Decidir é dificil.
Quando colocados em determinada posição em que temos de decidir, nunca sabemos no fundo o que queremos. Todas as certezas que defendemos num dia caiem por terra no outro, cada vez que são confrontadas por outra hipótese, muitas vezes o problema é que temos alguma difilcudade em definir o que é melhor para nós, pesamos a priori nas consequências possiveis de cada decisão, mas nunca procuramos o nosso interior para sabermos se realmente é o que queremos ou não.
Sempre tive por onde escolher, muitas opções e meios para atingir fins, no fundo sou uma afortunada, por isso, por mais segura que possa pensar que sou, fico sempre numa espécie de limbo, a pairar entre o que quero e o que devo, para depois inventar uma outra saida que por instantes é o que eu penso ser correcto. Não creio que seja uma falha de personalidade, é tão somente uma característica minha com a qual preciso de lidar da melhor forma.
A minha maior indecisão deve-se ao facto de não saber se as coisas vão me correr melhor quando me for embora, tenho pena de algumas coisas que deixo para trás, coisas que poderia ter feito e não fiz, que poderia ter dito e não disse, acho que a dada altura todos temos estas coisas em nós e custa um bocado amargar o que poderia ter sido diferente, o que poderiamos ter mudado e feito a diferença na nossa vida. Não me quero arrepender de nada, e até agora são poucas as coisas das quais me arrependo, mas tenho pena de não ter me desafiado a mim mesma a exigir muito mais para mim.
Um dia, o meu chefe, um dos meus chefes disse-me uma coisa que me deixou a pensar " o teu problema é teres um coração grande demais", agora sei que tinha razão, pois tudo o que fiz na minha vida foi sempre passional, muito pouco racional e com isso, perdi muito tempo em questões que pouco importam. A racionalidade desta vez leva adiante a sua, leva-me de volta a casa, para acabar o meu curso, para que daqui a 3 anos eu seja o meu sonho, para que daqui a 3 anos eu me sinta o que sempre fui, a Ângela.