segunda-feira, abril 23, 2007

E casar? Sim ou sopas??

Será que o casamento realmente resulta? Eu pensava que sim, porque não haveria de resultar quando eu tenho em casa os meus pais casados a mais de 30 anos? Ou as minhas avós que estiveram com os meus avôs até ao ultimo suspiro? No entanto, anos depois, e não sei se lamentavelmente, o casamento não é mais uma união de duas pessoas que realmente se amam, é basicamente um negócio! Penso assim porque com o passar dos tempos fui igualmente conhecendo outros casais, outras situações, não era mais um conto de fadas, era uma guerra, existem pessoas que mantêm uma relação pelos motivos mais absurdos a face da terra, consigo no entanto compreender que quando se tem filhos pequenos que seja dificil pensar em divórcio, muita coisa é colocada em questão, nomeadamente a felicidade dos filhos, mas será realmente uma criança ou adolescente mais feliz se a dada altura se aperceber que os pais apenas estão juntos por causa dela? Será que um filho não pensa na felicidade dos pais também? Creio que pensa, e em muitas situações existem casais que conseguem ainda manter as aparências de uma felicidade conjugal inexistente, no entanto com outros isso não acontece, pois entre muitos casais existe inclusive violência de ambas as partes, e já nem falo de fisica, mas sim de psicologica.
Não sei de facto o que mantém um casamento firme, apenas posso olhar para os meus pais e ficar feliz porque vejo que ao longo dos anos sempre foram muito unidos, verdadeiros companheiros em tudo, sem nunca nos excluirem de nada na vida deles. Muitos casais também não se separam definitivamente porque teriam de eventualmente dividir tudo o que possuem e para quem andou quase uma vida inteira a construir algo e depois resumir-se a 50% do que tinha acredito piamente que não seja a visão do paraíso, mas depois remetem-se a um canto, com uma vida pela metade também, pode não ser em termos materiais, mas em termos pessoais nunca atingem aquilo que sempre quiseram para eles próprios, é um deixa andar permanente, um comodismo cansativo que mais tarde ou mais cedo resulta em ruptura de certo, apenas adiam o inadiável.
Talvez por isso as pessoas demorem tempo a darem o nó, para alem de acharem necessário reunirem uma data de condições, sendo o trabalho estável a principal delas todas porque é isso que nos faculta financiamento para a vida, vem também aquela parte em que pensam, "será que te aguento realmente até ao final dos meus dias?" ou então no caso dos solteiros, "onde estás tu, que supostamente havias de me aturar até ao final dos teus dias?". Conheço pessoas fantásticas que a meu vêr podiam ter boas relações e bons casamentos, mas as vezes a compatibilidade neste campo é algo mesmo muito dificil de se conseguir, e as vezes impossivel em alguns casos.
A minha mãe sempre me disse que o segredo para um bom casamento era alguém ceder, tem de existir sempre alguém na relação que mantém a paz em casa, por isso o meu pai cede, a minha mãe vai cedendo, como se cada um soubesse exactamente o seu lugar em casa e na vida de cada um.
O sol quando nasce, nasce para todos, frase feita é um facto, mas verdadeira, todas as pessoas devem e podem lutar por aquilo que querem para si mesmas, têm todas as armas ao seu alcance, como toda a gente tem, se uma relação não funciona, possivelmente outras podem funcionar ou não, depende da energia que se quer dispender ao manter uma relação, se por outro lado optarem por ficarem consigo mesmos, porque julgam que não têm feitio para se sentirem presos ou amarrados a algo que não julgam ser bom, porque não? Sempre é melhor do que passar uma vida miserável com alguém que nunca nos entende, nem nos aceita o feitio. Temos antes de mais, antes de pensar em fazer alguém feliz ao nosso lado, pensar de facto se nós somos felizes connosco próprios, isso a mim, parece-me bem mais complicado...

quarta-feira, abril 18, 2007

O Pai dos meus Filhos


Isto tornou-se num assunto ferrado a hora do café um dia destes, todas nós diziamos o mesmo, e os rapazes tinham uma versão não menos simpática da mãe dos filhos deles, é engraçado vislumbrar um pouco do futuro que todos queremos que nos calhe. Queremos tudo o que não tivemos, imaginamos um personagem no qual tudo conta, menos o aspecto fisico! Não precisas de casar necessáriamente com o Brad Pitt e esperar que ele venha assim perfeitinho como o pai, negativo, no que se trata de pai para os filhos, nós queremos algo totalmente diferente, queremos um gajo fixe!

O pai dos nossos filhos tem de ser bem disposto, tem de brincar imenso com os filhos, tem que se sujar com eles e quando os vir com uma ferida no joelho não colocar aquele ar derrotista de quem não gosta que o menino caia ao chão, negativo, ajuda a tratar a ferida e diz-lhe "Tas a vêr? Já passou!" e faz com que ele volte a ir brincar com a mesma alegria. O pai dos meus filhos tem de ter tempo para eles, tem de lhe dar o exemplo e saber ser pontual e responsável quando assume um compromisso, as vezes na nossa vida profissional é complicado, somos basicamente atropelados a torto e a direito por questões que subitamente têm sempre de ser resolvidas na hora, e por isso deixamos sempre algo de lado, só não quero que seja o meu filho a ficar de lado, por isso o gajo que me emprestar o fantástico espermatozoide vai ter de se chegar a pedra e ser o pai que o meu filho merece que ele seja! Ou seja se ele diz que vai vêr o jogo dele de futebol, ele vai ser o primeiro a chegar a bancada e se levar ponpons ainda tem uns pontos extras na minha forma de eu o tratar, não quero desculpas a criança, quero a verdade, se sabe que não pode diz, não anda a volta e não inventa desculpas, diz a verdade, para o meu filho vêr isso como algo a seguir e ser igual quando crescer. È complicado para uma criança crescer com um pai que não admira, então o pai dos meus filhos tem de ser algo irrepreensível aos olhos deles, quero que lhes fale com meiguice, eles não são surdos, logo berros nem pensar! Mas quero que os eduque bem, que lhes transmita segurança e confiança, quero que eles com o pai saibam vêr o que é errado e o que é certo, quero um filho orgulhoso do que é mas ao mesmo tempo humilde e sempre ciente das suas possibilidades.

Não gosto de crianças mimadas, gosto de crianças que saibam ser crianças, não quero um filho que passe o tempo todo a jogar computador ou PS, isso para mim não é diversão, isso é perda de tempo, porque nunca aprende nada de jeito com essas coisas, eu nunca as tive e se houve alguém que adorou ser criança fui eu, quero que ele saiba se divertir com amigos, com os irmãos, com os primos, porque a socialização numa criança establece logo a partida um percurso totalmente diferente no futuro dele, quero um filho que veja o pai como um amigo, como eu vejo o meu, que lhe fale de tudo, como eu falo com meu, que se ponha no colo do pai e adormeça sossegado porque sabe que ele está lá para ele.

Quero também um pai que demonstre ao filho o quanto me ama, que me respeite sempre, para quando ele crescer não se transformar num machista ordinário que trata mal e usa as mulheres, quero um homem que veja as mulheres com respeito, saiba ser exigente nas suas escolhas mas que trate toda a gente com educação.

Quando se trata de escolher quem nos vai dar a maior alegria do mundo, um filho, nós mulheres pensamos quase todas desta forma, e com certeza que os homens pensam de forma parecida em relação as mães dos filhos deles, apenas queremos o melhor, queremos vê-los sempre a sorrir, a serem e a fazerem coisas que nós só imaginamos porque não podiamos ou não tinhamos recursos, não acredito no "dar tudo", mas acredito que nesse "dar tudo" se possa incluir muito amor, muito carinho que será mais do que o suficiente para fazer e ter uma familia feliz, o meu pai conseguiu...quero vêr agora o Pai dos Meus Filhos.

terça-feira, abril 03, 2007

A minha janela


Será que as janelas se abrem todos os dias?
Só para ver se o sol nasce...
Queria que dela entrasse vida,
o ar fresco da manhã,
o calor de um dia de verão.
Queria poder saltar por ela,
expulsar os meus fantasmas,
as minhas dores...
Ela encerra-se e eu não a sei abrir...
perra e fragil,
permanece intocável,
Como um monumento a minha condição,
deixa-me ver o mundo,
sem nunca poder fazer parte dele,
nunca o poder alterar,
nunca o poder colorir com um sorriso que seja...
Angel