sempre tudo fantástico, aquela maravilha em que o céu e o inferno comungam em harmonia...diversas horas depois, sem ser necessário sexo pelo meio, porque senão a complicação seria bem maior, as coisas tomam o rumo a qual eu costumo chamar o "Rumo das dúvidas", isto acontece quando os homens são encostados contra a parede, quando lhes perguntamos o estado da nação, ou melhor da relação, coisa que descobrimos bem cedo, não existir praticamente. Então ela lá lhe pergunta, "que rumo?" ao qual ele responde aflito, "não sei o que sinto!", been there, done that, esta conversa soa a familiar, todas nós já passamos por isto! Eles nunca sabem o que querem, gostam do "chove não molha" do "toca e foge", como se fossem putos na primária a jogar as escondidas!!! Mas que raio de maturidade têm eles para não saberem afinal o que querem, para utilizarem todos eles as mesmas respostas, com as mesmas expressões incluídas?? Originalidade também é necessária para se surpreender alguém!!! Será que é assim tão dificil dizerem de uma vez por todas "ok, não sinto nada", mas não, preferem aquele "empatamento" diário, cheio de trejeitos e de mudanças abruptas de comportamento em que a dada altura mais parecem bois com mudanças de humor que propriamente homens feitos. As respostas existem e são para serem dadas em função de uma pergunta directa! Nada mais simples que isto.
Então passamos o tempo a questionarmo-nos o "sim ou sopas", mas a resposta nunca chega, até que nós mesmas nos decidimos pelas sopas porque simplesmente já nos falta o raio da paciência. Quando realmente se quer algo, não se tem duvidas, esta é a minha forma de pensar, não aceito um "talvez", com isso não consigo conviver, de um não ou de um sim eu já construo algo, nem que seja uma certeza de que se estão a borrifar para mim, agora de um "talvez" estou praticamente a perder o meu tempo, a perder a minha paciência, a entrar numa espécie de jogo no qual eu não tenho vontade de entrar. Então eu opto por não jogar! Prefiro ficar na bancada, vejo de fora, pode ser que a bola venha ao meu encontro, não gosto de meio termos, e a minha amiga em questão é um pouco ao contrário, ela usa e abusa da dita paciência e tenta dismistificar algo que é para mim, que estou por fora, que já passei por isso, um beco sem saida alguma a não ser de marcha atrás.
Sempre fui apologista do conceito, "desprezo é bom" e eles lidam bem com ele, quando se acaba a insistência por pura falta de paciência, quando se acabam os telefonemas, as perguntas, a vontade de vêr, é que eles acordam do sonho que estavam a ter e tentam vêr se contrariam as consequências, depois chega a vez deles se esforçarem, de dizerem que somos complicadas, chega a nossa vez de dizer o "talvez", e depois nós é que ficamos com o titulo de "cabras"??? Ora bem antes "cabra" que pateta!
Não existe mais o tal timing perfeito, se estão a espera de cruzarem com o princepe encantado ao virar a esquina, por favor, abram os olhos isso só acontece a Floribela e, vá lá vai, a mulher não leva com ela nem que a vida dela dependesse disso!!
Sejamos objectivos e por favor, tentem ser coerentes, a sério, essas birrinhas, essas dúvidas, ficam bem quando têm 5 anos e, a vossa mãe, que já tem troféus de dedicação em casa vos atura, não tentem casar com uma mulher que se parece com a vossa mãe quando depois de dois meses tentam fazer a folha a Sharon Stone que vive logo ao lado! Decidam-se, apercebam-se realmente do que precisam para a vossa vida e façam por isso, o que não precisam escusam de procurar!
Sou prática, creio que esta practicidade é frívola na maior parte do tempo, mas isto tem uma explicação simples, a pessoa que mais amei na minha vida fez-me esperar por ele durante um ano e perdi a conta aos meses, quando as coisas finalmente aconteceram e depois de 5 anos lá acabou, decidi que nunca mais esperava por ninguém, nunca mais mexia uma palha em função de quem nunca mexe por mim, não sigo a máxima do "vir atrás", as pessoas são autónomas e a vida continua independentemente do que os outros pretendem ou não.
Nada magoa mais do que uma decepção, nem nada te marca tanto como isso, vives uns bons tempos a mastigar o azedo, e acredita que não é uma digestão fácil, mas é no entanto viável! E por vezes esquecemo-nos disso.
Por isso, a todas as meninas que andam no limbo, enroladas no "talvez", é hora de abrir os olhos, de puxar a brasa a nossa sardinha e pensar no que nós faz bem, pois esperar por algo que nunca vem é considerado uma estupidez sem dimensão conhecida mas, sujeita a ir parar ao Guiness Book of Records. Chega de parar de fazerem as vossas coisas, sai com amigos, conhece outras pessoas, lê livros, vai ao cinema, embebeda-te, sei lá...faz apenas o que te faz feliz nem que seja a virar frangos, mas ultrapassa esse estado letárgico na qual se deixam apgar, simplesmente a vêr a vida passar a frente dos vossos olhos a depositarem esperanças numa dúvida que devia ter morrido mal ele começou a gaguejar com dúvidas, se as respostas são essas, é simples, a verdadeira é um redondo, categorico e brilhante "não"!!!

terça-feira, dezembro 26, 2006

"What you see is, what you get!"

Quando conhecemos alguém novo, geralmente, se nos agrada queremos também agradar, não sei se essa posição do agradar é a mais correcta, pergunto-me a mim mesma uma infinidade de vezes de sermos nós próprios não será de facto o suficiente para que seja possivel um entendimento entre ambas as partes?
Já me apercebi rapidamente de duas coisas, uma delas é que não consigo andar a agradar ninguém, a outra é que devo ter mesmo um feitio bem engraçado, do ponto de vista de um cangalheiro...
Conheço pessoas que mudam o tom de voz, mudam os gostos musicais, mudam a roupa toda do armário, mudam certos comportamentos, por exemplo deixam de fumar ou de se maquilhar, deixam de lidar com os amigos de sempre...eu acho estranho.
Ninguém gostará de nós, se não formos nós mesmos, sempre me disseram isso, mas e se as pessoas mal sabem quem são? Se realmente não se conhecem a si mesmas e se tentam de alguma forma se reinventarem através de um reflexo que surge aos olhos dos outros? E será que é uma imagem correcta? Fidedigna? Não acredito no que os outros me dizem em relação a mim, não me revejo na maior parte das imagens que tentam fazer de mim, se calhar por ser imensamente simples, mas não sirvo de exemplo para ninguém...
A minha mãe costuma me dizer que devia ser mais flexivel na minha forma de ser, não ser tão obstinada nas minhas ideias e ser capaz de as moldar aos outros, infelizmente nunca ouvi a minha mãe, lembro-me sempre do que ela diz, raramente concordo e definitivamente nunca faço o que ela sugere.
O meu ex namorado sugeria muitas vezes que existiam coisas que eu devia mudar em mim, talvez por isso mesmo ele, hoje seja "ex", não conseguia lidar ou compreender alguns aspectos da minha personalidade, não o culpo a ele, muito menos a mim, eu aceito-me como sou pois entendo que não consigo mudar por mais que tentasse, as minhas atitudes são coisas que não consigo planear, as minhas ideias não mudam com o nascer de cada dia, sou voluntariosa também, se querem que vá para a direita eu irei sempre pela esquerda, interpreto as coisas muitas vezes como uma ordem, e sabem, sou militar a 8 anos, acham que não ando cansada de ordens?? Muitas vezes pensava que não ia conseguir sobreviver neste mundo exactamente pela minha dificuldade em fazer a vontade aos outros, tirar prazer da contrariedade é um ponto contra mim, reconheço, mas também não o mudo. Porque querem que eu mude? Porque querem mudar as outras pessoas? Nunca senti necessidade de mudar nada, ninguém, aceito as coisas como elas são, aceito a sua natureza, e embora não aceite que me mudem, apenas reservo-me ao direito de pensar pela minha cabeça.
Roo as unhas, vai ser sempre considerado um defeito, mas por vezes deixo-as crescer, mas faço-o por vontade minha e não porque me dizem para o fazer, fumo, é um defeito também, ninguém vai considerar isso uma atitude inteligente quando nem eu mesma o considero, mas já passei um ano sem pegar num cigarro só porque um dia resolvi que me sabia mal, decisão minha, tal como foi decisão minha voltar a fumar. Se a minha mãe teve um parto perfeitamente normal, se criou uma criança perfeitamente normal porquê que agora, pessoas que nada me são vão querer contrariar a minha essência e, porque teimam em algo que nunca vão conseguir? Pelo desafio, ou somente pelo gosto de infernizar a vida dos outros? Se é para isso viro de imediato um bicho social, não me dou a ninguém, pois reconheço a pouca importância que os que me rodeiam têm, apenas a minha familia conta na minha vida, é o meu amor garantido e certo, se algum dia tiver que melhorar algo, não mudar, mas melhorar será porque eles me demonstram que realmente estou errada, coisa que não tem acontecido...
Na minha forma de pensar existem pessoas que nos aceitam e adoram exactamente como somos, não precisamos de inventar um teatro ou fazer um filme e sermos o que nunca fomos, uma forma reinventada de um nosso "eu" com a qual não nos identificamos só para que consigamos nos relacionar com as outras pessoas e agradar de modo a levar a água ao moinho. Se eu aceito os outros os outros têm que me aceitar a mim, sem regras, sem problemas ou crises de maior, odeio tempestades em copos de água.
O meu chefe diz-me sempre "What you see is, what you get" e sabem, não existe nada de mal nisso, resta é encontrar quem consiga lidar com tudo o que isso acarreta.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

E lá vem O Natal...

Este ano...nada de prendas, pois também não gosto, nada da comida da mãe, pois estou de serviço, nada de fazer a árvore...pois estou de serviço...enfim, o dia que mais gosto do ano, o dia em que mais adoro estar em casa, sem fazer absolutamente nada vou passa-lo longe dela, fechada no meu mundo por 24 horas infernais, com pessoas que pouco ou nada me dizem.
Por isso, julgo eu, isto é a vingança do cabrão do Pai Natal, dá-me sempre prendas especiais para que eu nunca me esqueça, uma delas é o serviço a outra uma ida ao dentista...Venha o diabo e escolha, embora o meu dentista seja provavelmente o homem mais lindo que já vi e claro, o que me mantém por mais tempo a boca aberta.
Não tenho tido dias animados, eles têm passado lentamente, como se fosse a viuva que aguarda pela chegada do corpo do marido falecido a beira mar, só quer que o devolvam, eu só quero que me devolvam a minha alegria, não sei porque motivo especial ela foi-me retirada, simplesmente não me sinto feliz, não sou feliz. Parece que tudo o que me tem acontecido tem sido em função desse objectivo, manter-me triste e apagada, pensava que gastar 40 contos em botas iria resolver, nope, agora tenho dois pares fantasticos de botas espetadas a um canto, ainda por estrear, pensei que um namorado fosse me animar, eu até já me decidi a corre-los a pedrada, simplesmente não quero, pensei que ir a casa como fui o fim de semana passado resolvesse, negativo, tanto frio que apanhei que se sorrisse partia de facto os dentes...amigos...tenho aos potes, se calhar não daqueles amigos que vão ficar comigo para toda a vida, mas também nunca ficam, isso seria uma utopia, mas tenho sim um melhor amigo e tem sido com ele que tenho conversado porque não me apetece falar com mais ninguém.
Os meus dias são passados a jogar, a fumar, a dormir, e claro a ver o CSI, parece que cheguei aquela fase em que baixei os braços, não me apetece nada, não me apetece mesmo aborrecer-me com nada...
Um bom Natal e aproveitem, graças a Deus, as rabanadas só existem nesta altura!

terça-feira, novembro 14, 2006

Radar...operacional a 110%

Quando procuramos algo, as vezes o mais certo é encontrarmos o que não queremos vêr.
Quantas vezes não tivemos nós amigas que são um bocadinho neuróticas com os namorados? Ou melhor, quantas vezes não fomos nós mesmas a neuróticas neste teatro? Verdade seja dita, quando queremos encontrar algo que nos abale a fé no caractér dos homens mais cedo do que pensamos, o que tanto escarafunchamos, vem simplesmente de encontro a nós.
Tenho uma pequena intuição, ela não é lá grande coisa, mas de vez em quando lá vai funcionando e quando sinto que "Algo cheira mal no Reino da Dinamarca", geralmente é porque, realmente, algo podre mora ao pé de mim e eu ainda não liguei o radar para o captar ou então estou demasiado ocupada com a cegueira do meu próprio sentimento.
Nós mulheres somos, quando estamos nestas fases de encantamento/estupidez, capazes de obliterar da nossa memória sinais evidentes de que afinal as coisas não são como pensamos, nem tão pouco as pessoas são tão correctas como julgamos, completamente desprovidas de todo e qualquer bom senso somos ingénuas ao ponto de acreditar inclusive que Jesus voltou e que amanhã se vai reunir com toda a gente porque o final está próximo.
Estava eu a dormir a umas noite atrás, cansada de tanto estudar para um exame, quando o telefone tocou, não conheci o número e como tal liguei de volta porque queria saber quem era o ou a parvalhona que teve a brilhante ideia de ligar a aquela hora, resumindo, era um parvalhão, sim um valente e ignóbil parvalhão a quem eu tinha dado, julgava eu, eficazmente, com os pés as alguns meses atrás porque descobri que mentia, tinha namorada, a perguntar se queria sair com ele...
Eu nem vou alongar muito na resposta que eu dei, mas vamos por as coisas desta forma e de uma vez por todas, o facto de eu não namorar não significa que qualquer um me sirva, isso será um mito, preciso tanto de um homem a esta altura do campeonato como de uma corda para me enforcar em praça publica e isso sou eu a ser agradavel, o meu radar estava ligado, é claro que o sujeito não me ama desesperadamente, é claro que ele provavelmente nem sequer se lembra do meu nome como nem eu me lembrava do dele, agora dai a pensar que seria estupida ao ponto de voltar a trás numa atitude minha, será sem sombra de dúvida, um colossal erro da parte dele, pois se o meu radar já me disse uma vez "não", garanto com toda a minha mais brilhante crença que, dificilmente voltaria atrás.
Geralmente não sou simpática nestas situações, nem pretendo ser, seria hipocrisia, o que muita gente julgaria ser só "a mania que é boa", e sabem, mesmo que seja a pretensa mania, tenho todo o direito de o ser e claro de recusar a algo que não quero e sei bem que não quero.
O que mais me irrita nas pessoas é a estúpida ideia que conseguem atirar areia aos olhos as outras pessoas sem que elas lhes deiam um murro no focinho logo a seguir, habituados a uma simpatia quase patética, será facil tomar o certo como garantido, não se devem é esquecer que a vida é um tabuleiro e que bem podem levar com ele na tromba.
Existem coisas que mudei totalmente em mim de uns tempos para cá, aprendi a confiar muito mais em mim e só em mim, também porque não preciso de confiar em mais ninguém e também porque as pessoas mentem demasiado, além das suas possibilidades e geralmente são enroladas pelas mesmas mentiras, posto isto hoje sou capaz de enfrentar os meus próprios medos, coisa que a um tempinho atrás julgava não ser possível, aprendi a ouvir a minha voz, aprendi a ouvir-me a mim mesma e prestar atenção as coisas, a não arranjar desculpas para tudo, desde o movimento de translação ao de rotação simplesmente porque não tenho de o justificar, não me interessa justificar, o que eu vejo, o que precepciono nessa altura, será a minha verdade inquestionável e ultimamente tenho tido imensas.
Então cheguei a conclusão que é bom encontrar o que mais tememos, é bom dar de caras com os teus medos e saber cuspir de volta na cara, viver num limbo onde nada sabes não faz de ti uma gaja corajosa, e ok eles bem que te chamam neurótica, mas ao menos nunca mais ninguém vai ter a puta da ousadia de pensar que faz de ti uma marioneta, uma burrinha com palas nos olhos, porque tu abres os teus olhos e tu vês a verdade que tu tens de vêr, porque sabes bem dentro de ti que o que se passa é falso, é mentira, e então vai, toma o encalço da verdade que procuras, ela mais tarde ou mais cedo também te quer conhecer, no meu caso era a Raquel.
Falo muitas vezes de amor, de facto, e ele existe, eu tenho o meu amor bem guardado, bem fixe, bem reservado para quem eu souber que o merece, para quem for válido dele aos meus olhos e só aos meus olhos, quero lá saber de rosas ou de poemas, quero lá saber de frases feitas e de ideias pré concebidas que provavelmente ouviram numa musica na radio, esquecem-se do peso da minha cultura, sim desvalorizam o que eu sei e o que eu sou e isso para mim é um insulto. Eu quero algo real, e no dia em que for real, vale a pena eu olhar duas vezes, até lá, serão todos como o gajo que telefona a meio da noite, desesperado porque ninguém lhe pega e não sabe lidar com o desdém que lhe dei, fruto da minha imaginação.

segunda-feira, outubro 30, 2006

Bingo!

Ir ao Bingo é deprimente...
Cheguei a esta conclusão ontem depois de ter gasto 3 euritos em 3 papelitos de merda com números, com um idiota a gritar outros números de forma quase robótica, esse gajo nem no proximo século consegue enganar uma míope ou uma cega para ter sexo, esse gajo nem que fosse o ultimo gajo com espermatozoides, ele nunca iria ser pai, nunca, é demasiado patético dizer 40, quatro zero e dar a sensação de estar no filme da guerra das estrelas com o R2D2 a tentar vêr se nos salta para cima. Os meus numeros eram bem diferentes dos que ele tinha, e haviam outros tantos "dickheads" que andavam espalhados pela sala a grunhirem sssssss, a dada altura informaram-me que aquilo significava que tinham um só cartão...UOOOOOOOU!!!! Deve ter sido o ponto mais alto da noite toda!! Ele tinha um único cartão e fazia ssssss...
Odeio visceralmente o Bingo, porque para além de nunca ter ganho nada naquela manifestação pobre da 3ª idade juntamente com os desgraçados e oprimidos, as largadas e abandonadas e claro os desajustados da sociedade, sim, porque este grupo de pessoas pensa que se não têm sorte em algo na vida vão ter ao jogo...fodasse...ganha sempre o gajo do lado e eu só os vejo bufar e pagar mais um eurito por mais um cartão, eu ao menos pensei, se a terceira não vai, não vai com a quarta de certeza e desisti!!! Será que ainda não se aperceberam que nunca ganham?????
Que toda a gente vai ganhar a merda do Bingo menos eles???
Mas prontos...fui em solidariedade com uma amiga minha, completamente desajustada das nossas realidades e isto porque ainda tinha 3 euritos no bolso e não tinha mais desculpas para me safar, ela afoga as mágoas no Bingo, a vêr velhas solteiras carregadinhas de ouro pelo coiro a fora, com um cheiro profundo a mofo, gajos com ar e chulos que sabe lá Deus porquê atiram moedas de 5 centimos ao chão (dizem que dá sorte), o resto que para lá anda são assim uma classe que nunca vejo em lado algum, os denominados mafiosos, só têm notas de 50 euros, só fumam charutos horriveis, mas devem dar uma moca terrivel porque eles não compram um cartão, eles compram uns 20 ao mesmo tempo e nunca ganham e depois voltam a comprar outros 20...e eu lá estou, com o meu ar civilizado, só me faltava uns óculos nos cornos e uma placa a dizer "ovelhinha" e eles desistiam do Bingo e espancavam-me até a morte e deixam-me pendurada nas luzes do Bingo...
Vislumbro um futuro muito negro as minhas idas ao Bingo.
Pessoalmente não gosto de jogar, especialmente a dinheiro, que é coisa que nunca abunda, então fico-me pelo berlinde e ando contente, não gosto dos olhos das pessoas quando jogam, parecem possuídos por um demónio qualquer que só os faz pensar em dinheiro e cifrões e merdas para assaltar o multibanco...eu acho que lhes passa tudo na cabeça menos ir plantar couves ou, até quem sabe, trabalhar, só assim na loucura, a arriscar tudo porque não ganhar dinheiro a trabalhar??Eu também gosto de dinheiro mas daí a atirar com canetas a velhotas só porque não ganhei...vai assim uma distância muito grande, as pessoas a dada altura desligam-se de uma realidade para se ligarem a um filme de terror com o o tio Patinhas pelo meio e isso meus amigos nem no pior filme do Brian de Palma se vê!!!
Não volto lá mais, embora deva admitir que gostei muito da parte em que me deram o folhadinho de carne com espinafres...tava divinal e ainda por cima a borla!!! Gosto de tudo o que é a borla, e bom, e especialmente agora que já não fumo, de comida, e já que não fumei cigarros animei-me com o folhadito, nada mau, nada mau mesmo.

sábado, outubro 21, 2006


Lembro-me do momento exacto,
do instante em que o tempo pára,
e como que por magia tu surges...
Não sei que feitiço trazes contigo,
qual a tua história,
a tua origem...
ou porque me sorris cada vez que te vejo...
Lembro-me de me dares a tua mão,
de a misturar com o frio das minhas,
de sentir as minhas lágrimas a cairem,
por querer tanto que fosses real...e meu...
Lembro-me do modo como foi,
a nossa vez,
o nosso amor...
a intensidade que me faz fechar os olhos,
deixar-me cair no meu abismo,
saber-me entregue,
viva a teu lado...
Vivo das minhas labaredas,
dos segundos em que sinto o teu perfume a minha volta,
do gosto eterno do beijo que me deste...
Talvez um dia,
eu possa ser a brisa que agita os teus ramos,
viver na tua presença...
por mais longe que possas estar,
sou eu que medeio a tua alma,
sou o teu porto de abrigo,
e por mais camas que percorras,
na minha estarás sempre em casa,
no teu aconchego,
no teu deleite...
Amo-te,
e hoje tive coragem de o dizer em segredo as paredes,
gritei até a minha voz cessar,
até me ajoelhar aos teus pés,...
Nunca mais sais de mim...é real!

Angel...

quarta-feira, outubro 11, 2006

Palavras e atitudes

Uma coisa que me faz estar sempre de pé atrás com os homens é somente a sua motivação, ou seja a razão pela qual fazem ou dizem seja o que for, desconfiada por natureza, tenho muitas dificuldades em acreditar no que dizem.
Se não, vejamos, tenho duas amigas, duas pessoas fantasticas, que nesta altura da vida delas, têm ambas relações com homens, relações estas que não estão bem definidas, nem para elas e para eles nem existe sequer o significado de relação. Partindo deste pressuposto vou contar amiudemente a situação de cada uma: A primeira conheceu-o numa situação qualquer que a mim me passa ao lado, o rapaz lá engraçou ela e ela não queria engraçar com ele, retirada das lides romanticas, ela queria estar sossegada e esquecer o ultimo estendal que lhe foi colocado na testa, no entanto, água mole em pedra dura...tanto dá até que fura, e assim foi, ele tanto teimou que lá lhe roubou um beijo e dai para ela ficar entusiasmada foi num intante, ele dizia-lhe muita coisa, que a adorava, que estava apaixonado, que a queria, que ela o completava...coisas fantasticas de se ouvir é um facto, mas pouco tempo depois, ou nem tanto assim, ele não prova o que diz, ele simplesmente lembra-se esporadicamente dela, não aparece, e ela descobre finalmente que ele namora, e ai quebra-se o feitiço.
A segunda conheceu o respectivo cavalheiro algures numa discoteca que frequentamos, rapaz timido e lindo de morrer, dizia que era desligado, que não era pessoa de se prender a nada nem a ninguem, retirado ele das lides romanticas tinha uma postura quase intocável e indefenida no seu espaço...ela rapidamente dizia que "daquele mato não sai cachorro" ou seja, ele não ia desenvolver nada e aquilo nunca seria um namoro a serio...mas, ele revela-se nas atitudes, se fica sem a ver quando se reencontram abraça-a profundamente e sai-lhe de repente um "tive saudades tuas", mas nunca lhe disse que gostava dela, um dia ela pediu-lhe uma promessa, que quando se cançasse dela que lhe diria logo, que seria sempre honesto, e ele prometeu sem hesitar e disse-lhe "Porque achas tu que eu me cansaria de ti?"...ela ficou sem resposta para devolver.
No primeiro caso tanta palavra, tanta coisa dita...nada será o resultado final, no segundo, sem palavras, mas com gestos, com atitudes, grandes possibilidades para um sucesso desmedido.
No amor, como em tudo na vida, o que mais importa não é dizerem o quanto nos amam, ou o quanto somos fantasticas ou belas ou sei lá mais o quê que dizem para conseguirem o que querem, sexo...amor nada tem a haver com sexo. Gestos, atitudes, que mesmo sem palavras ganham siginificado e personalidade por si mesmas, provar o que se diz muitas vezes é mais dificil do que aquilo que se pensa, é sempre mais cómodo dizer as coisas quando já se tem um objectivo em mente, ser-se canalha no fundo, pois se é verdadeiro se é justo, nenhuma palavra algum dia o conseguirá definir ou provar.

Eu no Exercício



Estive nestas duas ultimas semanas no Exercicio Zangão em Mirandela, pertinho de casa e tal, fartei-me de comer bem, trabalhei, digamos que moderadamente, porque quando inclui prazer a gente nunca diz que é trabalho a serio. Foi uma experiência única, em 8 anos de tropa nunca tinha voado em nenhuma engenhoca cá do sitio, a minha estreia foi feita no fantastico Alluete, helicoptero, que me porpocionou uns minutinhos de aflição, riso e muito gozo particular:)

Nunca mais vou esquecer as duas semanas que lá passei, fiz bons e boas amigas, aprendi coisas novas, por exemplo como colocar um ar condicionado numa tenda, como montar um "burro do mato", que por mais estranho que possa parecer, é uma cama...também aprendi a comer alheira nas suas diversas versões e diga-se de passagem, nem posso mais ouvir falar nela! Mas fomos muito bem recebidos, muito bem tratados e tudo correu tão bem que me atrevo a dizer que foi um dos melhores exercícios que a Força Aerea já fez.

Esta foi a minha imagem de marca...sorri pelo descamento a fora, como se invadida por uma estupidificação suprema de alegria...enfim, quando estamos bem o nosso rosto reflete o que sentimos e o que vivemos. Obrigado pela maravilhosa sensação que eu já não tinha a muito tempo, senti-me viva de novo!

quarta-feira, setembro 20, 2006

Porque hoje estou de Parabéns

Tenho 8 anos de serviço militar, os meus amigos quase todos, a excepção de uma amiga minha, foi cá que os conheci. A tropa pode não ser vista com bons olhos a muita gente, mas para mim foi uma benção em diversos aspectos, em relação então aos meus bons amigos foi simplesmente do melhor. Hoje lembrei-me deles por uma razão particular, é o meu aniversario militar, faz hoje precisamente 8 anos que pus pela primeira vez o pé dentro de uma unidade para fazer a minha recruta e lembrei-me de todos os que pertenceram ao meu pelotão, os meus fieis mecânicos, as minhas seis secretarias e um infeliz policia que para lá foi parar e morria de medo de agulhas. Fomos um grupo coeso, flexões era para todos, ninguém se ficava a rir, o nosso comandante de pelotão adormecia de pé agarrado a arma, escondiamos os cigarros no fuste das armas para podermos fumar as escondidas, perdemo-nos vezes sem conta na nossa prova de orientação...fomos no entanto os segundos a chegar e por isso mesmo foi tudo ao chão mais uma vez. Carregamos as armas uns dos outros e até os coxos arrastamos, partilhamos comida, e as noites passadas ao luar num frio de Outubro no meio do nada, nunca foram um acto individual. Este tipo de amizade nasce sem se desejar, podemos não nos entender em todas as situações mas tinhamos que nos aguentar uns aos outros, a minha tropa valeu a pena e foi uma prova superada graças a todos eles e por isso vou ter sempre uma gratidão enorme para com eles.
Conheci outras pessoas depois, com quem trabalhei, com quem lidei, não deixamos de ser uma classe na tropa, umas boas outras nem tanto, mas a representação delas na minha vida será sempre diferente em relação aos meus companheiros de pelotão, com eles partilho uma realidade oposta, em que nunca sou colocada a prova, em que o bem estar deles nunca vai depender das minhas atitudes e vice versa, são amizades que se desejam, que se mantêm, mudam ao longo dos tempos, melhoram, pioram, ora nos afastamos ora nos aproximamos, nunca será constante e sabemos sempre que mais dia menos dia vamos estar todos presentes no jantar de despedida de cada qual.
Vou amar a tropa até ao final dos meus dias, foi a melhor coisa que me aconteceu em muito tempo, foi o meu lar, a minha identidade, a minha personalidade, a minha alegria e também a minha tristeza, deu-me tudo o que possuo até hoje e todos os meus conhecimentos cá engrandeceram e tornaram-se muito mais aperfeiçoados. Existem dias em que nos fartamos de tudo e só queremos mandar isto ao ar e ter de volta a nossa suposta liberdade... mas eu cá fui e sou livre, não são as grades ou as redes que nos prendem, não são as ordens ou a hierarquia que nos remete a um canto, todos nós somos dotados de um sentido puro de autonomia, dai que nada nos prenda, nem nada nos rebaixe, é tão somente uma questão de interiorizar o nosso próprio valor.
Por isso, parabéns a mim, ao meu pelotão, a minha vida cá, a minha unidade...foram 8 anos em grande!

terça-feira, setembro 19, 2006

Good girls go to heaven...bad girls go everywhere...

Vi esta frase numa T-shirt, e é verdade, a meninas boas podem ter o paraiso todo para elas, mas as más divertem-se muito mais! Olhei para mim mesma então, para saber qual seria a minha versão de rapariga, será que sou boa, ou má?
Penso na minha forma de agir...não sei se serei boa a 100%, não sei se algum dia fui, serei ou se sou má...queria saber o que é que as pessoas boas fazem para serem boas, e o que fazem as más para serem más, e se o certo é o ser bom, porquê que a recompensa é sempre inferior a dos que são maus? Se afinal devemos ser recompensados pelo bem que fazemos, porque cargas de água essa recompensa nunca chega, ou nunca é suficiente, ou então porquê que existem pessoas tão boas e só lhes acontecem coisas más?
Falam abruptamente de justiça, do certo ou do errado, do bom e do mau, mas será que realmente lhe sabem o significado? Será que o dizem por despeito, por dor de cotovelo (a dor mais famosa do mundo, tirando a do parto), onde estão esses conceitos que não têm corpo, não têm alma, não se mostram...não lutam pelo seu lugar ao sol?
Quantas vezes não odiei ser sempre a boazinha, quantas vezes não me apeteceu revoltar-me e mandar toda a gente que me chateia simplesmente para o caralho, por ser sempre tão correcta e civilizada, tão certinha em todas a suas opções, pensar sempre no efeito que as minhas palavras têm nos outros, tentar sempre que os outros se entendam, se reconciliem, comuniquem, tenham gestos de bondade, quantas vezes não fui eu contra o racismo, mesmo tendo sido assaltada por um homem/puto de raça negra? Quantas vezes não abdiquei eu do meu lugar no autocarro para dar a quem eu achava que precisava, enquanto o lugar que era deles por direito estava ocupado por pessoas que viravam a cara inclusive? Quantas vezes não me caiu o mundo em cima por defender quem não estava presente, só porque detesto intrigas miseráveis? Quanto bem é necessário fazer, sentir e ter dentro de nós para que algo de bom nos aconteça?
Não é algo que eu possa mudar, eu não acordo um dia e digo "Hoje vou empurrar alguém das escadas abaixo, só pelo gozo." existem coisas inerentes à pessoa, nascemos com elas e com o tempo elas morrem conosco, porque as outras pessoas que nos rodeiam têm sempre uma forma genial de destruirem, ou pelo menos tentarem dar cabo, de tudo o que de bom carregamos em nós.
As outras pessoas nada me dizem, se sou boa, cordial ou simpática, é porque simplesmente faz parte da minha forma de ser, não quer com isso dizer que morro de amores por toda a gente, isso seria hipocrisia e não me presto a isso, no entanto sou incapaz de ter uma atitude que prejudique outra pessoa, por menos que goste dela. Mas existem alturas que até as santinhas deve apetecer mandar tudo ao ar, deve dar mesmo um gozo particular dar um murro na mesa e vira-la, deve dar uma satisfação elegante ver a cara de surpresa das pessoas que estão sempre habituadas a ter essa bondade da parte delas por garantida se acabar só assim num estalar de dedos...
As pessoas boas vivem sempre na expectativa, sempre no desejo, quando existe a possibilidade de algo bom lhes acontecer, ficam amedrontadas, não estão habituadas, não têm coragem de pensar que sim, a elas também lhes calha algo porreiro, esse medo é uma merda e não as faz viver, tudo o que nos acontece é por uma boa razão, podemos não saber qual é, mas isso não quer dizer que não exista. A nossa ignorância, a nossa falta de esperança, a nossa crença débil em dias de sol que não vêm...merda para isso tudo, no fundo o que precisamos é somente de um banho frio, vento na cara e venha mais uma batalha, mais uma guerra, precisamos de viver e de saber como se faz, sem medo, sem regras...
Como seria bom poder estar no alto de uma grande montanha, abrir os braços e simplesmente atirar-me dela abaixo...sem medo...
Podemos inclusive não ter esta coragem toda, pois depois do "sem medo", virá de certo o "sem dentes...sem ossos..." mas ao menos podemos pensar que até poderia correr bem, bastava ter aberto o paraquedas na hora certa...
As meninas más podem ir a todo o lado, mas eu sei que o fazem pois nunca estão bem em lado algum, enquanto que as meninas boas sabem sempre para onde vão, e sabem é muito mais maduro ter sempre um sitio certo onde ficar...

Eu...Lola???



Eu sou um bicho perigoso! Curto fazer as noites da minha suposta proprietaria num inferno e a minha felicidade reside no facto de espalhar palha pelo quarto a fora, deixar-lhe caganitas para ela limpar...fica sempre gira de vassoura na mão! De resto sou uma alegria...pulo, roo grades e finjo que o fundo da minha gaiola é de terra so para me ouvir raspar...isto tudo as 5 de manhã! Ela passeia-me, dá-me beijinhos, chama-me de amor, colocou-me o nome patetico de lola, como se algum dia uma louca coelha poderia ter este nome...de resto, ela dá-me de comer, de beber e tenho o privilegio de passear em cima dela. A minha dona é fixe! Mas isso é a opinião dela, eu nada tenho a haver com isso, sou um bicho furioso com a vida!

PS: Lola...tu vais levar no focinho...

domingo, setembro 17, 2006

Phones make you miserable

We are always waiting for the phone to ring…we bought them for the most ridiculous reasons that our mind can think of, we bought them because we needed to stay in touch with our family, with our friend, because of work…several are the reasons.
But when it comes to that phone call that you’re really waiting for, the phone never rings, you spend most of your time looking at it, has if the phone would talk to you, and say “give up, it’s never going to happen”, phones make you miserable!
My friends usually hold the phone near them, they look at it at the same time, then, the eyes cross with each other, they put the shoulders down and just look miserable for the rest of the night…
Sometimes you wait a lifetime for something wonderful to happen, but it never does, it kills you inside, and it dies in silence, because you’ll never be able to face, and tell the truth to yourself. Blasted phones that live in your bags, that make you cry so often, it’s just a call, not your entire life, but it’s so easy to see your life trough just one moment that you easily forget all the others that can happen, and make you happy.
I have two phones…they usually never ring, they ring when it’s my birthday, my father always remembers me, my mother argues with me when it comes to that difficult day of the month then she always calls, my brother always wants to talk about his new girl friend…my friends always want to hear me laugh, and say, has I always do “ Things will turn up fine, you’ll see…”, I may not believe in that all the time, but boy…it tastes so good to think like that, that’s why, I never cry when my phone doesn’t ring, I’ll always have someone out there that I know that loves me, and that I, in the middle of my simple life, love too.
So, put your phone in a drawer, let it be there, if someone misses you…the drawer will open for sure, for the phone will be ringing all day long :D

quinta-feira, agosto 10, 2006

Porque existem musicas e letras que vamos sempre gostar, e porque não uma portuguesa, bem nossa, bem bonita, a meu ver a mais bela de todas de tão simples que é...

Eu gostava de olhar para ti
E dizer-te que és uma luz
Que me acende a noite,
me guia de dia e seduz...
Eu gostava de ser como tu
Não ter asas e poder voar
Ter o céu como fundo, ir ao fim do mundo e voltar...
Eu não sei o que me aconteceu...
Foi feitiço!

O que é que me deu?
Para gostar tanto assim de alguém
Como tu...
Eu gostava que olhasses
para mim
E sentisses que sou o teu mar
Mergulhasses sem medo,
um olhar em segredo, só para euTe abraçar...
Eu não sei o que me aconteceu...
Foi feitiço!
O que é que me deu?
Para gostar tanto assim de alguém
Como tu...
O primeiro impulso é sempre mais justo, é mais verdadeiro...
E o primeiro susto dá voltas e voltas na volta redonda de um beijo profundo...
Eu...Eu não sei o que me aconteceu...
Foi feitiço!
O que é que me deu?
Para gostar tanto assim de alguém
Como tu...

André Sardet