sexta-feira, agosto 31, 2007

Pertubação

Disseram-me que era uma pessoa pertubadora, que essencialmente os homens ao pé de mim não se sentiam a vontade e nunca conseguiam ser eles mesmos...
Estranho, estava habituada a pensar que era a estupidez deles natural e agora afinal a culpa é minha.
Geralmente dizem que se os erros ou os acontecimentos na tua vida se repetem várias vezes, a culpa não é dos outros, mas sim tua...se calhar é o que se passa comigo, o problema é mesmo meu, as coisas não funcionam porque eu é que sou uma pessoa dificil, com um feitio mau, eu é que sou pertubadora...blablabla...não, lamento não concordar, mas não, em mim não recai culpa alguma, nem tão pouco problema algum, são uma merda e nada do que eu possa dizer em favor alivia isso...
Disseram-me que era como uma Barbie...muito perfeitinha a olhos vistos, ou seja ofenderam-me...primeiro eu não sou estática, segundo, não sou perfeita em nada e ando bem longe disso, terceiro e graças a Deus, não sou loira nem o meu cabelo foi colocado com uma agulha...e quarto...ninguém tem um par de mamas tão grande resistente a força da gravidade...mas o problema, segundo estas cabecinhas, é que as Barbies ficam sozinhas porque ninguém se atreve a chegar ao pé delas, os homens preferem segundo eles as bonequinhas mais enfezadas e feínhas...
Cada vez mais sinto-me convicta que o estar solteiro para mim tem todo o sentido, falta algo muito sério para eu querer algo mais forte, falta convicção nas pessoas, falta verdade e honestidade e eu sinto isso quando se aproximam de mim, sei exactamente o que pretendem e adivinhem lá que não é jogar ao berlinde! Os homens comigo sempre tiveram um único problema, fraca vontade de serem sinceros e já agora corajosos. Dizem que conheço então as pessoas erradas, não, eu não as conheço de todo e a dada altura perco a vontade de as conhecer porque, no caso dos homens claro, perco o interesse neles mal me cheira a esturro, sou desconfiada por natureza e então afasto-me. Da forma como as pessoas se encaram nos dias de hoje mais vale resguardar o nosso melhor, o meu melhor não é para qualquer um, a dada altura eu sei que eu é que não consigo estar como eu sempre sou com eles porque eles é que me perturbam a cabeça, sempre pela negativa, tornam-se em princepes, e eu morro de amores pelo Shreck, porque ele ao menos é mais real do que qualquer princepezinho. Quando confio em alguém, mais tarde ou mais cedo eu, (só preciso de esperar), vejo que não são conforme dizem que são, fazem uma publicidade exagerada da pessoa que eles pensam que eu quero que eles sejam e depois rapidamente cai o pano e eu viro as costas no mesmo minuto para não mais olhar. Sou o contrário da esposa de Ló, a minha curisosidade não me leva a melhor, não sinto necessidade alguma de saber o que eu já sei, preenchendo os espaços da canalhice como eles tão bem fazem, eu simplesmente respiro fundo e volto a minha vida de sempre.
Culpam-me a mim por estar como estou, como se eu pudesse a dada altura ter agido de forma diferente, como se soubessem o que eu sei, se soubessem não pensavam isso de mim, não pensavam nada, não tinham que concordar comigo, tinham que saber que as pessoas não são nunca o que dizem ser.
Num dos meus efémeros namoros, as coisas aconteceram de tal forma que desde o inicio eu já sabia que não ia a lado algum, e estupidamente, porque na altura eu tinha sempre a mesma desculpa, eu gostava dele, então durante algum tempo eu aturei muita coisa, chamadas não atendidas, mensagens não respondidas, perguntas parvas, silêncio...desprezo...enfim, tudo aquilo que no inicio de um namoro nunca se tem, como tal, e abençoado telemovel, pequei nele, enfiei-lhe lá tudo o que eu queria dizer e pensava e num ápice eu tinha a minha consciência mais leve, mais tranquila, fiz o que devia ser feito, faço sempre, não sou de rodeios.
Depois dizem-me calmamente que tenho mau feitio...sim, mas, eu adoro o meu feitio, especialmente porque sei que ele não se muda a vontade dos outros, ele é constante no espaço e no tempo, ajuda-me a superar tudo o que eu tenho de enfrentar na vida, e nunca se queixa com as criticas, o meu feitio é mau e é bom, se calhar depende dos dias, das estações, da forma como o meu querido me diz bom dia, como a professora olha para mim ou como o chefe me pede algo. O meu feitio só a mim me diz respeito, ninguém tem de o fazer assunto.
Gosto de diálogos, monólogos tornam-se uma seca...as ideias das pessoas, honestamente, para mim, e só por acaso, sabem o que eu penso delas? São um tédio!!!
Sou honesta, sou frontal, digo o que tenho a ser dito e não mando recados, odeio recados, se acho que és uma merda, atreve-te a perguntar, vais ver se não te digo a verdade...