quinta-feira, maio 19, 2005

O momento exacto

Qual é o momento exacto em que, tu em toda a tua sabedoria, sabes que te apaixonas?É pelo olhar, pelo sorriso, pela forma como conversas com a pessoa com quem estás? É pelas manias que tem, a qual tu achas imensa piada e diverte-te o espiríto como nada mais o faz? É pelo fisico impecável, mesmo que pese 300 kg? É pela personalidade forte e segura que te transmite uma paz suprema? É pela doce amizade que constrois, numa noite onde nada tem graça e subitamente no fundo da sala, enquanto o mundo inteiro fica paralizado, vês, por inteiro uma boa razão para sorrires, só por sorrir? E o que a faz manter-se, o que é que a faz viver e habitar dentro de ti? É a correspondência, a certeza que és compreendido, que és também tu alvo das mesmas ideias?
Só sei isto, apaixonas-te porque tem que acontecer, tem de ser, não calculas o instante, acontece, também sei que não tem a haver com o fisico, pois qualquer atracção esvanece como fumo perante o minimo pretexto ou falha, não tem a haver com bons momentos, nem com maus momentos, não é obrigatorio ser correspondido, não existem leis ou regras que estejam estipuladas para que algo que tanto desejes aconteça como idealizas. A paixão e o amor não são por definitivo algo coerente, por isso sofremos e vivemos, e as vezes somos felizes e outras não, e por vezes o que numa altura parece perfeito, no minuto que precede é como se nada fosse, são sentimentos, coisas de hormonas, coisas da cabeça...
Uma coisa é certa, tudo funciona quando, acima de tudo existe uma boa amizade, pois mesmo que estes sentimentos acabem um dia, existe uma possibilidade se seres amigo, de manteres conversas normais e ter abraços e beijos informais sem representação no espaço emocional a outros níveis. No entanto se, de alguma forma te atingirem de forma cruel e insensivel, vais remoer uma dura desilusão, vais saber o que é uma infinita tristeza, um vazio imensurável que nada o consegue aplacar, sossegar... é violenta a sensação de ser rejeitado, de ser colocado de lado, trocado por algo melhor ou diferente, perdes não só o teu amor ou paixão, mas também um amigo em quem confiavas, o teu porto seguro abandona-te.
O que importa não é o fim da viagem, é a viagem em si, o passeio, desfrutar enquanto existe estrada e saborear cada minuto como se de algum modo pressentisses que é o ultimo, não adianta ficar magoado, não devemos nos entregar ao sofrimento como se fosses te atirar de um precipicío, lembra-te do paraquedas, tens sempre um nas costas, tens sempre onde te segurares, uma saida, se optas por te entregar acabas no meio das pedras e nada tens, se optas por lutar tens ainda uma outra opotunidade, uma outra vida...
Uma vez disseram-me: "como seria bom namorar contigo", mas eu sabia, que no fundo não era sentido, não era verdade, isso não se deseja assim, na altura não respondi, não disse nada, preferi o silêncio, mas agora, se fosse agora eu dizia: "Talvez numa outra vida, quando ambos formos gatos!!"Como é fixe não ter 15 anos e saber que com o tempo tudo passa :)
Moral da história: Ama sempre, apaixona-te intensamente, mas acima de tudo, vai preparado/a pois é uma viagem turbulenta, não é linear, nem suave, mas olha que vale sempre a pena, pois o que não nos mata só nos pode tornar mais fortes!!!